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Adoção tardia e desempenho escolar

Por Suzete Kummer

Adotar é sem dúvida, um gesto de amor. Amor por si mesmo, amor por uma relação conjugal, amor pelas crianças, amor pela maternidade e pela paternidade… Cada um deles ou todos juntos nos levam a querer transcender nossa existência através da existência de um ou mais filhos.

Entrar neste universo da adoção é um mergulho profundo e gratificante. Disponibilizar amor, tempo, atenção, estrutura emocional e física requer reflexões profundas e decisões responsáveis.

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Uma das preocupações que costumam afligir as famílias que adotam crianças maiores de 3 anos ou adolescentes – a chamada “adoção tardia” ou “adoção necessária”- é a respeito da escola.

Será que haverá problemas de adaptação? Será que ele ou ela será discriminado por ser adotado? Ele ou ela poderá ter algum prejuízo na aprendizagem que seja relacionado ao fato de ser adotado? Tais questões nos remetem a dúvidas comuns das famílias que adotam. E a forma de agir em relação à escola pode e deve ser orientada por profissionais. Acompanhamento com psicólogos, pedagogos e assistentes sociais são muito importantes nesta hora.

Do ponto de vista pedagógico, há pelo menos duas formas de contribuir para que a criança ou adolescente que foi adotado se adapte e obtenha sucesso na escola: o acompanhamento pedagógico e o acompanhamento escolar.

O acompanhamento escolar refere-se às crianças e seu processo de aprendizagem, suas relações sociais dentro da escola, suas habilidades e dificuldades com relação as atividades escolares.

Já o acompanhamento pedagógico se dirige aos técnicos que trabalham com ela na escola. Muitas vezes as dificuldades das crianças estão relacionadas com a forma como os profissionais atuam. E isto inclui não apenas os professores daquela turma, mas os orientadores, os coordenadores, a direção da escola, os responsáveis pela limpeza, pela alimentação, enfim toda a equipe escolar.

Sendo assim, podemos afirmar, pela experiência na área, que as interferências nos processos pedagógicos e escolares podem determinar o sucesso escolar de uma criança ou de um adolescente. E o sucesso escolar não inclui apenas ser aprovado no final do ano letivo. Também inclui se relacionar espontaneamente com os colegas, compreender a autoridade dos adultos, ter capacidade de se concentrar para favorecer a aprendizagem, ser respeitado nas suas diferenças, não ser discriminado por sua condição de filho adotivo.

Acompanhamento Pedagógico

Neste sentido, as estratégias de trabalho nos acompanhamentos feitos pelo profissional pedagogo podem ser através de atendimentos individuais ou em grupos. Ambos visam identificar possíveis fragilidades e dificuldades, de modo a explorá-las, transformando-as em segurança e habilidades, ajudando a desenvolver nas crianças competências que interfiram positivamente na sua aprendizagem e no seu desempenho escolar.

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Os atendimentos favorecem a leitura, a escrita, a interpretação, a expressão gráfica por palavras ou imagens, a concentração, a abstração, e são desenvolvidos metodologicamente por meio de atividades e brincadeiras. Ao se deparar com situações que desafiem estas habilidades, as crianças se fortalecem e se tornam mais aptas para a aprendizagem.

Visita Escolar

Outra estratégia utilizada é a visita escolar. Por meio dela o profissional pedagogo tem a possibilidade de conhecer o ambiente da escola, sua equipe, os demais alunos, as relações sociais e os vínculos estabelecidos entre os mesmos. Além disso, cria-se um espaço de diálogos entre o profissional e os professores, os orientadores e toda equipe, de modo a conhecer ainda mais a realidade da criança ou adolescente no desempenho do seu papel de “estudante”. Com a visita cria-se também a possibilidade de assistir às aulas com a devida autorização da diretora e professora da sala. Tal ação favorece a observação in loco de todo o ambiente da sala de aula, a percepção de tudo que acontece, as relações do aluno com os seus colegas e sua professora, as possíveis dificuldades de aprendizagem, e com isso poder auxiliar os alunos, a professora e os processos de ensinar e aprender.

Escola, doce escola!

Todas as estratégias utilizadas pelo pedagogo no acompanhamento escolar e pedagógico visam mostrar aos profissionais que aquela criança, que viveu alguns meses ou até anos numa instituição de acolhimento, que eventualmente passou por situações de violência ou negligência, pode e deve aprender como as outras. Perceber que a capacidade cognitiva dela sofre influência das suas experiências positivas e negativas. Permitir o conhecimento aos professores de que boas experiências e boas memórias podem ser construídas a partir do momento em que aquele aluno chegou na sua sala de aula. E também fazer da adoção um tema transversal, um tema que passa por várias áreas do conhecimento.

Com o trabalho em parceria entre o profissional pedagogo da entidade social, a equipe escolar e a família, a adoção e seus desdobramentos podem ser tratados na escola de maneira lúdica e espontânea contribuindo sobremaneira para desconstruir preconceitos e diminuir a prática da discriminação.

E essa atitude tão significativa está ao alcance dos professores e dos demais profissionais que atuam na Educação.

Suzete KummerSuzete Kummer é pedagoga do Grupo de Estudos e Apoio à Adoção Anjos da Vida – uma Organização da Sociedade Civil, com sede em Balneário Camboriú, cuja missão é inspirar e promover a formação de novas famílias, de modo a garantir o direito à convivência familiar e comunitária às crianças e aos adolescentes que passaram pelo processo de adoção. O Grupo realiza diversos projetos com o apoio do governo municipal e em parceria com o Judiciário. Saiba mais: clique aqui.

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