- Publicidade -
23 C
Balneário Camboriú
Dalton Delfini Maziero
Dalton Delfini Maziero
Historiador, escritor, especialista em arqueologia e explorador. Pesquisador das culturas pré-colombianas e história da pirataria marítima.
- Publicidade -
- Publicidade -

O JADE NA MESOAMÉRICA

As sociedades do passado sempre tiveram uma predileção por objetos raros, que representassem poder e exclusividade entre determinadas classes sociais. Na antiga América do Sul, a concha spondylus fez parte desse rol de objetos especiais e sagrados. Já na Mesoamérica, o jade ocupou esse espaço como objeto exclusivo.

Pedra rara e de difícil trato, o jade fascinou as elites e artistas mesoamericanos pela sua cor e beleza. Entre os Olmecas – 1.000 aC. – arqueólogos encontraram em La Venta pequenos objetos representando animais, humanos, facas, machados e contas para ornamentos pessoais. Embora o tom esverdeado (conhecida como Verde Imperial) da pedra seja o mais comum, também era muito admirada a cor azul translúcida (conhecida como Azul Olmeca), que aderia aos objetos uma sacralização importante. Quando da chegada das tropas de Hernán Cortez na capital Tenochtitlán, os objetos em jade eram dos mais cobiçados e associados aos deuses. Simbolicamente, representavam a vida, fertilidade e da pureza da alma. 

O termo jade deve ser aplicado apenas a dois tipos de minerais: a nefrita e jadeite. A primeira não era originária da Mesoamérica, mas a jadeite – embora rara em todo o mundo – foi encontrada no vale do rio Motagua, na Guatemala. E esta parece ser – até o momento – a única fonte que alimentou a produção de olmecas, maias e mexicas; embora outras regiões como Costa Rica possam também ser provedoras. Na América Central, em especial Honduras e Costa Rica, encontramos também uma longa tradição no uso do jade, embora até o momento nenhuma jazida tenha sido efetivamente localizada. Em Honduras, em regiões afastadas do chamado território Maias, o jade parece ter sido utilizado simbolicamente na construção pública; enquanto na Costa Rica, esteve mais associado aos sepultamentos.

Além de sua beleza natural, o jade possuía uma simbologia que a associava à vegetação e água, à vida e morte; e por isso também as peças esculpidas eram ofertadas como tributo e negociadas como objetos de luxo entre as elites. Arqueólogos encontraram pequenos objetos de jade na boca de falecidos.

Mas o auge da arte em jade mesoamericana foi alcançado pelos Maias. Para vencer a dureza do material, eles usaram água e ferramentas abrasivas como ossos e pedras pontiagudas, produzindo assim colares, máscaras fúnebres, pingentes e estátuas. Peças belíssimas foram localizadas em sepultamentos de Tikal, Calakmul, Copán, nos cenotes de Chichén Itzá e no Templo das Inscrições de Palenque, onde o rei Pakal ostentava uma bela máscara fúnebre. 

Seja como for, o jade possui a particularidade de ser objeto de difícil datação, assim como os esculpidos em cristal de rocha, o que torna extremamente importe sua associação dentro de sítios arqueológicos localizados.

Dalton Delfini Maziero é historiador, escritor, especialista em arqueologia e explorador. Pesquisador dos povos pré-colombianos e história da pirataria marítima. Visite a Página do Escritor (https://clubedeautores.com.br/livros/autores/dalton-delfini-maziero)
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -