A PG Tur, concessionária de transporte coletivo em Balneário Camboriú, comunicou à administração municipal que irá paralisar suas atividades no próximo dia 30.
Segundo planilhas apresentadas pela empresa, semanas atrás, o prejuízo mensal beira R$ 1 milhão, o que não chega a ser novidade porque a concessionária anterior, a Expressul, repassou o contrato devido a ser um péssimo negócio.
Ao longo de três décadas, o transporte coletivo em Balneário Camboriú nunca se viabilizou, porque a população prefere andar a pé, de bicicleta, de mototáxi, de automóvel próprio ou de Uber.
O transporte coletivo sempre foi ruim, oferecendo poucos horários, impontualidade, trajetos que não atendem aos usuários e falta de integração com as cidades vizinhas.
A queda dos passageiros em ônibus afeta gravemente também outras empresas, como a Praiana, na medida em que surgiram alternativas como motonetas e Uber.
A PGtur queria alterações -inclusive com apoio de vereadores insensatos- que poderiam ser boas para ela e ruins para a cidade, como receber subsídio de R$ 800 mil mensais.
O resultado, provavelmente, seria torrar dinheiro público sem conquistar um único passageiro a mais, e colocando o prefeito na alça de mira das autoridades porque o contrato não prevê subsídio.
Advogados espertos falaram em reequilíbrio do contrato, o que é previsto na concessão, mas não através de subsídio e sim pelo aumento da tarifa, que se tornaria estratosférica e reduziria ainda mais a quantidade de passageiros.
Outra reivindicação da empresa, também apoiada por vereadores insensatos, é implantar canaletas exclusivas para ônibus, sob a duvidosa alegação de que se o ônibus for mais rápido que os carros, os moradores deixarão seus automóveis em casa.
Curitiba é exemplo nacional em canaletas e cidade com uma das maiores frotas de automóvel per capta no Brasil.
O prefeito Fabrício Oliveira, que prometeu na campanha eleitoral de 2016, modernizar e oferecer ônibus para todos, não avançou nessa área. Pelo contrário, em sua gestão liquidaram com o Bondindinho, uma tradição da cidade e que era a linha mais rentável da concessão.
É preciso a sociedade estar atenta para não ser surpreendida com contratos emergenciais e licitações nocivas ao interesse público.