A obra de macrodrenagem em execução na Praia Central de Balneário Camboriú está avançando, com previsão de chegada à altura da Rua 1.301 nas próximas semanas.
A intervenção, que vai do Pontal Norte até a 2000, não se resume apenas à instalação de galerias pluviais – trata-se de uma infraestrutura complexa que exigirá integração com redes já existentes e, em alguns trechos, poderá causar transtornos temporários, como explica o secretário de Planejamento Urbano, Carlos Humberto Silva.
Integração com o Canal do Marambaia exigirá cautela
Segundo Carlos Humberto, um dos pontos mais sensíveis da obra está na altura da Rua 1301, onde será feita a ligação da nova estrutura com o Canal do Marambaia.
O processo exigirá abertura da via e trabalho conjunto com outros órgãos e empresas, como a Emasa e a SC Gás, devido à possibilidade de interferência em tubulações subterrâneas.
“Vamos chegar na 1301 e haverá a ligação do Canal do Marambaia com a obra. Estamos estudando como será essa etapa porque vai causar transtornos, pode ter problema de tubulação, é um trabalho pesado. Já estamos em conversa com a SC Gás, Emasa e também com a Secretaria de Obras porque pode causar problemas hidráulicos ou até destruir alguma tubulação de esgoto. Por isso a Emasa vai apoiar”, disse.

Previsão mantida
Enquanto essa etapa mais delicada não começa, os trabalhos seguem com o acúmulo e instalação das galerias na faixa de areia.
“A obra tem que evoluir mais uns 30 dias para chegar na 1301, e aí teremos essa mudança importante”, comentou.
Carlos Humberto garantiu que a obra da macrodrenagem chegará na Rua 2.000, conforme o previsto, até o verão.
O segundo trecho, da Rua 2.000 até a 3920, está previsto para ser licitado em breve, com início das obras em fevereiro do próximo ano.
“A ideia é que esse trecho (da 3.920) desemboque no Rio Camboriú. Vale lembrar que a reurbanização dos outros trechos (com exceção da Barra Sul) só começa após a macrodrenagem”, salientou.
Calçadas e quiosques: recuperação e planejamento
Além da macrodrenagem, o secretário ressaltou que a equipe está atenta aos impactos da obra no entorno, como o desgaste das calçadas da Atlântica. A recuperação do passeio já está prevista e será executada ao longo da intervenção.
“Estamos cobrando a questão da calçada que foi destruída pela obra e vamos refazer”, informou.
Outro ponto destacado foi a situação dos quiosques provisórios de milho e churros, aguardados por comerciantes e moradores.
“Ainda não estão sendo instalados, mas o modelo já foi aprovado. Faltam só alguns ajustes para ficar bom para todo mundo. Não podemos deixar turistas e moradores sem essa estrutura, porque todos já estão acostumados com os quiosques”, acrescentou.
Reurbanização também tem novidades
A macrodrenagem abre caminho para uma reurbanização mais ampla da orla da cidade, um projeto aguardado há anos. Um trecho piloto foi executado na Barra Sul na gestão do ex-prefeito Fabrício Oliveira.
A reurbanização já tem empresas contratadas: a FJ Construtora será responsável pela execução da obra e a Mercoluz cuidará da iluminação. O contrato será assinado em breve pela prefeita Juliana Pavan.
“Estamos vencendo as etapas burocráticas. Esse segundo trecho vai da Rua 3920 até o Molhe da Barra Sul. Estamos atrás de recursos para viabilizar as próximas etapas, porque não podemos ficar com essa obra eternamente”, pontuou.
O secretário reconhece o tamanho do desafio financeiro e estima que a reurbanização completa da orla deve levar entre quatro e cinco anos para ser concluída – o que já é uma redução do prazo, pois no governo de Fabrício a estimativa era de cerca de 10 anos.
“A prefeita Juliana não concorda com esse prazo absurdo. Sabemos que é uma obra cara, custa cerca de R$ 400 milhões e também é demorada, mas não para 2034, isso não. Não é fácil arrecadar esses recursos, mas temos o compromisso de seguir com a macrodrenagem agora e iniciar a reurbanização assim que possível. Estamos trabalhando focados nisso”, completou.