
Desde que o Projeto Praia Acessível, que atende pessoas portadoras de deficiência durante a temporada, na Praia Central de Balneário Camboriú, foi desativado, no último dia 20, vários leitores vêm se manifestando pela permanência do programa o ano todo.
Balneário Camboriú mantém o programa desde 2018, para oferecer a possibilidade de um banho de mar real para pessoas portadoras de deficiência, moradoras ou visitantes de Balneário Camboriú e ao mesmo tempo, a infra-estrutura montada na areia, oferece acessibilidade, facilita o movimento para estas pessoas.
No início o Praia Acessível era realizado sob comando da Fundação Municipal de Esportes, mas nos últimos três anos, tornou-se responsabilidade da Secretaria da Inclusão Social com coordenação da Associação de Apoio às Famílias de Deficientes Físicos (AFADEFI) e Corpo de Bombeiros Militares de Santa Catarina (CBMSC).
No último dia 26, o jornal Página 3 publicou reportagem (leia neste link) informando que o projeto tornou-se referência, o número de usuários só aumenta e cada vez mais pessoas pedem que torne-se um programa permanente o ano todo.
O pedido é antigo. Em dezembro de 2023, o programa foi ampliado, de um para quatro meses, na alta temporada. Na ocasião, já havia vários pedidos de permanência o ano todo.
O presidente da Afadefi, Evandro Prezzi, reforça a importância de oferecer este programa o ano todo, atendendo o pedido de moradores e turistas.
“Conforme está relatado na matéria, as pessoas gostam muito e esperam que a permanência o ano todo se torne uma realidade. Segundo a prefeitura, com a revitalização da orla, vai ter acesso para chegar à areia, mas não conheço o projeto ainda”, disse.
“Não somos deficientes só no verão”

Um destes leitores é Maurício Jorge Simas, o Escova, nativo da praia, que procurou vereadores e pessoas da prefeitura para pedir pela permanência do programa. Também encaminhou um pedido ‘por escrito’ ao Página 3. Acompanhe:
“Sou uma pessoa que devido à sequelas de um acidente uma perna me impede de andar em certos ambientes. Nasci em Balneário Camboriú e a Praia Central continua sendo meu cenário favorito para caminhar.
Desde o alargamento isto mudou. A areia me impede de andar descalço e de tênis meu pé não me deixa andar.
Desde então andei só na calçada.
De repente fizeram uma passarela na altura da Rua 3700 com uma infra-estrutura para atender pessoas com necessidades especiais tipo pra servir de exemplo. Passei a andar novamente perto do mar, e vi tantas outras pessoas se beneficiar do local.
Ótimo, elogiei várias vezes e fiz uma campanha postando nas redes sociais a importância da manutenção o ano todo, pois não somos deficientes só no verão.
Recebi informações que a administração atual ao invés de retirar, iria criar mais. Comemorei a ideia.
Mas de repente na ida à praia me deparei com a retirada da infra-estrutura existente. Me manifestei nas redes sociais e recebi elogios e críticas por falta de paciência? Paciência é uma coisa, esperar a boa vontade de ser instalada outra é diferente. Quantos dias vai levar para ter outra? E até lá quem fazia uso fica proibido de ir lá na beira do mar? É isso. Tem uma amigo que me respondeu assim.
“Quer ver uma pessoa deficiente na rua? Tenha uma em casa! Aí vão começar a vê-los, não só vê-los, como vão começar a ver os problemas de locomoção nas cidades”.
Lei que amplia o programa já existe
Está em tramitação na Câmara Municipal, projeto de lei 10/25 do vereador Guilherme Cardoso, solicitando que o Praia Acessível se torne um programa permanente, que funcione o ano todo nas praias de Balneário Camboriú.
Além disso, tem um projeto do vereador licenciado Cristiano dos Santos (hoje secretário de Obras), sancionado pelo prefeito Fabrício Oliveira, que determina o funcionamento do Praia Acessível aos finais de semana e feriados. A lei existe, mas só no papel até agora.
O que diz a prefeitura
O secretário da Inclusão Social, Omar Tomalih, disse ao Página 3 que a intenção é realmente ampliar o programa para o ano todo ou como segunda opção, começar mais cedo, logo depois do inverno.
“Vamos nos reunir com a Afadefi que coordena este programa e faz a gestão do mesmo, para juntos analisar a questão”, disse.