Ao falar na cerimônia de diplomação, como vereador mais votado de Balneário Camboriú, Jair Renan Bolsonaro produziu aquilo que se esperava dele, um amontoado de raciocínios esquisitos.
Ele disse, por exemplo, que vai lutar contra a injustiça do pacto federativo: “Basta, isso tem que mudar, chega de sustentar a máquina da esquerda…”
Não ocorreu ao diplomado que o pacto federativo é o mesmo de quando o pai dele era presidente e, descobriu-se depois, os brasileiros estavam sustentando, com seus impostos, sociopatas golpistas.
Jair Renan parece viver numa realidade paralela, pois acredita que os golpistas sejam democratas lutando contra o arbítrio, quando na realidade o que eles pregam é exatamente o contrário da democracia, um golpe militar, para implantar uma ditadura comandada pelo pai do confuso rapaz.
Jair Bolsonaro, o pai desse novo parlamentar, não é herói de coisa alguma, tem que prestar contas à justiça pelo que ele e outros fizeram contra a democracia brasileira.
A respeito desse discurso chinfrim, pedi a opinião de outro vereador diplomado, Eduardo Zanatta, que me disse o seguinte:
“A palavra é medíocre. O discurso foi medíocre e constrangedor para a Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú; de quem não respeita o Poder Legislativo Municipal que é a instituição que ele vai representar a partir de 1o de janeiro e não respeita a escolha democrática da população de Balneário Camboriú nas urnas.
Porque o discurso do mais votado é representando os 19 vereadores eleitos, representando a comunidade que elegeu os seus parlamentares.
É falar em nome do Poder Legislativo e não propagar apenas o nome do seu pai que está inelegível, e usar o momento solene para fazer campanha política partidária.
Foi tão constrangedor que o auditório ficou praticamente em silêncio e depois ovacionou o discurso respeitoso institucional e em defesa da democracia que o vereador Marlon Borsatto, da vizinha Camboriú fez em nome da sua Câmara de Vereadores.“
