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Gabriela Prioli: “A gente precisa conquistar uma sociedade que não olhe com estranheza para mulheres ocupando espaço de poder”

Gabriela Prioli é advogada criminalista, professora universitária, comentarista política e apresentadora de TV – atualmente na CNN Brasil, onde comanda o ‘À Prioli’, além de manter um canal no YouTube. Ela ficou conhecida nacionalmente por seus debates políticos (inclusive já tendo respondido diretamente ao presidente Jair Bolsonaro), e também é escritora, com seu livro ‘Política É Para Todos’ sendo um sucesso de vendas.

A apresentadora esteve na noite de quinta-feira (10) no Balneário Shopping, em Balneário Camboriú, no ‘Elas Balneário’, evento que celebra o Dia Internacional da Mulher. Na ocasião destacou a importância das mulheres ocuparem seus lugares, serem corajosas para assumirem cargos de destaque e também na política, além de poderem ser quem são por inteiro – profissionais, mães, amantes de moda e beleza, e ainda assim competentes. 

Antes da palestra, ela conversou com o Página 3. 

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Acompanhe.

JP3: No Brasil, muitas pessoas falam que o ano só começa depois do Carnaval. 2022 tende a ser um ano intenso por conta da corrida eleitoral… o que você espera deste ano?

Gabriela: Poxa vida, você sabe que, embora nós tenhamos a campanha, seja um ano eleitoral, também vislumbramos a possibilidade do encerramento de um ciclo de pandemia que vivemos por mais de dois anos, e que deixou todo mundo exausto, frustrado, sem perspectiva.

(Arquivo Pessoal)

Eu acho que ano eleitoral é ano difícil, porque temos uma decisão importante, os ânimos se exaltam, mas é um ano que abre possibilidade também! Querendo ou não, é mais uma vez um encerramento de ciclo e a construção de uma alternativa. Então, é positivo! Tem um traço de esperança que é onde eu tento me agarrar. Então, eu diria que o que eu espero para 2022 é esperança.

JP3: Você acredita que será o encerramento do atual governo?

Gabriela: Talvez! O que as pessoas mostram hoje, isso é um retrato do hoje, porque as coisas podem mudar e as coisas mudam cada vez mais rápido nesse mundo de redes sociais, é que a tendência é que vença uma candidatura de oposição ao presidente da República. Mas, enfim, até chegar em outubro, até que isso se decida, eu acho que podemos ficar com essa mensagem de esperança, uma esperança realista que considera os desafios que temos que enfrentar, mas porque esse é o sentimento que precisamos. Não adianta muito falar ‘meu Deus, vai ser um ano muito difícil, terrível’. Porque depois de tudo o que passamos, o risco de ficar prostrado em casa, sem conseguir ter força para trabalhar por aquilo que acreditamos é muito grande. Então, eu escolho deliberadamente um sentimento direcionado para o propositivo, porque eu acho que a gente precisa se movimentar!

JP3: Nesta noite (quinta-feira, 10) a conversa foi voltada para a mulher do futuro. Você acredita que estamos caminhando para que, futuramente, tenhamos uma mulher presidente do Brasil novamente?

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Gabriela: Olha, o retrato hoje não é esse. Não temos nenhuma candidatura forte que se apresente como possibilidade para presidência do Brasil, mas temos mulheres fazendo um bom trabalho em outras áreas, em outros cargos de liderança. Tem grupos falando sobre a presença de mulheres na política, tem o fortalecimento de uma ação de cotas para a participação de mulheres na política, inclusive com direcionamento de recursos públicos para o financiamento de campanha. Então, a gente tem caminhado. Falta muito? Falta muito! Mas só por estarmos caminhando já é uma coisa positiva.

JP3: O que você acha que as mulheres precisam conquistar no Brasil hoje?

Gabriela: O direito de existir inteiras. Precisamos conquistar uma sociedade que não olhe com estranheza para mulheres ocupando espaço de poder. Precisamos conquistar a prerrogativa de existir além dos estereótipos e das expectativas! E só vamos conseguir fazer isso com muita coragem e com bastante união, porque sozinhas temos uma força bem ‘mais ou menos’; não é à toa que a cultura nos diz que somos competitivas, que a gente está sempre umas contra as outras, e na verdade estão tentando nos convencer, porque se a gente se unir a gente fica muito mais forte! Acho que  precisamos dessa consciência de necessidade de união, da consciência do nosso valor – porque é uma constância na vida da mulher duvidar o tempo todo – ‘será que eu sou suficiente?’. A gente está sempre cansada, sempre exausta, sempre em dúvida. Então é preciso se conhecer, criar essa consciência e entender que o natural é que ocupemos esses espaços de poder e todos eles! E de forma muito diferentes e com trajetórias muito diferentes.

JP3: Você é muito amiga da Anitta, que vem sendo uma referência cada vez maior, representando a nossa cultura e as mulheres brasileiras internacionalmente. De que forma ela te inspira?

Anitta e Gabriela (Arquivo pessoal)

Gabriela: Eu sou uma fã da Anitta, sou fã antes de ser amiga dela. Ela é realmente uma mulher fantástica, mas o que eu quero enaltecer aqui é o trabalho duro e, de novo, a coragem! Muitas vezes ouvimos ‘ah, é só subir no palco e rebolar!’. Eu queria saber quantas dessas pessoas, lá atrás, quando ela não tinha certeza de nada, subiriam no palco, lidariam com a exposição que ela lidou. Porque é preciso muita coragem para se colocar no mundo, e ela é uma mulher que se colocou! E que trabalha de forma incessante, e com um comprometimento que eu nunca vi igual. Por isso, ela é admirável! Eu espero que ela ocupe cada vez mais espaços e que nesses espaços ela tenha a liberdade para fazer e falar o que ela quiser; porque eu também vejo hoje em dia muita gente falando ‘ah, agora que ela está ocupando esse lugar ela deveria fazer desse jeito’. Quem somos nós para olhar para uma mulher que construiu o espaço que ela construiu, vinda de Honório Gurgel (comunidade no Rio de Janeiro), e dizer que agora ela tem que falar o que a gente quer? Não, ela tem que falar o que ela quer!


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