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Escola de Taquaras valoriza cultura de tradições centenárias com arte nos seus muros

Pesca artesanal da tainha, o boi de mamão e o engenho de farinha de mandioca mostram a riqueza da cultura local

Os murais artísticos do Núcleo de Educação Infantil (NEI) Taquaras, obra do artista visual Luiz Carlos de Oliveira, vem chamando atenção na comunidade daquele bairro. Eles retratam a cultura local, apresentando o engenho de farinha, a pesca da tainha e o boi de mamão, tradições já contadas em fotos, livros e filmes e, há duas semanas, expostas nas paredes da escola.

A coordenadora pedagógica do NEI Taquaras, Francieli Taborda, disse que há algum tempo, a escola tem desenvolvido trabalhos que buscam conexão com a comunidade, por meio do reconhecimento e valorização das práticas culturais centenárias que são mantidas pelos seus moradores. 

A diretora Regina Galdino e a coordenadora Francieli com uma das obras (Foto Acervo/NEI Taquaras)

“As novas pinturas realizadas pela administração e a possibilidade de ‘personalizá-las’ da nossa maneira, aumentou em nós, enquanto equipe, o anseio de trazer para as paredes da escola, imagens representativas dessas tradições culturais, como uma pequena forma de homenagear a comunidade que todos os dias nos acolhe. Inclusive, no ano de 2022, o Núcleo foi uma das escolas ganhadoras do Prêmio Territórios, concedido pelo Instituto Tomie Ohtake, justamente por associar a fabricação da farinha de mandioca de maneira artesanal em nosso currículo, uma vez que acreditamos que ele acontece no cotidiano da Educação Infantil”, detalhou.

Francieli disse que trazer essas pinturas para as paredes da escola, é também uma excelente forma de mostrar para as crianças como a cultura mantida pela comunidade é rica e importante e que deve sim, ser exaltada.

(Divulgação/NEI Taquaras)

“É uma forma de valorização dos saberes e fazeres das pessoas que aqui vivem, sendo potente na geração do sentimento de pertencimento. Afinal, quando falamos na realização de uma Educação Integral, estamos nos referindo ao desenvolvimento humano em todas as suas dimensões (intelectual, física, afetiva, social e cultural) e, para que isso aconteça, precisamos de um projeto educativo colaborativo entre gestores, professores, crianças, famílias e a comunidade local, concebendo o entorno da escola como um território educador, em que todos os lugares e pessoas com as quais as crianças tenham contato, contribuam com uma parcela da sua formação, permitindo que os pequenos aprendam a todo instante”, segue a coordenadora.

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Francieli destacou também que é muito importante que a criança compreenda as pessoas como fontes de informação e que todo conhecimento tem grande valor para a sociedade. 

“Os saberes e fazeres da comunidade são tão importantes para nós que há alguns anos fazem parte do PPP da instituição”, afirmou.

Tem mais um aspecto que valorizou o trabalho: o artista que vive na comunidade e conhece as tradições que pintou.

(Divulgação/NEI Taquaras)

“Seu olhar sensível possibilitou que as pinturas realmente representem a beleza da cultura da comunidade, possibilitando ainda, um outro olhar artístico sobre essas práticas”, comentou Francieli.

Ela acrescentou que a iniciativa da pintura foi da equipe do Núcleo e o financiamento delas é da Associação de Pais e Professores (APP) da instituição.

O artista

Obras do artista estão espalhadas em vários países (Arquivo Pessoal)

Luiz Carlos de Oliveira, é natural de Curitiba, mas mora em Balneário Camboriú desde 2003 e há 19 anos na praia de Taquaras. 

Ele conhece todas as tradições que reproduziu nas paredes da escola e disse que foi uma satisfação pessoal fazer aquele trabalho, expondo e retratando a cultura local.

“A história da pesca da tainha, do engenho de farinha, do boi de mamão, está registrada e era para ter feito mais, como a manifestação do Terno de Reis, por exemplo, mas o tempo foi pouco e na verdade, faltou parede”, comentou o artista.

Ele transforma em obra de arte uma foto que olha no celular, esboça no pincel – sem lápis, e depois aplica tinta acrílica na parede externa, escolhendo os pigmentos que necessita para dar vida ao trabalho. A pintura é feita com pincéis grandes, sem rolo. Depois de pronta a pintura, ele usa camadas de verniz acrílico para proteger a obra do sol e da chuva.

A arte acompanha Luiz desde a infância, quando observava a mãe artista, que fazia esculturas em barro. Ela foi sua grande incentivadora. Ele é músico (baterista) mas a paixão pela arte sempre foi muito forte.

O artista diz que a mãe escultora foi o maior estímulo para sua carreira (Arquivo Pessoal)

“Desde os seis anos me identificava muito com materiais de pintura, ainda criança quando morava no interior de São Paulo, fiz cursos de artesanato e retornando a Curitiba mais tarde, fui desenvolvendo técnicas com um artista renomado que morava na cidade”, conta o artista.

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Hoje com 49 anos, ele tem obras espalhadas pelo Brasil, na Inglaterra, no Paraguai, Argentina, EUA, Alemanha, Uruguai e lamenta que não realizou exposição em um museu de Portugal, porque na época não conseguiu juntar os recursos necessários para a viagem.

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