Eulina Ladewig, natural de Gaspar, escrivã de Cartório em Blumenau, se aposentou e escolheu Balneário Camboriú para morar. Sempre gostou de cantar em festas, mas nunca se profissionalizou. Sempre foi apaixonada por serestas. Sempre preferiu músicas mais para dançar do que só escutar.
Em Balneário Camboriú aconteceu seu verdadeiro encontro com a música, com o canto, com grupos que até hoje cantam e dançam suas músicas.
Ela tornou-se conhecida como ‘cantora da Melhor Idade’. Gravou CD´s. É convidada para cantar em festas, bailes e eventos da cidade. Fundou um grupo de seresteiros de Balneário Camboriú.
Antes da pandemia, Eulina cantava todos os sábados na praça da Cultura e todos dançavam. Fez um show no Teatro Municipal.
“Desde 7 de março de 2020 não me apresentei mais na praça; em 28 de abril pretendia fazer uma comemoração no teatro alusiva aos meus 90 anos, mas não foi possível, o teatro continuava fechado”, recordou.
A pandemia amenizou e Eulina voltou cheia de planos. Voltou a cantar na praça, onde estará neste sábado (1).
Esta semana, ela foi homenageada por sua história na vida cultural da cidade e se apresentou na Câmara de Vereadores com o grupo Mateada da Secretaria da Pessoa Idosa.
Ao longo destes anos, entrevistei Eulina muitas vezes e sempre encontrei uma pessoa de bem com a vida. Sempre falando muito do presente e do futuro, um indicador claro de quem não liga para a idade. Tanto que nesta semana, ela anunciou um novo projeto: aos 92 anos, vai lançar um CD neste sábado, durante sua apresentação na Praça Tamandaré. É sempre impressionante sua vontade de ser, de fazer o que gosta…
Nesta entrevista ela dá conselhos para os jovens e também para os idosos no mesmo tom: ser feliz e agradecer pela vida. Acompanhe:
JP3 – O que representa o Dia Internacional do Idoso, comemorado neste sábado?
Eulina – Para mim o dia do idoso que vamos comemorar neste sábado, representa o carinho que os governantes têm com as pessoas idosas, que já cumpriram com sua missão, em todos os períodos de sua vida e que estão aos poucos perdendo suas forças para novas missões.
JP3 – Quais as principais diferenças entre a sua juventude e os jovens de hoje?
Eulina: Realmente há muita diferença entre a minha juventude e os jovens de hoje, em todos os sentidos, porém acho natural, porque eu fui jovem há 70 anos, estou atualmente com 92 anos, e quando eu fui jovem, meus avós também achavam eu muito diferente da juventude deles, e assim vai acontecendo no decorrer dos tempos. O que sempre será igual na juventude de qualquer pessoa é a alegria de viver, a beleza do adolescente, do jovem, os projetos e sonhos que ele tem para o futuro.
JP3 – Qual mensagem deixaria para os jovens?
Eulina: Que sejam pessoas de bom caráter, que respeitem seus pais e todas as pessoas, e que vivam sua vida feliz, e agradeço a Deus por ter nascido.
JP3 – E qual recado mandaria para os idosos?
Eulina Que não tenham medo da velhice, o corpo envelhece o que é natural, temos que respeitá-lo, não queremos ficar jovens a todo custo. Agradecer a Deus o dom da vida. Sejam educados, vistam-se bem, vivam sempre alegres, não reclamem de nada, porque todos os idosos – como eu – tem que ficar felizes, porque senão ficam uns idosos muito feios.
JP3 – Como é a Terceira Idade para você, porque muitos dizem que a melhor idade é a infância, a adolescência, mas muitas pessoas se realizam na Terceira Idade, porque seguem ativas e você é um exemplo dessa realidade…
Eulina – Estou muito feliz com tudo que eu recebi nesta vida e ainda hoje (quarta-feira, dia 28) recebi carinho de muita gente que eu conheço há anos e anos, na Câmara de Vereadores. E neste sábado vou lançar o meu ‘CD 92 anos’, durante as comemorações do Dia Internacional do Idoso.