A comunidade do Bairro Vila Real vem se manifestando desde 2022 pedindo pela construção do novo Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) Rodesindo Pavan (CIEP), que foi demolido por ter amianto em sua estrutura. Até hoje, a nova escola anunciada pelo prefeito Fabrício Oliveira, não saiu do papel.
Por isso, a comunidade está se movimentando e também com apoio político, como o do PDT, que fará a sua convenção no próximo dia 15, às 10h, na Câmara de Vereadores, com o tema ‘CIEP hoje, não amanhã!’. O Ciep foi a principal bandeira do líder maior do PDT, Leonel Brizola, que veio a Balneário Camboriú inaugurar a escola integral em 1991.
O secretário de Educação de Balneário Camboriú, Marcelo Achutti, se posicionou sobre a situação e disse que o projeto é uma das prioridades do governo municipal.
Os moradores do Bairro Vila Real vem realizando posts nas redes sociais, questionando diretamente o prefeito Fabrício Oliveira sobre ‘onde está a escola?’.
Em 2022 moradores, alunos e ex-professores realizaram o Abraço ao CIEP. O presidente do PDT de Balneário Camboriú e advogado, Allan Müller Schroeder, comenta que o CIEP é uma luta do partido, e por isso escolheram trazer a situação como tema de sua convenção.
“Para reforçar nossa posição em defesa do novo CIEP e da expansão da educação integral na cidade, como prioridade absoluta para nossas crianças, para prevenção ao crime e para proteção das nossas famílias, o que infelizmente sofre descaso da atual gestão municipal. O que vemos é um absurdo que infringe o Plano Municipal e Nacional da Educação em sua meta 6, que afeta a vida dos pais trabalhadores e a comunidade que esperam a ampliação da rede municipal integral para terem onde deixar seus filhos longe das drogas, do crime, de modo que possam trabalhar em paz”, diz.
Allan lembra que Florianópolis entregou uma escola integral em 90 dias com um custo de R$ 17 milhões (o projeto do CIEP ou Escola do Amanhã, como foi ‘rebatizado’ ultrapassaria os R$ 30 milhões).
“Sendo que Sobral no Ceará que possui um PIB menor que Balneário está chegando a 100% de escolas integrais enquanto nós fechamos a única existente. O Projeto Oficinas, criado pelo PDT e um programa belíssimo, atende apenas 10% dos alunos do ensino fundamental com atividades de contraturno, enquanto o restante fica a mercê de sabe lá o que.
Por tudo isso o PDT estará entrando com ação judicial para obrigar o município a acelerar a construção do novo CIEP com mais vagas, visto que atualmente não é prioridade da gestão”, acrescenta.
O que diz o secretário de Educação
O secretário de Educação de Balneário Camboriú, Marcelo Achutti, diz que o projeto do CIEP está ‘no radar’ do governo municipal e que desejam fazer a obra.
“Não importa se for CIEP ou Escola do Amanhã, mas vai ser uma escola integral, para atender esses alunos que hoje estão na rede privada. A ideia é fazer o quanto antes. Teremos que abrir concurso público também, mas o desejo é o quanto antes resolvermos essa situação, e espero conseguir avançar neste ano”, afirma.
Achutti aproveita para opinar que o debate sobre a situação do CIEP precisa parar de ser uma bandeira política e que vereadores da oposição, citando o PDT de Allan (que hoje é representado por Patrick Machado na Câmara) deveria ir atrás de emenda parlamentar para a construção da escola.
“O PDT não trouxe uma emenda para a construção do novo CIEP. Ficam na questão de só falar, e o PDT tem deputado federal, estadual, estão no governo federal hoje… Foi importante o Abraço ao CIEP que fizeram, mas e a busca por emenda? Quem tentou pedir recurso para o CIEP? Podemos unir todas as bancadas em prol disso, porque é uma escola de período integral em jogo e todos querem. Desde que assumi reformamos praticamente todas as escolas e licitamos para reformar outras. O CIEP não resolveu ainda porque é R$ 30 milhões para construir”, pontua.
O secretário cita ainda que a demolição do CIEP foi uma ordem do Ministério Público porque a construção possuía amianto.
“Mas estamos indo atrás de recursos para construir. A prefeitura hoje tem recursos oriundos do orçamento de 2023, não temos os R$ 30 milhões para fazer a escola naqueles moldes. Estamos atrás desse recurso para fazer o quanto antes. Mantivemos o ginásio, estamos reformando, porque é uma construção boa, não tinha amianto. O debate hoje é exclusivamente político, e precisamos sair disso e ter apoio de todos os vereadores e seus partidos”, acrescenta.