Em discurso realizado na diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda-feira, 12, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), condenou duramente os ataques à democracia feitos ao longo do processo eleitoral.
“A diplomação tem duplo significado. Além do reconhecimento de vitória da chapa atesta a vitória plena e incontestável da democracia e do estado de direito contra ataques antidemocráticos”, afirmou o ministro. Ele destacou, ainda, que a desinformação e discurso de ódio foram proferidos por “diversos grupos organizados” que já foram identificados e garantiu que eles “serão integralmente responsabilizados para que isso não retorne nas próximas eleições”.
Moraes também fez um apelo pela pacificação do País e disse que Lula governará para mais de 215 milhões de brasileiros a partir de 1º de janeiro. “Senhor presidente eleito, atividade política deve ser realizada sem ódio, sem discriminação e sem violência. A consequência do ódio e da violência é vazio e mágoa”, afirmou
“Encerra assim mais um ciclo democrático com respeito à soberania popular e à Constituição e com o seu término as paixões eleitorais devem ser substituídas pelo respeitoso embate” de ideias, ressaltou o ministro.
Lula chora e faz defesa da democracia
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva chorou ao ser diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta segunda-feira, 12, em Brasília. Durante discurso na cerimônia, o petista chamou sua vitória de “celebração da verdadeira democracia” e disse que fará todos os esforços para fazer o Brasil “mais desenvolvido e justo”.
“Esse diploma não é do Lula, é de parcela do povo que reconquistou o direito de viver em democracia. Na minha primeira diplomação, em 2002, lembrei da ousadia do povo brasileiro em conceder – para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário – o diploma de presidente da República. (. .) Quero agradecer povo brasileiro pela honra de presidir pela terceira vez o Brasil”, disse Lula, que relembrou os 580 dias na prisão. “Quem passou o que eu passei nos últimos anos estar aqui agora é certeza que Deus existe”, afirmou.
“Reafirmo hoje que farei todos os esforços para, juntamente com meu vice Geraldo Alckmin, cumprir o compromisso que assumi não apenas durante a campanha, mas ao longo de toda uma vida: fazer do Brasil um país mais desenvolvido e mais justo, com a garantia de dignidade e qualidade de vida para todos os brasileiros, sobretudo os mais necessitados”, afirmou.
“Quero dizer que muito mais que a cerimônia de diplomação de um presidente eleito, esta é a celebração da democracia. Poucas vezes na história recente deste país a democracia esteve tão ameaçada. Poucas vezes na nossa história a vontade popular foi tão colocada à prova”, destacou também o petista.
(Por Lavínia Kaucz, Eduardo Gayer e Bruno Luiz/AE)