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A PIRÂMIDE DO ADIVINHO

Dalton Delfini Maziero
Dalton Delfini Maziero
Historiador, escritor, especialista em arqueologia e explorador. Pesquisador das culturas pré-colombianas e história da pirataria marítima.
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Localizada na Península de Yucatán (México), o sítio arqueológico de Uxmal é, seguramente, um dos mais importantes e representativos da cultura Maia. Por muito cientistas é considerada uma síntese arquitetônica desse povo na Mesoamérica, pois apresenta uma diversidade de construções imponentes que nos remetem ao que de mais importante existia na época. Sua fundação data de 500 dC, mas os edifícios mais significativos foram construídos entre 700 e 1000 dC., época em que teve como aliada a cidade de Chichén Itzá. Alguns estudos apontam que Uxmal abrigou cerca de 25 mil habitantes em seu auge.

Dentre suas construções mais notáveis, encontra-se a majestosa Pirâmide do Adivinho, também conhecida como Pirâmide do Mágico, do Mago, do Anão ou do Feiticeiro. Segundo uma antiga lenda, um anão condenado à morte foi desafiado a construir uma pirâmide em apenas uma noite para se salvar! Concluído o improvável desafio, não só foi poupado como tornou-se um dos governantes de Uxmal. Lendas a parte, a construção atinge 35 metros de altura e se diferencia das demais pirâmides maias por possuir um formato elíptico, devido a aplicação de diversos estilos arquitetônicos. Tal fato levou os arqueólogos a provarem que a construção foi erguida em cinco fases ao longo de 400 anos, sendo que cada nova camada praticamente encobria a anterior. Hoje, próxima a primeira construção (base mais antiga) ainda podemos ver a escultura de máscaras dedicadas ao deus Chaac, provedor da chuva.

É possível notar claramente dois estilos arquitetônicos na pirâmide do Adivinho: a chenes e puuc. Ambas tiveram influência em sua configuração, como a larga base de 227 x 162 metros, a íngreme escadaria e a construção de uma estrutura conhecida como Casa do Mágico que domina a plataforma superior, ligada por uma escadaria de acesso desde sua base.

Diferente de pirâmides tumulares – como as do Egito – as pré-colombianas, em especial as mexicanas, foram usadas como lugares de adoração, e posteriormente como palcos para exercer poder. As encenações mortais que ocorriam no topo de suas escadas, eram a síntese de poder de uma elite sacerdotal sobre a sociedade. Esse espetáculo de violência, que exibia a extração do coração inimigo com uma faca de sílex e o jogar de corpos inanimados escadaria abaixo, reforçam o perfil dos guerreiros maias.

A incrível preservação da Pirâmide do Adivinho e de Uxmal se deve ao fato que sobre ela, não foi construída nenhuma cidade espanhola. O local foi abandonado e tomado pela floresta, mas de fato, nunca esquecido. Diversas visitas ocorreram esporadicamente a ela, seja por parte do povo local, seja por estrangeiros, como Jean Frederic Waldeck (1838), John Lloyd Stephens e Frederick Catherwood (1840), Desiré Charnay (1860) e Sylvanus G. Morley (1909). Em 1996 tornou-se Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

Dalton Delfini Maziero é historiador, escritor, especialista em arqueologia e explorador. Pesquisador dos povos pré-colombianos e história da pirataria marítima. Visite a Página do Escritor (clique aqui)

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