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Balneário Camboriú
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Andarilho acampou na praia alargada de Balneário Camboriú


Balneário tem hoje 30 moradores de rua e mais de 100 pessoas em situação de rua.

Uma situação inusitada ocorreu na manhã desta segunda-feira (8), na nova praia central de Balneário Camboriú. Um homem, natural de Londrina, estava dormindo em um tubo utilizado no alargamento da faixa de areia e aproveitou para estender um varal com suas roupas. Ele não aceitou a ajuda do Resgate Social.

É até cômico”

O diretor do Resgate Social, Roberto Pereira disse que recebeu a denúncia no início desta manhã – mas a suspeita é de que ele tenha passado a noite na praia.

“Foi muito rápido. Geramos a ocorrência e fomos com a Guarda Municipal. Ofertamos auxílio, mas ele não aceitou. É novo na cidade, não tínhamos ele em nosso sistema. Nada constava nos registros policiais. Ele disse que na rua está ganhando mais dinheiro, e por isso não aceitou ajuda. Disse que se precisasse de ajuda nos chamaria. É a esmola que permite que essas pessoas não sejam ajudadas. É até cômica uma situação assim, por isso que precisamos que a comunidade entenda que dar esmola não é ajudar”, diz.

Roberto salienta o quanto é importante que a comunidade denuncie e não apenas fotografe uma situação assim e nada faça.

“A situação de hoje foi atípica, mas o rapaz viu a oportunidade e aproveitou. O comércio tem muita responsabilidade nesse ponto também. Temos 14 grupos no WhatsApp com comerciantes da cidade, mais de 3.500 pessoas, e sempre falamos sobre pararem de ‘adotar’ moradores de rua, não podem criar vínculo, dar esmola, porque isso os impede de aceitar a nossa ajuda. Nós oferecemos abrigo na Casa de Passagem, reabilitação, passagem para a cidade natal, emprego, um futuro”, explica.

Mais de 2.600 atendimentos, 15 mil abordagens

O diretor repetiu diversas vezes que a esmola é a maior inimiga do trabalho do Resgate Social. Segundo Pereira, há moradores de rua em Balneário que faturam por mês mais de R$ 5 mil.

“A esmola cria uma falsa ilusão de ajuda. Não é o melhor caminho. Realizamos de 1º de janeiro até hoje mais de 2.600 atendimentos, mais de 15 mil abordagens. O Resgate ajuda da forma correta, mas com a esmola os andarilhos não vão sair da rua, porque faturam mais de R$ 5 mil/mês, têm moradores que ganham de R$ 150 a R$ 350/dia, e com esse dinheiro compram drogas e bebidas. Se são presos com drogas, logo são liberados porque são usuários”, conta.

30 moradores de rua e mais de 100 em situação de rua
Hoje há em Balneário cerca de 30 moradores de rua – que são ‘fixos’ e moram na cidade há cinco, 10 anos. Porém, há as pessoas em situação de rua, que hoje podem estar no município e amanhã podem ir para outra cidade – esse número varia entre 90 e 120.

“São pessoas que estão na rua por opção e há muitos jovens até 29 anos, com a pandemia o número cresceu muito. Planejamos fazer ação especial para a temporada, visando minimizar a situação, porque sabemos que neutralizar é impossível. Queremos explicar aos moradores e turistas a necessidade de não darem esmola”, completa.

Se você ver alguém em situação de rua pode ligar para 156 ou para o plantão do Resgate (47) 99658-9999.


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