Após vários anos enviando sinais confusos sobre seu posicionamento político, o prefeito Fabrício Oliveira sofreu expressiva derrota na eleição da Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú; e seu grupo político, outrora majoritário, ficou sem nenhum dos quatro cargos na mesa diretora.
É um sinal inequívoco de que o café de Fabrício está esfriando, mostra que os políticos da cidade estão menos preocupados com ele e mais com quem irá sucedê-lo dentro de dois anos no comando de Balneário Camboriú.
Apoiavam Fabrício e foram decisivos ao trocar de lado os vereadores Marcos Kurtz e David La Barrica, este eleito para presidir o legislativo municipal pelos próximos dois anos.
Foram 11 votos da “nova oposição” a Fabrício contra 8 dados ao seu candidato à presidência, Omar Tomalih.
Se Kurtz e La Barrica não tivessem trocado de lado, Tomalih estaria eleito e o prefeito continuaria dominando a Câmara não pelo diálogo permanente ou projetos conjuntos, mas pelo cabide de empregos.
Marcos Kurtz foi eleito vice-presidente; Marcelo Achutti ficou com o cargo de 1o secretário, que lhe dará forte divulgação, porque cuidará das leituras durante as sessões, e para 2o secretário foi escolhido Asinil Medeiros.
Todos os cargos, menos o de presidente, foram decididos pelo critério da proporcionalidade na mesa diretora, o que mostra uma espantosa falta de planejamento por parte de Fabrício e seus aliados na montagem da chapa.
Essa nova oposição legislativa, agora majoritária e portanto com potencial para tutelar o prefeito, reúne André Meirinho (Progressistas), Asinil Medeiros (PL), David LaBarrica (Patriota), Eduardo Zanatta (PT), Elizeu Pereira (MDB), Juliana Pavan (PSDB), Lucas Gotardo (Novo), Marcelo Achutti (MDB), Marcos Kurtz (Podemos), Nilson Probst (MDB) e Patrick Machado (PDT).
Do grupo não emerge no momento (assim como não emergiu das urnas) um favorito à prefeitura, mas o jogo está só começando.
Caberá a esse grupo -e não mais ao do prefeito- comandar o projeto de revisão do Plano Diretor, a tarefa mais importante para o interesse da cidade que o Legislativo tem pela frente de agora em diante.
Eles também terão que decidir os destinos da Emasa e os enormes investimentos necessários para revitalização dos serviços de água e esgoto, visando a próxima década.
E, se tiverem tempo, poderiam olhar essa imoralidade que está ocorrendo com o transporte coletivo, com o pagamento de subsídio milionário a quem nunca conquistou através de licitação o direito de recebê-lo.