A escritora Louise Salomé, de Balneário Camboriú, lança nesta quarta-feira (15) o seu segundo livro “La Petite Mort”, que trata do erotismo em diversas linhas de pensamento fazendo uma travessia entre a filosofia, literatura, psicanálise e artes visuais.
Segundo a autora, “La Petite Mort” é uma obra que contempla dois anos de pesquisa numa escrita experimental com diálogos e citações entre autores que ganham outra autonomia num fluxo de consciência que buscam trazer o erotismo feminino.
A obra foi contemplada pela LIC – Lei de Incentivo e Cultura, de Balneário Camboriú de 2021. Conta com a participação da artista Jazz Ica Rafaela para a capa e ilustrações. Produção de Thais Alemany da Expancine Produções e Fabio Brüggemann na edição pelo Estúdio Semprelo.
O lançamento será na noite desta quarta-feira (15), às 19h, no Jardim Elétrico, que fica na Rua 904, 333, no Centro de Balneário Camboriú.
O evento contará com a presença da escritora, do violoncelista Will Fedrizzi e mais artistas convidados.
Saiba mais
Louise Salomé nasceu em 1984. É bacharel em Filosofia e doutora em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pesquisadora do erotismo, também atua como calígrafa, modelo vivo e performer. Publicou o livro Travessia de Salomé – escrever o erotismo, em 2020.
Trechos do livro
“Morro de não morrer. Morro e meu corpo continua funcionando. O que realmente morre? Talvez ainda não seja a morte do gozo, que sempre é grande como um sofrimento que sobeja nos beijos partidos, nas despedidas inesperadas, nas perdas irreversíveis. Nesse momento, não sou um corpo ocupando um lugar no espaço. Não habito lugar algum. Caio no abismo enquanto, num momento de suspensão, navego numa brecha que se abre diante de mim, é ela que me toma toda, e assim me dissolvo, a ponto de não saber se há outro, e qual a sua função. Mas não é uma questão que faça diferença no momento do gozo. O que está em questão aqui é o regresso de uma morte morrida, mas que não nos matou. Trata-se do retorno da pequena morte, que estende e contrai num só ato, o corpo ainda vivo no qual penetra. Gozar não é morrer, mas repetir uma morte que não nos matou.” (Página 70)