RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Seis turistas, incluindo uma criança, ficaram feridos após ataques de piranhas ocorridos no último final de semana na Represa do Broa, em Itirapina, interior de São Paulo. Os incidentes foram registrados no sábado (25) e domingo (26), durante o período da piracema, época reprodutiva da espécie.
De acordo com a prefeitura, dois dos feridos precisaram de atendimento médico da Defesa Civil e foram encaminhados ao Hospital Municipal São José. Os demais foram socorridos por meios próprios. Todos passam bem, segundo o município.
O biólogo Fernando Magnani disse que a espécie não é natural da região. “Se está instalada, é uma invasora nativa. Ela pode ser sido privilegiada por recentes alterações ambientais que ocorreram na represa, como, por exemplo, a introdução de espécies exóticas como tucurané e tilápia que reproduzem com mais rapidez e ocupam mais o ambiente.”
“Um acidente desse acontece quando o banhista acaba entrando no local onde o peixe tomou como território. Esse tipo de mordedura é característica de defesa de território”, completou.
Apesar de ataques semelhantes já terem sido relatados em outras cidades da região, como Pereira Barreto e Santa Cruz da Conceição, este é o primeiro registro desse tipo na represa do Broa. Autoridades ressaltam, no entanto, que se trata de um caso isolado associado ao comportamento típico das piranhas na época de reprodução.
As piranhas atacam principalmente nas áreas com aguapés (espécie de planta aquática) às margens da represa, locais onde se reproduzem. Durante a piracema, os machos tornam-se mais agressivos, pois defendem seus ninhos contra ameaças. Esse comportamento pode ocasionar incidentes com banhistas.
A Represa do Broa é uma das atrações turísticas da região e costuma receber grande fluxo de visitantes no verão.
Para evitar novos ataques, o município anunciou que irá implementar sinalizações nas áreas de risco.
“Estamos tomando as devidas providências para garantir a segurança dos banhistas e informá-los sobre os perigos neste período crítico”, informou a gestão municipal em nota. A administração também afirmou que deverá consultar especialistas para estudar outras medidas.
A prefeitura pede atenção às sinalizações e recomenda que visitantes evitem as áreas próximas à vegetação aquática, especialmente durante o período da piracema. “Nosso objetivo é garantir que todos possam desfrutar da natureza com segurança”, diz a nota.