Balneário Camboriú pode repetir o mesmo erro de sempre, lançar uma série de candidatos a deputado e não eleger ninguém.
Na eleição de quatro anos atrás, a Onda Bolsonaro alterou a lógica das urnas, com figuras exóticas conquistando cadeiras na Assembleia e no Congresso Nacional, mas isso agora pode ter um efeito bumerangue, devido ao justo arrependimento de quem ajudou a eleger nulidades.
Além disso, ser bolsonarista hoje não é mais novidade, tem Sobrinhos do Capitão por todo canto e em muitos partidos.
Oportunismo pouco é bobagem e cada vez mais surge um pessoal achando que carregar a bandeira brasileira numa mão e a Bíblia na outra tem o poder de redimir patifes.
Me disseram que Marcelo Achutti, Allan Müller Schroeder, Mozara Paris, Taise Bodemüller e até o vereador Cristiano, que chegou no ônibus agora e já quer sentar na janela, concorrerão a deputado federal.
Com tradição na política, só enxergo o Marcelo. Embora Mozara, numa ocasião em que concorreu a vereadora, tenha obtido surpreendente votação.
O Allan Müller Schroeder me parece queimando o filme na largada. No convite que distribuiu nesta semana, tem a imagem do Maneca Dias, cacique pedetista sem votos, com um controverso histórico na política catarinense. Um novo associando sua imagem ao desgastado é temerário.
A Taise Bodemüller concorreu a vereadora em 2020 e fez 41 votos.
O vereador Cristiano ControlC-ControlV, um campeão na arte de copiar projetos de outras cidades, eu calculo que não vá conseguir nas urnas, como diziam nas antigas, o número do sapato.
Para deputado estadual, o cenário é mais confuso. Da turma do prefeito Fabrício são dois pré-candidatos: Omar Tomalih e Anderson Santos. Com dois disputando no mesmo grupo político, é provável que nenhum se eleja, então alguém terá que abrir mão.
Apesar de Anderson ser o queridinho do prefeito, enxergo o Tomalih mais forte porque deve correr abraçado com um campeão de votos, o Ismael.
O vice-prefeito Carlos Humberto acaba de descobrir como funciona a política, seu mui amigo prefeito não lhe deu moleza alguma. Concorrendo pelo PL, o mesmo partido do Bolsonaro, Carlos vai enfrentar uma pedreira e precisaria de muitos votos -que eu acho que ele não tem.
Edson Piriquito saiu do MDB, onde não tinha chance alguma e foi buscar espaço viável no Republicanos (do governador), partido sem muitos nomes fortes no Estado e que pode lhe garantir a eleição com 18 mil votos. Não custa lembrar que quatro anos atrás ele conseguiu 20.063 votos, então dessa turma toda parece ser quem calculou melhor.
O campeão de votos para vereador, Lucas Gotardo, pode ter bom desempenho porque é humilde, defende boas bandeiras e faz política gastando sola de sapato, conversando de casa em casa. No entanto, o partido dele, o Novo, é uma nulidade e isso torna complicada a caminhada.
Parece que o vereador Arlindo Cruz quer concorrer, mas não acredito que tenha votação expressiva; assim como não acredito que a publicitária Ciça Muller se destaque nas urnas.
Essa eleição é importante também para a que vai acontecer dentro de dois anos, a de prefeito. Quem se sair bem, fica bonito na foto para 2024.