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Balneário Camboriú

Não tem nada errado em possuir armas em casa

Waldemar Cezar Neto
Waldemar Cezar Neto
O autor é jornalista
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Durante os quarenta e três primeiros anos da minha vida eu convivi com armas, minha casa era cheia de armas, pois meu pai era caçador, atividade na época legalizada no Rio Grande do Sul e que atraía gente de todo o Brasil.

Neste final de semana visitei a casa onde me criei, num distrito interiorano de Porto Alegre, e um novo vizinho me disse que um antigo morador daquela casa tinha um arsenal e por isso as portas eram de ferro. 

Esse morador era meu pai que tinha um arsenal sim, mas era para caçar perdizes, lebres e marrecões. As portas de ferro protegiam contra larápios quando ele passava extensas temporadas em Balneário Camboriú, desde a época do Schultz.

Nós crianças convivíamos com pólvora, chumbo, espoletas, buchas de algodão, buchas de papelão, cartuchos de metal, cartuchos de papelão… diversas espingardas, revólveres de vários calibres e cachorros que de vez em quando levávamos ao campo do Brunelli, ali perto, para treinar rastreando buchas de penas de perdiz.

Boito, CBC, Saint-Étienne, Winchester, Taurus, Rossi, Beretta etc. faziam parte do vocabulário da gurizada, acostumada a matar pencas de preás e (que pecado) passarinhos.

Durante todo esse tempo tivemos apenas dois episódios com armas: meu irmão deu um tiro no próprio dedo, com uma espingardinha de pressão, e uma calibre 16 disparou dentro da Kombi. Um amigo do meu pai, o Lúcio, ficou cego, mas milagrosamente neste incidente, causado pela imprudência de andar com uma arma de caça carregada dentro do carro, ninguém morreu.

Durante parte da minha vida andei armado porque morava em Copacabana e trabalhava no subúrbio, na divisa com a Baixada Fluminense, lugar onde é melhor andar armado mesmo. Também ia armado para o sítio aos finais de semana, em Magé, lugar famoso pela beleza natural, por ser a terra do Garrincha e palco de chacinas e outras ocorrências do gênero. 

No meu distrito de infância corria a brincadeira que a polícia, cansada das brigas no clube, onde era proibido andar armado, mudou o cartaz da porta, proibindo entrar sem arma e nunca mais deu briga porque quando é possível que todos estejam armados o sujeito pensa duas vezes antes de desaforar um homem ou mulher.

Vejo jornalistas e pessoas em geral escrevendo sobre armamento e desarmamento, na maioria gente que nunca atirou com uma arma ou não sabe a segurança que ela transmite quando, no meio da noite, o cachorro late no quintal. 

É importante em muitas regiões do país ter uma arma para sua proteção, proteção da sua família, proteção da sua propriedade.

Um tiro para cima tem efeito calmante, os gatos e os machões correm, até os cachorros param de latir.

É bobagem achar que as armas nas mãos da população vão servir para uma revolução ou para qualquer coisa desse tipo, não serviram em 1964 e não servirão agora porque contra canhão do Exército revólver não faz diferença.

Os defensores do desarmamento nem falam nisso, mas a quantidade de crimes depois da limitação das armas é semelhante à de antes, quando havia mais liberalidade no uso, porque os motivos da criminalidade estão ligados à miséria, falta de estudo, disputas no tráfico de drogas etc.

A maioria dos brasileiros também achava bom ter arma, 65% disseram isso no referendo de 2005, mas o governo, na ocasião petista, não levou em conta a vontade da população.

Não defendo ter arma para sair pelas ruas dando tiro nas pessoas, não se trata disso, mas penso que é absurdo o cidadão não poder ter um instrumento de defesa da sua vida, da sua família e da sua propriedade.

*Waldemar Cezar Neto é jornalista e defende o direito das pessoas possuírem armas para sua defesa.

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