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Músico Daniel Montero estreia em espetáculo inédito da Camerata de Florianópolis

O compositor, cantor e instrumentista uruguaio Daniel Montero, que reside em Itajaí, será um dos quatro convidados da Camerata Florianópolis, que estreia o espetáculo ‘Sons da América Latina’, no próximo dia 19, às 20h30, no Teatro Ademir Rosa (CIC). O show faz parte das comemorações de 30 anos da Camerata.

Além de Daniel, participarão como convidados os cantores Cláudia Bossle e Nicole Ruju (Peru) e Javier Venegas (Argentina). A banda formará com Felipe Coelho (violão), Tie Pereira (baixo), Alberto Heller (piano e arranjos), Rodrigo Porciúncula (bateria), Alexandre Damaria (percussão), Roger Correa (acordeon), Claudia Rivera (flauta) e Gabriel Barbalho (trompete). A regência e direção musical é do maestro Jeferson Della Rocca e a produção executiva é de Maria Elita Pereira. 

Com este espetáculo, que deverá percorrer o Estado, a orquestra explora a riqueza musical de países como Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile, Peru, Colômbia, Cuba, México e Brasil. 

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(Foto Eliandro Polidoro)

No repertório, os tangos La Cumparsita e Cambalache, Gracias a la vida, El Humahuaqueño + El condor passa, Boquita de cereza, El quarto de Tula, Solo le pido a Dios e Volver a los 17, até a música brasileira de diferentes épocas e regiões, como Escorregando + Apanhei-te Cavaquinho, Milonga para as Missões, Feira de Mangaio e Águas de Março.

Daniel Montero que tem uma sólida carreira na música latino-americana, disse que sentiu-se honrado com o convite que recebeu do Maestro Jefferson De La Rocca.

Montero, que residiu de 2000 a 2014 em Balneário Camboriú,  conversou com a reportagem do Página 3 sobre o espetáculo. Acompanhe:

(Foto Eliandro Polidoro)

JP3 – Como esse convite chegou?

Daniel Montero – Recebi o convite do Maestro Jefferson, através de dois músicos que atuam no Estado, e fazem parte de outros projetos da Camerata. A orquestra tem vários projetos, com convidados, recentemente fez um com Ivan Lins. Os músicos Rafael Calegari e Rodrigo Paiva indicaram meu nome, eles sabem da minha formação da música latina e dos meus projetos, inclusive o Rodrigo participou do meu último audiovisual feito no final da pandemia.

JP3 – O que você levou para o repertório?

DM – Temos uma lista das músicas que farão parte do show, são clássicos da música latino americana, que é a minha formação, sou uruguaio, desde criança tive esse trânsito com a música folclórica latino americana e com 12 anos já participava de festivais no Uruguai, depois na Argentina. Depois fui conhecendo e agregando a música caribenha, a brasileira, então esse show me prestigia muito, porque vem retomar minhas raízes. 

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JP3 – A carreira iniciou muito cedo no Uruguai, mas logo se espalhou por outros países…

DM – Desde 1976 já participava de festivais como, por exemplo, 2° Festival de Melo (Uruguai), onde fui  contemplado com o “Prêmio Revelação”. Em 1977, no 3° Festival Nacional de Folklore Cerro Largo, fiquei em 3° lugar. Em 1978 participei do Festival Internacional de Coros San Vicente na Argentina e em 1979 do Encuentro Internacional de Folklore Chajarí Entre Rios, Argentina. Em 1984 venci o 12° Festival Nacional de Folklore Durazno (Uruguai) e o 8° Festival Nacional Melo Cerro Largo. Participei do 13° Califórnia da Canção Nativa Uruguaiana/RS onde apresentei o “Show internacional representando o Uruguai”, tendo como discografia a “Cumbre Orietal”, “Uruguay y su folklore”. Então tenho premiações em vários festivais nacionais no Uruguai, Argentina, também participei do Festival Internacional de Música Latina na Califórnia.

JP3 – Quando chegou ao Brasil?

DM –  Em 1986, fiquei um ano em Campinas, depois Porto Alegre até 91, vim para Florianópolis, onde fiquei até 93, quando fui convidado para ir para o Quarta Redenção, em Itajaí. Na banda fiquei até 98, quando saí para fazer meu primeiro disco. 

JP3 – Foi em Florianópolis que começou a fazer shows solo?

DM – Meu primeiro show quando fui para Florianópolis em 91 chamava ‘Os Sotaques’. Era um apanhado de músicas clássicas latino americanas. Depois esse mesmo  show passou a chamar ‘Coração Americano’, a intenção era trazer ao público músicas gravadas em parceria com cantores brasileiros, tipo ‘Los hermanos’, ‘Gracias a la vida’.

JP3 – Era um movimento da época, mas que não foi reconhecido como tal…

DM – Sim, foi um movimento que existiu na época entre Chico Buarque, Mercedes Sosa, Pablo Milanés, Milton Nascimento, Raul Ellwanger e outros. Caetano Veloso e Elis Regina também gravaram músicas latinas. Mas nunca ninguém deu nome a esse movimento, como existia a Tropicália, por exemplo. A princípio era um movimento por ideologia e por afinidades artísticas, mas nunca se fez um disco daquilo, simplesmente as músicas entravam nos discos dos artistas brasileiros ou nos discos dos artistas latino-americano…e dos shows que eram feitos nessa época…

JP3 – O show ‘Os Sotaques’ nasceu nesse embalo…

DM – Sim, em 91, sempre continuei divulgando isso, porque havia muitas pessoas que se identificavam com o movimento, que conheceram essa cultura que era uma cultura em comum por causa do momento sócio político que se vivia na América Latina, época da ditadura, do processo militar em vários países, época da censura, então a poesia tinha que ser mais rebuscada para poder mandar aquelas mensagens…

JP3 – Quantos discos lançou no mercado?

Lançamento do vídeo musical, primeiro da carreira do artista (projeto Coração Americano), em 2021, em Itajaí. (Divulgação/Fundação Cultural Itajaí)

DM – O primeiro disco autoral foi “Por um instante”, lançado em 1997. O meu segundo disco em 2018 ‘Ensaios’ já tinha configuração de músicas em portugues e espanhol, tem inclusive uma poesia do Bento Nascimento, poeta de Itajaí, e mais recentemente após a pandemia terminamos o projeto ‘Coração Americano’, que é um apanhado dos dois CDs anteriores e composições mais recentes, gravado ao vivo, com convidados. Os três discos estão disponíveis no spotify e o último no youtube, no meu canal e no canal da produtora Café Maestro.

JP3 – Qual sua expectativa para o espetáculo da Camerata?

DM – Será um espetáculo bacana, com músicas conhecidas, populares, de vários países da latino américa e do Brasil também, com o chorinho, forró, bossa nova, que fazem parte desse contexto latino-americano. Teremos também bolero, milonga, música andina, música da Colômbia, do Uruguai, da Argentina, do Peru, bem diversificado apresentando a riqueza de sotaques musicais.

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