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Balneário Camboriú
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“Sempre teve tubarão em Balneário Camboriú, mas parece que as pessoas não tinham noção disso”

Bióloga diz que não tem ideia de onde estão surgindo esses números divulgados

Com os recentes registros de tubarões em Balneário Camboriú, que tiveram repercussão nacional, o assunto tornou-se frequente durante a obra de alargamento da Praia Central,  mas a presença desses animais na cidade, não é novidade.

Cação-frango (Rhizoprionodon lalandii) (Foto Divulgação/Projeto Tubarão)

A bióloga Ingrid Hyrycena dos Santos estuda os tubarões em Balneário, através do Projeto Tubarão, e conversou com o Página 3 sobre o assunto. Confira.

Dois aparecimentos recentes foram registrados

Recentemente, foi notícia nacional que desde agosto deste ano foram registradas 28 aparições de tubarões em Balneário Camboriú – o número surpreende, já que foram noticiados recentemente apenas três (o tubarão que apareceu no molhe da Barra Sul, um segundo que encalhou e foi devolvido ao mar e o terceiro que supostamente foi visto por um surfista). Esses dados seriam de um pesquisador, mas a bióloga Ingrid Hyrycena dos Santos diz que não tem conhecimento dessas informações divulgadas. 

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“Eu trabalho diretamente com pescadores, e não tenho ideia de onde estão surgindo esses números. Registros de imagens públicas há duas, o do molhe e o que encalhou, além do caso do surfista, mas esse não há foto e não é possível ter certeza do que aconteceu. É um pouco complicado, pois assusta a comunidade. É inconsequente da parte de veículos da imprensa abordarem dessa forma, como se a cidade estivesse com muitos tubarões e é ainda mais injusto compararem com Recife, onde há espécies muito diferentes de tubarões”, diz.

Cinco espécies por Balneário

O Projeto Tubarão, comandado por Ingrid, nasceu em 2018, mas ganhou força com a pandemia, em maio do ano passado. 

Tubarão-martelo (Sphyrna lewini) (Foto Divulgação/Projeto Tubarão)

“Estou há quase dois anos trabalhando diretamente com os pescadores. Há duas espécies principais em Balneário, o Cação-frango (Rhizoprionodon lalandii) e filhotes de tubarão martelo, e há registros também de Mangona, Tubarão-anequim (Mako) e o Tubarão-azul, que voltou a encalhar em Balneário e é uma espécie oceânica, que encalhou provavelmente porque já estava um pouco debilitado, já que não é uma espécie que costuma se aproximar da praia. E há também muitas raias em Balneário”, conta, citando que é comum as pessoas diferenciarem cação e tubarão, mas que se trata do mesmo animal.

Não é possível saber se alargamento influenciou no aparecimento

A secretária do Meio Ambiente de Balneário Camboriú, Maria Heloísa Lenzi, já havia dito ao Página 3 que ainda não é possível afirmar se o alargamento da faixa de areia da praia central interferiu de algum modo no habitat dos tubarões, a ponto de atraí-los. A bióloga Ingrid concorda com isso. 

“É preciso coletar mais dados para saber se há alguma ligação. É necessário fazer um trabalho para saber se a draga trouxe nutrientes para os peixes e assim atraiu um tubarões. Se aumentou a oferta de alimento para os peixes, podem sim terem surgido os tubarões, mas ainda é muito cedo para afirmar. Não tem motivo, no momento, para tal caos que foi gerado, principalmente com o ‘ataque’ que supostamente aconteceu. Desde 1931, só aconteceram dois ataques de tubarões em SC”, acrescenta.

Berçário para tubarões

Ingrid aproveita para citar que, apesar dos muitos comentários recentes, os tubarões sempre estiveram em Balneário Camboriú. 

“Você surfa e nada na casa deles. Sempre teve tubarão em Balneário, mas parece que as pessoas não tinham noção disso. As pessoas sempre nadaram com eles, só não sabiam da presença deles. As pessoas têm medo, os filmes retratam os tubarões de uma forma totalmente injusta, como se fossem assassinos comedores de pessoas, mas temos que ver pelo lado de que ter Tubarão-martelo em Balneário é muito bom porque é uma espécie criticamente ameaçada a nível global e nacional. Ter filhotes é um sinal bom, pode ser que nossa cidade seja um ‘berçário’ para esses animais, que se sentem seguros aqui. As espécies que temos aqui são indivíduos jovens, que não chegam a 1m de comprimento. Tem gente que diz ‘quando tem filhote, tem mãe perto’, o que é uma tremenda inverdade, porque quando as fêmeas parem elas abandonam as crias”, pontua.

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Dicas: o que fazer se você vir um tubarão

A bióloga deu dicas para visitantes e moradores de Balneário que enxergarem tubarões:

*Se enxergar um tubarão, se esforce para manter a calma e tente não se debater na água (o recomendável é boiar e esperar o animal se afastar, e então sair da água

*Sempre nade com outra pessoa junto ou próximo de você

*Evite nadar ou surfar em horários de alimentação de tubarões (amanhecer, anoitecer e no período noturno)

*Evite usar relógios, pulseiras e joias brilhosas (porque quando bate a luz do sol ou da luz pode se assemelhar a escamas de peixes e chamar a atenção dos tubarões)

*Evite nadar com machucados/feridas abertas que podem vir a sangrar na água.

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