Os feirantes de Laranjeiras, que atualmente atuam no calçadão que há na praia (com autorização desde 1999), estão preocupados com o projeto de melhorias que a prefeitura pretende implementar, porque serão realocados para outra rua.
O assunto foi abordado na primeira edição do ‘Escuta Criativa Comunitária’ do Conselho Municipal Gestor da Economia Criativa – BC Criativo, nesta sexta-feira (16), que elegeu a sua nova presidente na segunda-feira (12), a advogada Nanashara Piazentin.


Um dos membros do BC Criativo é o advogado Anderson Beluzzo, ele salienta que o objetivo do Escuta Criativa Comunitária é valorizar a criatividade comunitária, articulando o potencial da economia criativa em espaços públicos e de lazer, inclusive em equipamentos privados, promovendo produtos, serviços e experiências culturais e criativas e seus agentes.
Os artesãos que atuam na Feira da Praia de Laranjeiras foram os primeiros participantes do projeto. Eles demonstraram preocupação com o projeto que está em andamento. Ele promete melhorias para Laranjeiras, mas a feira terá que mudar de lugar. O governo municipal não teria deixado claro onde eles serão ‘realocados’ e há apreensão porque as obras começariam em agosto.
Sambaquis
Outro pedido dos artesãos é o cuidado com os sambaquis de Laranjeiras (que é um sítio arqueológico onde foram encontrados fósseis de 3.000 anos e sambaquis), que fica em uma das ruas e pode ser mais preservado, com um destaque maior para a comunidade conhecer o local.
A Fundação Cultural
A presidente da Fundação Cultural de Balneário Camboriú, Denize Leite, foi procurada pelo Página 3 e disse estar ciente da situação, citando que inclusive recebeu um dos artesãos recentemente.
“Eles serão realocados na rua ao lado do calçadão, um local que daria visibilidade para a feira, que hoje fica no meio do calçadão, mas o projeto nem foi concluído ainda, estamos estudando. Também falaram comigo sobre a questão dos sambaquis e eu disse que eles têm meu apoio, a Fundação Cultural realmente está à disposição deles”, diz.
Denize destaca que o projeto visa melhorar a condição atual de Laranjeiras e reitera que os artesãos podem contar com a Fundação e também com o Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC).
“Eles não serão realocados sem antes ter um projeto, que inclusive queremos construir juntos. Já participei de reuniões sobre o assunto e estamos abertos para recebê-los novamente. Estamos lutando por eles, a Fundação está do lado dos feirantes, de portas abertas e qualquer dúvida que eles tiverem podem nos procurar”, acrescenta.