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Balneário Camboriú

Udesc 15 anos: um sonho e um apelo popular que virou realidade em Balneário Camboriú

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Fique ligado: você está sendo roubado

Neste vídeo, Marzinho fala sobre um novo golpe que está acontecendo (e que a Celesc já reconheceu o erro):...
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A Udesc de Balneário Camboriú completou 15 anos nesta semana e a direção do Centro de Educação Superior da Foz do Itajaí (CESFI) vai comemorar com uma programação especial neste sábado (24), na sede, que fica no Bairro Nova Esperança. Acompanhe a programação neste link (clique aqui). 

O Centro de Educação Superior da Foz do Itajaí (CESFI) foi criado em 21 de Maio de 2010, através do Decreto 3.276/2010, assinado pelo então Governador do Estado de Santa Catarina, Leonel Arcângelo Pavan, na sede provisória da UDESC em Balneário Camboriú, situada na rua 3020.

A criação do CESFI representa uma história de luta da sociedade de Balneário Camboriú e região que, através do Movimento Voluntário  Universidade Pública (Movup), liderou um abaixo-assinado com mais de 12 mil assinaturas, solicitando a implantação de um curso superior público e gratuito na região da Amfri. 

O pleito inicial tornou-se realidade com a instalação do curso de Administração Pública, em 2 de agosto de 2004, através de convênio firmado entre a reitoria da UDESC e a Prefeitura de Balneário Camboriú.

Em comemoração ao aniversário deste adolescente de 15 anos, o Página 3 convidou dois personagens que deram vida e transformaram em realidade o sonho de um dentista chamado Hélvion Ribeiro, para escrever sobre suas lembranças que hoje fazem parte da história de Balneário Camboriú. 

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Além do idealizador Hélvion Ribeiro, o jornal convidou a professora Maria Ester Menegasso, uma desbravadora que não descansou até esse sonho tornar-se real. 

Acompanhe:

O fio da meada …

Por Hélvion Ribeiro
Hélvion com os sete netos, o futuro sempre presente nos seus ideais (Arquivo Pessoal)

“Já  são 25.736 pessoas que cravaram sua assinatura nos  documentos que formam os sete volumes do Abaixo-Assinado iniciado há 23 anos, por um Campus da Udesc e da UFSC em Balneário Camboriú.

A Udesc em 2004 com uma extensão com o curso de Administração Pública que até 2010 já tinha formado mais de  80  profissionais.

Tudo começou quando numa manhã quando lia minha correspondência e vi um folder onde dizia: 

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“A Udesc – Universidade Pública e de Qualidade é mantida pelos tributos dos catarinenses”.

Já tinha experiências de trabalho voluntário em Urubici, Gaspar, Pomerode, Cocal, Brusque e Blumenau.

Conhecia muito Balneário Camboriú, e li todas as edições escritas do Jornal Página 3,  que sempre traçou um panorama realista da cidade, das pessoas e da região. 

Então fomos à luta, de grão em grão.

Tenho um dom que é  a capacidade de reconhecer e me aproximar de pessoas do bem e mais inteligentes que eu.

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Esta gente quando identifica honestidade, ética, racionalidade e interesse verdadeiro, abraça  a causa, desde que justa e necessária.  

Assim fomos ganhando um apoio aqui, outro ali… 

O ponto de partida foi quando 10 pessoas de credibilidade assinaram um  manifesto, que defendia a criação dos Campus da Udesc e da UFSC,  com as competentes justificativas.

Outras pessoas  foram vendo quem apoiava e foram somando força e trazendo outras pessoas.

Cumpre  dizer que foi um movimento  de baixo para cima, sem política partidária. Foi mesmo a população que foi se juntando e fazendo crescer a massa do bolo.

A imprensa gostou da ideia, e a Igreja Luterana também. 

A jornalista Marlise Schneider Cezar publicou no Página 3,   que ia ter um abaixo-assinado (que eu não botava fé), mas fui obrigado a montar. Deu certo.

A par disto as autoridades municipais, estaduais e federais foram notificadas, desde presidentes, como FHC, Dilma, Temer, Lula, Bolsonaro, Lula de novo, governadores, senadores, prefeitos, vereadores, deputados federais, estaduais, cidadãos, empresários, professores, líderes comunitários,  jornalistas, radialistas, enfim todo mundo na região. 

Volumes e mais volumes de materiais (Arquivo Pessoal)

Logo tínhamos mais de 1.750 assinaturas e montei o 1° Volume do Abaixo-Asssinado  com 82 páginas.  Fiz 70 cópias  encadernadas deste documento que foi enviado para as autoridades. 

Aí já tínhamos um batalhão de gente pegando assinaturas na rua, em estabelecimentos comerciais, residências, casas de saúde, cartórios, igrejas, restaurantes e tudo o mais.

Aconteceram centenas de reportagens, entrevistas, encontros, atos públicos, vinda de Reitores, viagens, telefonemas,  visitas a todas as escolas e colégios da região, muita atividade de apoio.

O foco era envolver o maior número de pessoas e instituições no  movimento, que em certo momento denominou-se MOVUP – Movimento Voluntário  Universidade Pública (Gratuita).

Bastante feliz, relembro que nestes mais de 20 anos de trabalho jamais fiz qualquer pagamento ou recebi qualquer dinheiro nesta missão e não sei de ninguém que pagou ou recebeu. Tudo foi feito pela boa vontade.

Mais de 100 mil xerox impressos nos abaixo-assinados (Arquivo Pessoal)

Sou campeão em xerox, sendo que fiz muito mais de 100.000  (cem mil) e contava sempre com um bom desconto das gráficas, porque entendiam estar ajudando a causa. 

– Quanto custou todas as despesas que foram indispensáveis?

– Calculo que folgadamente dá para comprar um carro médio novo.

– E quem pagou tudo?

– Não posso dizer, senão minha mulher me mata.

Em 2009 escrevi um livro contando a saga

“UNIVERSIDADE PÚBLICA”  – Cabeça – Coração  e Caminhada – Fiz tudo, menos a encadernação e eu mesmo rodei na impressora.

Foram 17 exemplares com 390 páginas cada um. Entreguei para pessoas essenciais: Governador Pavan, Reitores da UFSC e UDESC, e distribuí os restantes para outros líderes.

Nesta caminhada  juntaram-se  centenas de pessoas extraordinárias e fiz muitos amigos na cidade, na região, na UFSC e na UDESC.

Em 2010 veio a grande transformação quando a Extensão  da UDESC parou e foi criado o batalhado Campus Universitário da UDESC  (CESFI) em Balneário Camboriú.  

O painel de Hélvion está na Udesc/BC (Arquivo Pessoal)

Elaborei uma Obra de Arte – um painel com 600 nomes que levei duas semanas para concluir, colocando DEUS no meio e importantes atores do processo da caminhada, em volta. Está lá na Udesc/BC, com o novo Diretor, professor Dr. Oséias Pessoa.

Sinto ver que muitos que ajudaram não foram lembrados ou  homenageados como mereceram. Tem tantos: Carlos Luz, Carlos Haacke, Dalton Becker, Ottokar Hagemann, Ramiro Meyer, o grande Valdim Utech, vereador Santa, Fabrício, Periquito, Rubens Spernau…enfim são tantos…

Num momento decisivo da criação do Campus de BC tivemos líderes principais: Pavan, Dado Cherem – o articulador – Hamilton Tomasi, professor Salm, Sebastião Lopes, Gil Koeddermann, Carlos Mello,  a extraordinária Maria Ester Menegasso, Diomário Q., Jacó A., Avelina Mafra,  Mestre Dilvo Ristoff,  Sigrides Olsson, nossa amiga Ilona Feuerschütte e muitos, muitos mais…

Naquela altura do campeonato  um reforço formidável veio pelos Acadêmicos da Udesc aqui, por parte dos acadêmicos  Leandro Índio da Silva, Rodrigo Abella, Felipes, Victor Burigo, e centenas de outros vitais na criação do Campus e na doação do terreno, indicada pelo Edson R. Dias.

Ao olhar para trás penso que trabalhamos duro – muito duro – mas o esforço valeu a pena.

Tenho por filosofia de vida que tudo que se faz de bom, vem de volta para a gente, para os familiares, para os amigos ou para a sociedade.

Recebi e tenho ganho tanto, que só me resta agradecer a Deus e a todos os que caminharam e caminham junto.

Nesta semana aconteceu algo incrível. 

Do nada, achei que devia levar os 15k de material restante  desta missão – que ainda estão comigo – para a Udesc.

Não  estou jogando a toalha em relação  à UFSC,  mas tenho consciência  que está difícil.  Hoje fui comprar as caixas para embalar as 14 pastas . Pensei: Vou desapegar. Vai que estando lá na Udesc , outro maluco resolve tocar a luta. 

Porém, do nada,  tudo parado, hoje duas pessoas que se envolveram nesta saga, mandaram recado incentivando para o retorno à luta. Acham que Balneário merece e precisa de um Centro Universitário de Belas Artes.

 – E agora, Hélvion?”


O início …

Por Maria Ester Menegasso
Professora Maria Ester Menegasso, parte essencial no cultivo dessa história (Arquivo/Udesc/BC)

“Em janeiro de 2004, o Movup organizou uma reunião na prefeitura de Balneário Camboriú sobre possíveis caminhos para a chegada da Udesc ao município. Participei desse encontro ao lado de lideranças, como o prefeito, Rubens Spernau; o deputado Dado Cherem; a secretária de Educação, Marlene Buratto, o diretor-geral da Esag, professor Amilton Tomasi; o diretor de Pesquisa da Udesc, professor José Francisco Salm, além do fundador e líder do Movup, Hélvion Ribeiro.

Foi assim que, após um processo de intensa articulação e pressão, o Movup chegou à primeira grande conquista: a aprovação da oferta do curso de graduação em Administração de Serviços Públicos em Balneário Camboriú, com início das aulas previsto para o segundo semestre daquele mesmo ano. Seria uma extensão do curso que estava sendo lançado em Florianópolis pela Esag, a Escola Superior de Administração e Gerência da Udesc.

Em março, menos de dois meses depois da reunião na prefeitura, a Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú aprovou convênio entre a prefeitura de Balneário Camboriú e a Udesc para oferta do curso de Administração de Serviços Públicos no município. Ao final daquele mesmo mês, o Conselho Universitário (Consuni) – órgão superior da Udesc que dispõe de função normativa, consultiva, deliberativa e decisória –, por meio da Resolução 001/2004, de 25 de março de 2004, aprovou o projeto pedagógico do curso de Administração de Serviços Públicos, para iniciar sua oferta simultaneamente em Balneário Camboriú e Florianópolis no segundo semestre de 2004. 

Lembra Maurício Oliveira: 

Instalar o curso em Balneário Camboriú foi a solução para amenizar as reivindicações por ensino superior na região, que tinha o vice-governador Leonel Pavan como um ativo representante nos meios políticos – além do fato de que a proposta central do governo de Luiz Henrique era a descentralização da estrutura pública. Houve também um papel importante desempenhado pelo Movimento Voluntário pela Universidade Pública e Gratuita (Movup), não partidário, que articulou levar ao município a oferta de cursos de ensino superior públicos e gratuitos

Como docente da Udesc, fui destacada para ser a coordenadora de ambos os cursos, missão que me encheu de entusiasmo e de responsabilidade. Logo foi lançado o edital para o vestibular de inverno, realizado em junho no Colégio Ariribá. O curso iniciou suas atividades em 2 de agosto, com uma turma no campus principal em Florianópolis e uma turma especial em Balneário Camboriú, marco do início da presença da Udesc na região. 

Em Balneário Camboriú, as aulas aconteciam em salas cedidas pela prefeitura na Escola Básica Municipal Antônio Lúcio, na rua Itália, Bairro das Nações, onde permaneceria por dois anos. Durante esse período, houve forte empenho da diretora da escola, Maria de Fátima Cruz, da secretária de Educação do município, professora Marlene Buratto, e de Sueli Miranda de Campos, funcionária da prefeitura, para disponibilizar os recursos materiais, o pessoal de apoio e a infraestrutura necessários ao melhor funcionamento possível do curso recém-criado.

Em 2010, quando Leonel Pavan assumiu o governo do estado, ganhou força o movimento pela criação de um centro de ensino da Udesc na região da Amfri, tendo como um forte argumento o bem-sucedido curso mantido pela Esag em Balneário Camboriú. A ideia causava resistência, no entanto, já que criar mais um centro de ensino na universidade significaria, para os demais centros e cursos já existentes, compartilhar ainda mais o disputado orçamento da instituição. 

A solução arquitetada para viabilizar a chegada da Udesc a Balneário Camboriú foi o governador definir o aumento, por decreto, do repasse do duodécimo da universidade em 0,05% diante da criação de um novo centro. Isso, a longo prazo, possibilitaria à instituição criar outros centros e cursos por todo o Estado.

Na reunião do Consuni de 9 de abril de 2010, a reitoria da Udesc apresentou o Processo 3.486/2010, que tratava da proposta do Executivo Estadual de aumento do percentual de repasse à universidade com a contrapartida de criação de dois novos centros, um no Meio Oeste e outro no Vale do Itajaí – mais especificamente em Balneário Camboriú. 

O professor Antônio Heronaldo de Sousa, relator do processo, finalizou a leitura do seu parecer mencionando o sucesso obtido pelo curso da Esag em Balneário Camboriú.

Os conselheiros empreenderam uma longa discussão sobre o assunto, o que levou à votação nominal do parecer, que veio a ser aprovado com 44 votos favoráveis e 20 contrários. 

Em 12 de abril de 2010, o reitor da Udesc, Sebastião Iberes Lopes Melo, em audiência com o governador do Estado, fez a entrega da Exposição de Motivos 004/2010, solicitando, entre outras providências, a criação do centro em Balneário Camboriú.

21/05/2010 – Assinatura do decreto de criação do Cesfi pelo governador Leonel Pavan. Ao lado esquerdo da foto está o reitor da Udesc, professor Sebastião Iberes Lopes Melo, e à direita, o secretário regional do governo, Gilberto Gadotti. (Arquivo Pessoal/MEM)

O Centro de Educação Superior da Foz do Itajaí (Cesfi) foi criado em 22 de maio de 2010, por meio do Decreto 3.276/2010, assinado pelo governador Leonel Pavan, em ato realizado na sede provisória da Udesc em Balneário Camboriú, na rua 3020. Foi uma cerimônia concorrida, com mais de 300 pessoas registrando seus nomes no livro de presença. Na sequência, foi descerrada uma placa comemorativa à inauguração.

Em 1º de julho de 2010, conforme havia sido alinhado, o governo do estado encaminhou à Assembleia Legislativa o decreto que aumentou o percentual do repasse líquido do orçamento estadual para a Udesc, de 2,05% para 2,10%, o que viabilizaria o pleno funcionamento do Cesfi.

Descerramento da placa comemorativa da criação do Cesfi. Da esquerda para direita: o presidente da Federação Nacional dos Estudantes dos Cursos do Campo de Públicas (Feneap), Leandro Rodrigues da Silva; o presidente do centro acadêmico, Victor Búrigo; o presidente do Movup, Hélvion Ribeiro, o governador Leonel Pavan, o reitor da Udesc, professor Sebastião Iberê Lopes Melo; o deputado federal José Carlos Vieira e a diretora Maria Ester Menegasso. (Arquivo/MEM)

Com a criação do Cesfi, o curso de Administração Pública mantido pela Esag em Balneário Camboriú seria descontinuado. Permaneceria em funcionamento apenas para a conclusão das disciplinas pelos alunos já ingressados no curso. Essa experiência, que marcou o início da relação da Udesc com a região da Amfri, deixaria como legado a formação de 147 administradores públicos. 

Professora Maria Ester Menegasso foi eleita diretora-geral para a gestão 2015-2019 do Cesfi (Foto: Lucas Diniz/Agencia AL)

Em reconhecimento à minha atuação como coordenadora do curso, fui convidada a assumir a direção do novo centro. A nomeação ocorreu por meio da portaria 209/2011, de 3 de fevereiro de 2011. A partir dessa data, eu viveria a experiência fascinante e desafiadora de implementar um centro universitário a partir do ponto zero – ou seja, a partir de sua constituição formal.

Minha gestão no período entre 2015 e 2019 concentrou esforços em alguns tópicos essenciais, como melhorias na estrutura física da Udesc Balneário Camboriú, capacitação dos professores e técnicos administrativos e aperfeiçoamento da comunicação com a comunidade interna e externa, além do desenvolvimento de espaços e serviços de apoio a estudantes e servidores. 

Como tudo o que se conquistou para o centro não foi fruto do acaso, e sim de muito trabalho e dedicação de uma equipe com alto desempenho, faço questão de registrar e valorizar aqui a contribuição preciosa dos diretores com os quais trabalhei no período de 2011 a 2019, em que estive na direção-geral do Cesfi.

Acredito que a história da Udesc em Balneário Camboriú pode ser considerada um exemplo de superação e de compromisso com o futuro. Trata-se de um polo de inovação, aprendizado e oportunidades, que conecta estudantes, professores e comunidade em um só objetivo: construir um futuro melhor. 

Tudo isso nasceu do sonho de um grupo de pessoas que decidiu lutar pelo ideal de uma universidade pública, gratuita e de qualidade, sediada em Balneário Camboriú, para contemplar todos os municípios da região. O sucesso dessa jornada não seria possível sem o trabalho incansável de todos os que fizeram parte dessa história. Tenho plena convicção de que o melhor ainda está por vir”.

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