Apesar de todo o sucesso do catarinense Gustavo Kuerten nos anos 2000, o tênis brasileiro sempre teve mais tradição entre as mulheres. Um dos principais motivos foi a carreira vitoriosa de Maria Esther Bueno entre os anos 50 e 70. Recentemente, duas brasileiras estão aproveitando esse legado para se destacarem no calendário da WTA. Luisa Stefani brilha nas duplas, enquanto Bia Haddad é a esperança nas simples. As duas já são motivos de orgulho para os torcedores, e merecem todo o apoio pelos próximos anos nas disputas em quadra.
Com apenas 24 anos, Stefani fez história recentemente ao se tornar a primeira mulher brasileira na Era Aberta do tênis a entrar no Top 10 do ranking da WTA. Os bons resultados nas duplas, principalmente ao lado da canadense Gabriela Dabrowski, foram responsáveis por esse feito. A equipe conseguiu chegar até as semifinais no US Open de 2021, e por muito pouco não foi mais longe. Atualmente, a brasileira ocupa a 10ª posição no ranking, enquanto a companheira é a 8ª colocada. Ou seja, é uma equipe de qualidade pronta para vencer mais em 2022.
A última vez que uma mulher conseguiu um ranking tão alto foi justamente com Maria Esther Bueno, que liderou o ranking feminino em 1959. O feito de Luisa Stefani não é pequeno, e precisa ser valorizado não apenas pelos torcedores, mas também pela mídia que acompanha os brasileiros no esporte. Isso é algo que foi colocado pelo ex-tenista Flávio Saretta, em entrevista ao blog Betway Insider. Ele relembrou o feito recente da atleta para mostrar como o tênis brasileiro ainda pode render no cenário mundial.
Saretta comentou que sempre se inspirou em outros atletas, algo que ficou ainda mais intenso ao conviver com grandes nomes, como foi na época do Guga, e comparou com a tenista da atualidade. “Quando você vê esse cara do teu lado, dividindo quarto, jantando, almoçando contigo, você fala: pô cara, eu posso chegar também. Talvez hoje, no feminino, a Luisa Stefani seja essa jogadora que faça as outras meninas acreditarem”, garantiu o tenista aposentado em 2009. Ele afirma que a paulista de 24 anos tem tudo para deixar um legado importante aos mais jovens que estão buscando espaço no tênis.
Bia Haddad sonha alto no retorno
Enquanto Stafani se destaca com uma dupla canadense, a tenista Bia Haddad continua sonhando alto nas principais quadras do mundo. Com 25 anos, e quase 350 vitórias na carreira, a paulista ocupa atualmente a 73ª posição do ranking da WTA, mas em 2017 chegou a ficar no top 50. A atleta enfrentou alguns problemas fora das quadras, mas desde o ano passado retornou com tudo para as disputas. A curiosidade é que o rendimento nas duplas também melhorou.
No início deste ano, durante o Australian Open, Haddad formou dupla com a cazaque Anna Danilina e quase saiu com o título. As duas chegaram até a final, e só perderam para as tchecas Katerina Siniakova e Barbora Krejcikova por 2 a 1. Um resultado positivo, apesar da derrota na decisão, pois colocou a brasileira entre as 50 melhores jogadoras no ranking de duplas da WTA. O difícil é saber qual será a escolha dela para o futuro, pois a atleta sempre se dedicou aos torneios de simples.
Tênis em alta no Brasil
Esses bons resultados das brasileiras prometem causar um impacto positivo na modalidade, principalmente pensando nos torcedores. Na conversa com a equipe da Betway, site de apostas em tênis, Flávio Saretta lembrou que no auge do Guga era comum ver pessoas interessadas nos torneios e nas partidas. O paulista relembrou o período em que era comum ver as pessoas deixando de lado o futebol, maior paixão nacional, para acompanhar alguma disputa de Guga no saibro.
Apesar dessa época de ouro não ter sido tão bem aproveitada pelos homens, as mulheres conseguiram aproveitar isso e somaram com o legado deixado por Maria Esther Bueno. Lais Stefani e Bia Haddad podem ser apenas as primeiras, pois mais jovens prometem conseguir destaque na WTA. Uma tarefa complicada, mas que pode ser alcançada com ainda mais apoio do Brasil aos jogadores de tênis. O ano de 2022 será importante para essas duas tenistas, seja nas disputas em duplas ou nas simples. Um título e uma posição ainda mais alta no ranking são as maiores expectativas para os próximos meses, seja na cabeça dos torcedores brasileiros ou até mesmo na mente desses atletas profissionais.