Dias atrás o colunista JC fez um chororô, acusando pesadamente de traidor o então presidente da Câmara de BC, David La Barrica, “por transferir a eleição da Mesa da Câmara para o Centro de Eventos Júlio Tedesco, onde vereadores estariam mais sujeitos a pressões”.
Aquilo me pareceu psicografado por alguém ligado aos interesses de Marcelo Achutti e incorporado ao Pai Athanázio, encosto ficto do supracitado colunista, que deu uma informação errada por não ler a Resolução que transferiu a posse e não a eleição da Mesa para o Centro de Eventos Júlio Tedesco.
Ontem à noite, durante a eleição da Mesa, os vereadores Kaká Fernandes e Samir Dawud foram acusados de “trair” o grupo que apoiava Achutti à presidência.
Na verdade, quem traiu seu grupo político foi Achutti que, mesmo sendo filiado ao MDB, da chapa majoritária de Juliana à prefeitura, fez campanha para eleger um prefeito do PL, e ontem queria vencer a disputa para a Mesa da Câmara, apoiado por vereadores do PL.
Precisam ficar claras as motivações de Achutti para trair o MDB e apoiar Fabrício: segundo o Portal da Transparência da prefeitura de BC, nos últimos três anos a instituição que ele preside, a Creche Vianna de Carvalho, recebeu do governo Fabrício de Oliveira R$ 7.481.945,00 em contratos educacionais.
Em 10 de julho de 2024, o ex-prefeito Fabrício de Oliveira assinou com Achutti, um aditivo para concessão de uso, por mais 25 anos, de um imóvel na Rua Paraguai, 254, onde funciona o Centro Educacional Vianna de Carvalho.
Isso foi 90 dias antes da eleição para prefeito na qual, repetindo, Achutti não apoiou o seu partido na aliança com Juliana Pavan e fez campanha pelos candidatos lançados por Fabrício de Oliveira, seu benfeitor.
Na Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú costuma ter todo tipo de gente, mas com certeza raríssimos trouxas, e todos sabiam o “potencial” de uma gestão do Legislativo comandada por Achutti contra uma prefeita recém-eleita, por isso os mais lúcidos, mais interessados em não embaçar a cidade, votaram contra – e ele perdeu.