O mais recente grande negócio imobiliário de Balneário Camboriú foi a venda do tradicional Hotel Villa do Mar, da família Amann, para o grupo FG.
O mercado fala de permuta em torno de 50% e, se isso é verdade, teríamos um novo patamar, com valores elevadíssimos.
Lembro que no passado não muito distante o mercado falava em 25% de permuta e já era alto, então 50% é espantoso.
As vendas ainda não estão abertas, mas fiquei sabendo que o preço inicial de cada apartamento, com cerca de 340m2, é R$ 14 milhões. Seriam em torno de 60 unidades, o que dá um VGV superior a R$ 800 milhões.
O fim do Villa do Mar aguça uma dificuldade que Balneário Camboriú enfrenta há alguns anos: a redução de leitos na hotelaria tradicional.
O prefeito Fabrício Oliveira cogitou de resolver, criando uma política de rejuvenescimento da hotelaria instalada e de incentivo a novos investimentos, mas não foi adiante.
Naquela ocasião, ele me mostrou um projeto elaborado por uma turma e, logo que bati o olho, constatei que era uma picaretagem, para construir e vender apartamentos de um dormitório, disfarçados de apart-hotel.
Já tivemos esses episódios na praia e o resultado não foi bom, porque a base de sustentação para Balneário Camboriú é não permitir a construção de pombais.
Esse modelo foi idealizado no governo Spernau, com a relevante participação do engenheiro Auri Pavoni, durante as reuniões do Plano Diretor de 2008. A ideia-base é que não precisamos de moradores em pombais, queremos turistas e donos de apartamentos de luxo, para gastarem aqui e dividirmos o dinheiro entre a população fixa, na forma de salários, serviços sociais etc.
Algumas pessoas que pressionam o Fabrício para construir de qualquer maneira, são financiadores dos projetos do prefeito e isso exige ficar ligado porque, todos sabemos, tem gente que só quer levar vantagem.
O prefeito já perdeu tempo demais para elaborar um projeto para a hotelaria, mas às vezes é melhor não fazer nada do que fazer de qualquer jeito.