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Balneário Camboriú
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Denúncia de homofobia em Balneário Camboriú

Vítimas pedem ajuda para identificar agressores

Um grupo de amigos sofreu homofobia no Passeio San Miguel, ponto turístico-gastronômico conhecido de Balneário Camboriú, porque um dos rapazes foi lavar as mãos no banheiro feminino.

O caso aconteceu na noite de 24 de janeiro, mas uma das vítimas, um advogado e morador de Balneário, decidiu expor o ocorrido somente agora, com o objetivo de identificar os agressores e assim poder registrar o caso, lembrando que homofobia é crime.

A vítima e seus amigos foram xingados e sofreram ameaças de agressão física.

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O advogado e morador da cidade, que preferiu não ser identificado, disse que estava no restaurante Yujin Temakeria, quando resolveu ir ao banheiro – o Yujin só possui banheiro feminino, o masculino fica mais distante e pertence ao Passeio.

“Eu só queria lavar as mãos, porque já estávamos indo embora, e então rapidamente utilizei o banheiro feminino. Eu nem deveria estar dando justificativa nesse sentido, nem se tivesse usado o banheiro para necessidades. O banheiro não estava ocupado, não tinha ninguém esperando, e essa distinção de banheiro está cada vez mais caindo por terra, o próprio STF (Supremo Tribunal Federal) já se manifestou no sentido dos banheiros se tornarem universais”, diz.

No momento em que lavava as mãos, um homem passava com um menino, supostamente seu filho, que fez menção de entrar no banheiro.

Avisado pelo homem que lavava as mãos de que se tratava de banheiro feminino, o segundo homem e a criança tomaram outro caminho, mas o adulto teria feito gestos com as mãos dizendo ao filho ‘o banheiro é feminino e este aí… é… sabe como é… viadinho’.

Homofóbico teve apoio

Quando o advogado, que é homem cis e homossexual, retornou para a mesa com os amigos – não havia nenhum casal e, segundo a vítima, ‘especificamente nenhum beijo’ (o que não deve ser ‘incômodo’ para ninguém) – ele percebeu que as chacotas continuaram.

Um dos colegas do rapaz questionou o homofóbico se ‘esse era o exemplo de comportamento que ele estava dando aos seus filhos, de intolerância em pleno ano de 2021’.

“A população LGBT vivencia isso o tempo inteiro, e eu sou uma pessoa que ainda atende os padrões heteronormativos de vestimenta, me identifico com o gênero masculino, eu sou o que chamam de ‘homem padrão’, e mesmo assim sofro preconceito diário, isso é super comum. O que me choca é que se eu recebi esse tratamento, imagina as pessoas que fogem do padrão idealizado por esses criminosos, como trans, travestis, gays afeminados, e ainda estávamos em um local elitizado, foi uma situação que fala sobre a sociedade, imagina como isso ocorre na periferia”, lamenta.

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As agressões

“Queriam destilar ódio”

Pelo menos quatro homens, com ameaças e gritos homofóbicos, bradaram contra o advogado e seus amigos dizendo coisas como ‘não somos obrigados a aceitar vocês’, ‘vocês são ‘putos’’, ‘vocês são drag queens’, ‘se querem ser homens de bigode, devem ser machos’, ‘agora ficam aí com essa cara de bunda, vou arrebentar vocês’, ‘você vai no banheiro feminino, seu merda? Seu bambi’, ‘nós vamos pegar vocês’.

“Me chamaram de drag queen! Não tem cabimento nenhum, eles demonstraram que não entendem o que é drag queen, porque eu deveria estar vestido de mulher e atuando, porque se trata de um personagem. Eles nem sabiam o que estavam falando, queriam destilar ódio por uma situação social que ganhou um certo espaço nos últimos tempos no Brasil, mas que está sendo combatida e isso me deixa bastante contente”, salienta.

Público, seguranças e restaurante apoiaram as vítimas

A situação teria chamado a atenção dos presentes, que começaram a se reunir em apoio aos amigos e contra o posicionamento dos agressores. Os funcionários da temakeria formaram uma ‘parede’ impedindo que os agressores consumassem a violência que proferiam.

“Eles [os agressores] se levantaram e vieram para nos agredir, mas nós não íamos esperar sentados que eles nos batessem. Os seguranças não iam dar conta, eram só dois, mas os funcionários da casa vieram, tomaram partido, viram que estávamos sendo agredidos de maneira gratuita. Empurraram os caras pra longe, nos ajudaram a ir até de volta ao carro, para evitar que algo acontecesse. Várias pessoas [clientes] também gritaram ‘covardes’ e nos auxiliaram”, conta.

Diante disso, as vítimas optaram por retirar-se do local.

“Já estávamos de saída e, por isso, fomos embora, mas é lamentável porque quem deveria ter se retirado eram os criminosos. Homofobia é crime. Somos clientes frequentes do local e o frequentamos com a mesma tranquilidade que qualquer pessoa”, acrescenta.

Identificação

As vítimas conseguiram filmar parte das agressões e dependem agora da identificação dos envolvidos para denunciá-los à polícia.

Informações podem ser repassadas para o Página 3 pelos números (47) 9.9923-4298 ou (47) 9.9209-3819.

Vídeo divulgação:

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