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Balneário Camboriú
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Livro conta como uma praia esquecida pela cidade-mãe vira um dos destinos mais desejados do sul do país

O livro Balneário de Camboriú – Formação Social, Econômica e Política – Volume I, do jornalista e escritor Bola Teixeira, ainda não foi lançado oficialmente, mas já está circulando na cidade.

Com 400 páginas e 1200 exemplares este é o sétimo livro publicado pelo jornalista que também é historiador. Em 2001 Bola lançou sua primeira obra, uma biografia de seu pai ‘O Craque Eterno’. Depois editou ‘Artes Urbanas’, lançado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (2016), depois vieram ‘Quem Sou Eu – a Saga da Família Fischer, de Klaus Fischer (2017), ‘Como Criar um Corrupto’, do delegado Edson Forneroli (2018); Grupo Escoteiros Leão do Mar – Desde 1980 em Balneário Camboriú (2018) e ‘Servidores de Balneário Camboriú’ (2019).

Nas poucas semanas de circulação, a nova obra já chegou à secretaria da Educação, Fundação Cultural, Museu da Imagem e do Som e também está disponível na Banca do Billy (no Atlântico Shopping).

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Esta semana Bola Teixeira disse ao Página3 que apesar de muito jovem, 55 anos, a cidade tem tanta história, que decidiu dividir o livro em três volumes. Acompanhe:

Na contracapa do livro diz que o objetivo desta publicação é o de percorrer os fatos que transformaram uma área litorânea inóspita e esquecida pela cidade mãe – Camboriú – em um dos destinos turísticos mais desejados do sul do Brasil. Objetivo alcançado?

Bola Teixeira – Posso dizer que sim, até demais. Quando quando comecei a reunir todas as informações e à medida que novas histórias chegavam, senti que não conseguiria colocar num livro só todo o material, porque ia passar de mil páginas. Então decidi dividir em três volumes: do primeiro hotel até o último ano do governo Ghislandi e a eleição de Gilberto Meirinho (1972). Agora vem o segundo volume que é o período entre 1973 a 1988 e o último, do ano 1989 a 2000.

Em quanto tempo virão os novos volumes?

Bola – Pretendo lançar o segundo no final do ano que vem, início de 2022. Já tenho ele em mente. É diferente de fazer o primeiro, quando eu não sabia o que teria de material à disposição. Agora vai ficar mais fácil, já sei como conduzir.

Como surgiu a ideia de escrever esse livro?

Bola – Na verdade, fui provocado para escrever o livro pelo Fernando Delatorre. Um dia ele me ligou pra ir no escritório dele. Fui sem saber de nada, nem porque estava me chamando. Cheguei lá ele estava com o livro do Klaus Fischer na mão e perguntou se eu queria fazer um livro sobre a história de Balneário Camboriú. Eu levei um susto. Mas achei interessante. Perguntei então se podia buscar mais apoiadores e ele respondeu afirmativamente. Depois disso levei dois anos e meio na pesquisa e elaboração do livro.

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Quem foram os apoiadores?

Bola – Quem tá comigo desde o começo é o Fernando Delatorre, o Álvaro Silva e o Júlio Tedesco. Quase todo esse tempo está o Cláudio Fischer. Depois vieram Carlito Cechinel, Macita Werner da Camvel, Hotel Pires, Cesar Pio, Nivaldo Pinheiro pelo Marambaia Hotel e a Fundação Cultural que pagou a impressão pelo edital 0001/2019 de apoio a livros.

Descobertas sobre o histórico de Balneário Camboriú

Bola – Com fotos e fatos do passado a gente descobre o que é Balneário hoje. Coisas que nem se imaginava que aconteceram. Por exemplo: nos anos 60 já se falava na construção de um túnel na BR-101, e a BR sequer estava concluída…No mesmo período, já se falava em um molhe na Barra Sul…e até em um empreendimento na Ilha das Cabras…

Novidades que encontrou no caminho?

Bola – Fiquei muito surpreso com o Plano Diretor feito pelo governo do Estado, na época do governo Higino Pio/Egon Stein, porque ali estava toda cidade já projetada, inclusive o Parque da Santur e todas as avenidas que temos hoje, a Interpraias, que aparecia como via Panorâmica…foi um estudo muito detalhado e alguns números levantados na época registravam uma população fixa de quase 8 mil habitantes. Em 1969 eram 1305 domicílios permanentes e 2.704 de veranistas; havia na praia 25 bares, cinco churrascarias, nove restaurantes, duas lanchonetes, duas fruteiras, duas agências bancárias, 14 lojas, uma agência de correios, um cinema, três clubes, 11 hotéis de alvenaria (371 quartos), dois de madeiras (46 quartos) e dois mistos (21 quartos). Outro fato que chamou muito minha atenção foi sobre todos os bastidores da morte do primeiro prefeito eleito Higino Pio, muito triste e surpreendente.

Foram as ‘lendas vivas’ que abasteceram de informações, histórias, fotos, documentos e tudo guardadinho na memória…como o Álvaro Silva, por exemplo. Desde que o Página3 existe, há 29 anos, sempre recorremos a ele, para nossas matérias sobre a história de Balneário Camboriú. E ele sempre impressionou a todos com tudo que guarda na memória até hoje.

Bola – O Álvaro me surpreendeu não só pela memória, mas pela vontade que ele tem de falar sobre o passado, isso é bacana e muito forte nele. Sim, ele sempre foi referência em nossa história. Três morreram no período de pesquisa: Carlos da Rosa, Anna Nahyr Costa (neta do Miguel Matte) e Jaci da Silva (primeiro taxista de BC), que também tinham muita história para contar.

Fatos e personagens que chamaram atenção?

Bola – Tem muita informação sobre a divisa da cidade, não foi o rio Camboriú que separou as cidades, foi por causa do Colégio Agrícola, que foi inaugurado em 62, e era a galinha dos ovos de Camboriú. Camboriú perdeu a praia porque ela não tinha função, não servia para nada, a não ser para os pescadores. Por exemplo: Pedro Saut Junior, prefeito de Camboriú, personificava a rejeição que seu povo tinha pela praia. Quando ia de ônibus para Itajaí, ele saltava na esquina da Central com a avenida do Estado, só para não passar pela praia e ficava ali esperando o ônibus retornar da Central para ele entrar novamente e seguir até Itajaí. Outro fato que chamou atenção é a relação de Balneário Camboriú com Blumenau naquele tempo, desde os anos 40 até depois da emancipação. Tanto que o interventor da praia foi de lá. A praia era uma espécie de colônia de lazer dos blumenauenses mais endinheirados. Naquele tempo ter casa na praia já era status. Entre os personagens, outro que despertou interesse foi Miguel Matte, ele conheceu a praia com 75 anos, vindo do interior do Paraná. Apaixonou-se pela praia, comprou o hotel Balneário, totalmente destruído pelos soldados em 1948.

Os jornais da época também foram importantes nessa pesquisa.

Bola – …foram muito importantes, cito o jornal O Povo (Itajaí), A Nação e a Cidade (Blumenau), O Estado (Florianópolis), O Sol, Voz do Litoral e Jornal de Santa Catarina que circularam durante o período abordado neste volume. Além disso, as atas da primeira e segunda legislaturas da Câmara local e algumas informações do largado arquivo histórico de Camboriú.

Além de levar conhecimento para o público em geral, o livro pode ser usado em pesquisas nas escolas.

Bola – A secretaria da Educação vai marcar uma data para me reunir com todos os professores de história, para debater a possibilidade de criar uma nova disciplina no currículo escolar. Quero propor a possibilidade de criar uma disciplina sobre a história de Balneário Camboriú, tem muitos aspectos para abordar. Um deles, resgatar a arquitetura que ainda temos na praia, aqui ainda existem várias casas dos anos 40, 50, 60 por que não referenciá-las, identificá-las, levar esse tipo de informação faz parte da história. 

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