O problema dos moradores de rua é um assunto que vem sendo bastante discutido em Balneário Camboriú e no final de abril foi tema de audiência pública (relembre aqui).
A prefeitura da cidade está finalizando o programa Resgate à Vida BC, que deve ser lançado em breve.
Segundo o secretário de Assistência Social, Mulher e Família, Omar Tomalih, depois da audiência pública deram andamento na construção do programa Resgate à Vida BC e estão conversando com o Ministério Público para ‘alinhar os últimos pontos’.
“A primeira coisa que fizemos foi mudar a forma de abordagem, o Resgate Social atua 24h, mas intensificamos as abordagens na primeira hora da manhã, entre 4h30 e 5h estamos intensificando o serviço. Também estamos ampliando o número de vagas nas comunidades terapêuticas”, diz.
Omar aponta que somente na quarta-feira (7) foram feitas 110 abordagens e 80 aceitaram ajuda – o que significa ir para a Casa de Passagem (espécie de albergue municipal), por exemplo, e não necessariamente tratar a dependência química.
“Hoje temos entre 130 e 140 pessoas nas ruas em Balneário Camboriú. Na Casa eles podem tomar banho, se alimentar. Estamos num processo agora para finalizar o edital do programa Resgate à Vida BC, que terá equipe especializada. A finalização do tratamento será o foco do programa também, para que tenha início, meio e fim. Estaremos capacitando os mesmos [moradores de rua] para o mercado de trabalho, trazendo mais oportunidades. Os resultados já estão sendo muito positivos e temos certeza que com o programa isso vai se potencializar”, acrescenta.
Campanha contra esmola
O secretário também informou que a campanha contra a doação de esmolas será intensificada pelo governo municipal em breve.
“A campanha nunca parou. Vale lembrar que há três poderes em Balneário Camboriú – Legislativo, Executivo e Judiciário. A prerrogativa do Legislativo é de fazer leis e fiscalizar o trabalho do Executivo, mas a execução é prerrogativa do Executivo, é quem faz a campanha, e estamos fazendo isso. Pode ter diminuído [a campanha contra esmola] em função da falta de agência de publicidade no início do governo, mas isso está normalizando e vamos buscar conscientizar com ainda mais força a questão de não dar esmola”, pontua.
Omar comenta que a prefeitura tem convênio onde fornecem para todas estas pessoas alimento e todos que vão para a Casa de Passagem tem oportunidade de tomar banho, ganhar roupas limpas e alimento.
“Quanto mais pessoas dão esmola, mais eles são incentivados a ficarem onde estão, na rua, e não é só questão de lá ter alimento (na Casa de Passagem). Lá há psicólogos e assistentes sociais que os atendem e buscam ajudar de fato. A esmola os incentiva a ficar onde estão e também fomenta o tráfico, já na Casa de Passagem há acolhimento e apoio, o incentivo real para mudarem de vida. Temos que incentivar a terem transformação real, a saírem dessa vida na rua”, completa.