- Publicidade -
- Publicidade -
18.9 C
Balneário Camboriú

Prefeita assina decreto que impede realização do Festival Burlesco no Teatro Municipal de Balneário Camboriú

Juliana disse que não se trata de censura e sim de ‘respeito às famílias’; na quarta-feira, a Câmara Setorial de Teatro de Balneário Camboriú emitiu nota de repúdio, em apoio ao Festival Burlesco 

Página 3 no Instagram
- Publicidade -
- Publicidade -

Leia também

Vereador Jair Renan Bolsonaro expõe ignorância política em mais um projeto de lei

Socialismo e comunismo são correntes políticas legaliuzadas no Brasil

Monumento das Sereias de Balneário Camboriú pode ser restaurado após anos de abandono

Escultor Jorge Schröder fala sobre a obra e a esperança de retorno das sereias ao espaço público

Prefeita assina decreto que impede realização do Festival Burlesco no Teatro Municipal de Balneário Camboriú

Juliana disse que não se trata de censura e sim de ‘respeito às famílias’; na quarta-feira, a Câmara Setorial de Teatro de Balneário Camboriú emitiu nota de repúdio, em apoio ao Festival Burlesco 
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

Conforme já antecipado pelo Página 3 que aconteceria (relembre aqui), a prefeitura de Balneário Camboriú publicou nesta quinta-feira (29) o Decreto nº 12.348/2025, que proíbe a utilização de espaços públicos municipais, em especial o Teatro Municipal Bruno Nitz, para a ‘realização de eventos, apresentações e atividades com conteúdo sexual, erótico ou similar, ainda que destinados exclusivamente ao público maior de 18 anos’. 

A publicação vem para inviabilizar a realização do Festival Burlesco, que aconteceria em setembro, no Teatro Municipal.

O presidente da Fundação Cultural da cidade, Allan Müller Schroeder, já havia antecipado ao jornal, na terça-feira (27), que o evento não irá mais acontecer no Teatro Bruno Nitz, conforme inicialmente divulgado pela própria FCBC em seu site e que a prefeita Juliana Pavan estaria lançando nos próximos dias um decreto específico para ‘clarear que esses eventos não devem ocorrer em nossos equipamentos’ – o que aconteceu nesta quinta (29). 

O que diz o decreto

Segundo o governo municipal, a medida assinada por Juliana está fundamentada na Lei Orgânica do Município e ‘leva em consideração dispositivos da Lei Municipal nº 3.808/2015, que trata da permissão de uso do teatro e estabelece suas finalidades e limitações’. 

O objetivo, conforme o decreto, é ‘garantir que os espaços públicos — não apenas o Teatro Municipal — sejam ambientes voltados à promoção da cultura, educação, entretenimento e convívio social, alinhados aos valores éticos e culturais da coletividade’.

- Continue lendo após o anúncio -

Prefeita explica motivação

Em nota enviada pela prefeitura, a prefeita salientou que é dever dela ‘zelar pelo uso adequado dos espaços que pertencem à comunidade’. 

“Ao assinar o decreto a gestão municipal reafirma seu compromisso com o respeito às famílias, à diversidade de públicos que frequentam esses locais e à função educativa e cultural que esses espaços devem cumprir”, disse.

Juliana comentou ainda que ‘a medida visa assegurar que os espaços públicos permaneçam apropriados para todas as idades, promovendo cultura, arte e entretenimento acessíveis a todos’.

Foi neste trecho que ela destacou que não é uma censura – em clara resposta aos artistas que se manifestaram, inclusive nas redes sociais do Página 3, alegando que proibir a realização do Festival no Teatro Bruno Nitz seria censurar o evento.

“Não se trata de censura ou de restringir a liberdade de expressão artística. Ao contrário: valorizamos a cultura e as manifestações artísticas em sua pluralidade. No entanto, é dever do poder público estabelecer critérios que garantam que os espaços públicos cumpram seu papel social, educativo e cultural com responsabilidade”, afirmou a prefeita.

Juliana também teria determinado a revisão de todos os contratos firmados no último ano e que estão previstos para serem realizados no Teatro Municipal Bruno Nitz ou nos demais espaços públicos do município.

Câmara Setorial emitiu nota de repúdio

Na noite de quarta-feira (28), um dia antes do decreto ser publicado e com base na matéria publicada pelo Página 3 sobre a confirmação de que o evento não seria mais no Teatro Bruno Nitz, a Câmara Setorial de Teatro emitiu uma nota de repúdio, em apoio ao Festival Burlesco, acompanhe abaixo, na íntegra: 

“A Câmara Setorial de Teatro manifesta seu total repúdio à decisão da Fundação Cultural de Balneário Camboriú, que impediram a realização da programação do Festival Burlesco, com classificação indicativa para maiores de 18 anos no Teatro Municipal Bruno Nitz.

- Continue lendo após o anúncio -

Essa medida representa um grave ataque à liberdade artística, garantida pela Constituição Federal no artigo 5º, inciso IX, que assegura a livre expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.

Espetáculos com classificação 18+ não são, por definição, obscenos ou imorais. Envolvem temáticas complexas — como sexualidade, erotismo, violência, política, crítica social — legítimas no contexto artístico.

O gênero burlesco, em especial, é uma linguagem cênica consagrada mundialmente e carrega importante carga histórica, estética e social, especialmente no debate feminista e nos direitos LGBTQIAPN+.

Reforçamos: espaços culturais públicos são para todas as linguagens artísticas, desde que respeitada a classificação indicativa. Limitar sua utilização com base em critérios morais subjetivos é censura — e censura não se negocia, se denuncia!!!”.

O jornal procurou a organização do Festival Burlesco, que informou que retornará com uma posição em breve - quando isso acontecer, esta matéria será atualizada.

- publicidade -
Clique aqui para seguir o Página 3 no Instagram
Quer receber notícias do Página 3 no whatsapp? Entre em nosso grupo.
- publicidade -
- publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas