O historiador e cientista social inglês Eric Hobsdawm realizou uma pesquisa que me parece única, pelo menos nunca vi outra na mesma linha. Trata-se de um estudo sobre os chamados “rebeldes primitivos” cujos movimentos revolucionários eclodiram nas mais diversas partes do mundo. Os revoltosos assim designados foram aqueles que se rebelaram sem fins políticos ou partidários e não foram influenciados por ideologias específicas como o marxismo, o nazifascismo e outras correntes filosóficas. Nada tiveram em comum com a Revolução Russa, de 1917, com a Grande Marcha de Mao-Tsé-Tung, com o nazismo de Hitler e o fascismo de Mussolini ou com a Revolução Cubana. Tratava-se de movimentos populares espontâneos, surgidos de baixo para cima, tentando alterar pela força um status quo injusto e violento que dominava determinados locais ou regiões. Segundo os sociólogos e juristas, foram autênticas revoluções populares. O tema da curiosa pesquisa resultou no livro “Rebeldes Primitivos”, obra pela qual o autor tinha especial consideração e que é destaque em sua produção, tanto pela crítica como pelo número de leitores Salvo engano de minha parte, a chamada Guerra do Contestado que aconteceu entre 1912 e 1916 em nosso Estado, se enquadra nesse conceito.
Existem no Estado várias marcas e recordações do Contestado, nem sempre conhecidas pelos catarinenses. São locais históricos, marcos e monumentos registrando episódios ou figuras envolvidas no conflito. Em Porto União, Matos Costa, Calmon, Irani e outros locais eles esperam pela visita dos interessados pela guerra que tanto marcou a região.
PUBLICAÇÕES O incansável escritor e cineasta Saulo Adami deu a público o livro “Walter Orthmann, um homem único”, biografia de um cidadão que dedicou 80 anos de trabalho ao grupo Renaux e faleceu em 2014 aos 102 anos de idade; Bem documentado e farto em iconografia é um belo trabalho sobre um cidadão dedicado ao seu mètier. Em coautoria com Juliano Martins Mazzola, publicou “Nova Trento na visão dos viajantes”, trabalho interessante para o conhecimento daquela cidade e sua região. Adami publicou ainda os livros “Carlos Boos – Professor, cooperativista, empreendedor e político”, “Corbélia nas eleições de 1982 – Uma cidade em polvorosa” e o magnífico livro-álbum “Antônio Augusto Nóbrega Fontes”, biografia ilustrada. Suas obras são importantes contribuições para o conhecimento de nosso Estado e suas marcantes personalidades. XX Recebi o número 53 da revista “Cabeça Ativa”, editada em São Vicente (SP) por Cláudia Brino e Vieira Vivo e que dedica cada nova edição a um tema específico. Neste último o assunto é mesa, revelando as mil formas como as pessoas enxergam o móvel, na grande maioria em versos. A revista aumenta cada vez mais sua circulação e foi considerada pela IWA a melhor revista de poesia temática do Brasil. XX O operoso escritor potiguar Manoel Onofre Jr. está publicando a segunda edição de “O Caçador de Jandaíras”, memórias de um menino nascido em Martins (RN) que se tornou um expoente das letras nordestinas e desembargador do Tribunal de Justiça. É um livro tocante sobre o qual escrevi em outra oportunidade. A capa retrata com impressionante realismo um trecho da caatinga que me faz imaginar o Raso da Catarina, onde nunca fui, mas esteve sempre na minha mira. XX O escritor paulista, também cineasta, Cláudio Feldman publica o livro “ABZ dos Esdrúxulos – Bioficções” contendo textos curtos, como é de seu estilo, mas de alta qualidade literária. Diz o autor que com mais esse volume prossegue na mesma loucura literária que eu, ele com 57 e eu com 60 obras publicadas. Penso que ele tem razão: não é mesmo uma loucura? XX A escritora Maura Soares, de Florianópolis, envia a “12ª. Coletânea de Contos e Poemas” da Academia de Letras de Itapoá (SC), em cujo concurso obteve o primeiro lugar. Acompanhando a gentil oferta veio longa carta em que ela se deu o trabalho de comentar cada texto de um livro meu com argutas observações. Meus agradecimentos à colega de ofício. Maura é participante da antologia “Escritores Brasileiros” organizada pelo Grupo Literário A ILHA há pouco lançada. XX José Alberto Barbosa, amigo e colega do Ministério Público, conhecido como o poeta Juca Serrano, envia-me copioso material sobre suas pesquisas e produções recentes. E admirável o leque de sua curiosidade intelectual que o leva a estudar os mais variados temas, além de se dedicar à prosa e ao verso. Foi premiado no ano passado em concurso literário promovido pela Associação Catarinense do Ministério Público (ACMP). XX O escritor Gustavo de Castro, de Brasília, informa que concluiu a biografia de Guimarães Rosa em que vinha trabalhando. Segundo ele, foram dez anos de pesquisas contínuas com a colaboração de uma equipe. O volume terá cerca de 800 páginas com muitas fotos, mapas e outros materiais iconográficos. Estou certo de que será um marco nos estudos roseanos e nas letras nacionais. Efusivos parabéns ao renomado escritor e professor por tão importante realização.