“A literatura pode ser esse lugar para dar voz às mulheres que existem em mim e que existem em nós” Marisa Zanoni Fernandes

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A primeira obra literária da educadora Marisa Zanoni Fernandes veio a público no início desta semana (11), em solenidade realizada na Univali. 

Lançamento naUnivali (Foto Maurício dos Santos e Lucimara Cardozo)

O livro “Entrelaços”foi oficialmente apresentado para uma plateia essencialmente feminina, porque as mulheres fazem parte da obra.

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“Entrelaços” fala sobre arte, cultura, diversidade e educação e nos convida a refletir e reivindicar” explica a autora, ex-vereadora de Balneário Camboriú, e a primeira mulher da história eleita pelo Partido dos Trabalhadores no município.

(Crédito Wartung Films e Alex Hahnebach)

Esta semana, a autora que assina a coluna Marisa Fernandes no jornal Página 3, falou à reportagem sobre sua mais nova criação. Acompanhe:

JP3 – Pedagoga, professora universitária, política, doutora em Educação e agora escritora?

Marisa – O exercício da profissão professor e da formação acadêmica exigem ler e escrever. Na vida política igualmente precisamos estar atentos à realidade, sermos sensíveis às causas sociais, aos fatos narrados, contados, materializados em imagens, ou seja, há uma íntima conexão entre esses lugares. Escrever, então é para mim um exercício constante de aprendizagem e de provocações.

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(Crédito Wartung Films e Alex Hahnebach)

JP3 – O que motivou a decisão de escrever um livro?

Marisa – Sempre trabalhei com o registro escrito, desde minhas primeiras turmas de educação infantil, os “livros de vida” – eram narrativas das vivências diárias que me permitiam compartilhar com as crianças e as famílias a riqueza do ambiente educativo e a potencialidade das crianças. Do lugar de estudante/da academia artigos técnicos científicos, capítulos de livros, materiais didáticos, resenhas, artigos de opinião, sempre fizeram parte do meu cotidiano. Agora me permiti enveredar para a escrita literária e foi o isolamento da pandemia que me ajudou a consolidar esse livro – nessa perspectiva.

JP3 – Entrelaços diz respeito a opiniões que se agregam, a ações que se juntam, a ideias que se misturam…qual o ‘entrelaço’ da obra?

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Marisa – O entrelaço da obra é da minha identidade com as múltiplas vozes e espectros que compõe a vida, sobretudo de nós mulheres. Um diálogo íntimo, mas ampliado com a coletividade, com o espaço social e com as causas que me afetam – gosto de pensar num entrelaço do EU umbilicado e, talvez, com um VOCÊ espelhado.

(Crédito Wartung Films e Alex Hahnebach)

JP3 – Quem são os personagens desta obra literária?

Marisa – Trago à baila memórias e experiências, por meio de contos, crônicas e artigos de opinião, em que as personagens são as mulheres – da família, do trabalho, as marginalizadas e as “desconhecidas”… mulheres que encontro na minha trajetória. Busco nelas a essência da alma feminina em situações do cotidiano, dos seus/nossos corpos, das suas/nossas lutas, das suas/nossas sensibilidades e das suas/nossas invisibilidades.

JP3 – Qual é o cenário desta produção?

Marisa – Os cenários são múltiplos: dos sonhos, da Ccâmara de Vereadores, da vila onde nasci, das viagens, dos bilhetes, da minha casa, das fotografias…

JP3 – Assuntos que sempre motivaram a educadora, a vereadora relacionados à mulher em todas as suas fases, a violência, a discriminação, o preconceito e as questões sociais que tudo isso causa, os ‘entrelaços ao contrário’, mereceram atenção especial no livro. Baseadas em experiências, relatos, histórias?

Marisa – Esses temas são a linha condutora – as discussões distorcidas de gênero, a violência, o preconceito, a misoginia, o patriarcado destroem possibilidades de laços e de pertencimento isso tem um peso e um preço para o processo democrático e civilizatório. No espelho que querem nos enquadrar não cabem as múltiplas mulheres e identidades que temos. A literatura pode ser esse lugar para dar voz a essas mulheres que existem em mim e que existem em nós. Pode ser uma possibilidade para que nossas meninas tenham um horizonte mais generoso – para que possam fazer a passagem como Salomé – narrada no conto “Do Outro Lado do Rio”, ou envelheçam com cuidado como a narrativa em “A Inscrição 87” e que tenham sempre os “Laços da Irmandade”, o amor das “Mães da Diversidade” e é claro tudo isso com muita “Liberdade”. “Como gesto de gratidão e aprendizagem com as que me antecederam, encontro histórias para contar à minha menina, e quem sabe ela possa contar à outras meninas. Assim, seguimos numa ciranda de mulheres marcadas pelas histórias, mas fazedoras de histórias” (Fernandes, p.109)

JP3 – Balneário Camboriú faz parte da obra?

Marisa – Sim. Moro em Balneário Camboriú há 30 anos – essa cidade está cravada na minha identidade e nela, tantas mulheres e causas que me deparei, me envolvi, chorei e sorri – Então, ela não ficaria de fora, porque faz parte da mulher que sou e mobiliza a mulher que quero ser – uma mulher irmana na construção de uma territorialidade mais acolhedora para todas nós.

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