Por Marlise Schneider Cezar
O empresário Vilton Santos, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Balneário Camboriú fala sobre planos e projetos para o comércio, sobre as prioridades que defende para Balneário Camboriú, entre elas qualificar o turismo e sobre as transformações que permitiu em sua vida pessoal, que refletem positivamente em tudo que faz, a ponto de dizer hoje: ‘sou um homem transformado’.
Natural de Itajaí, formado em Computação pela FURB, comanda há três décadas o Grupo Europa (Purificadores Europa), em Balneário Camboriú e em janeiro de 2020 assumiu um novo desafio: a direção da CDL.
Divorciado, dois filhos, torcedor do Botafogo (‘Somos responsáveis por nossas escolhas’, brinca), é poeta, compositor, pratica atividades físicas, gosta de conhecer pessoas, cantar, dançar, viver a vida. Nesta entrevista ele revela novidades que está preparando para homenagear as mulheres e novas publicações. Acompanhe:

JP3 – Na liderança da CDL, a instituição mais antiga da praia, quais os projetos que gostaria de realizar em sua gestão?
Vilton – Temos projetos ambiciosos. Alguns deles foram adiados pela pandemia, mas continuam como metas para minha gestão: Passar de 600 para 1.000 associados; Criar o Observatório do Comércio, em parceria com Sebrae, Univali e prefeitura. Esse projeto vai identificar, em campo, as dores do comércio e nortear um grande trabalho que vai ajudar todos os comerciantes da cidade (associados da CDL ou não); Trabalhar o receptivo dos navios de turismo, no espaço CDL que conquistamos no atracadouro. A ideia é criar estratégias para convencer esses turistas a comprar em nosso comércio; Profissionalizar a gestão da CDL. Isso já está acontecendo, através de consultorias e mentorias contratadas. Desde o início da pandemia não dispensamos ninguém e ainda estamos contratando mais dois colaboradores; Ter a CDL BC participando ativamente das principais demandas da cidade. Quero ver nossa entidade cada vez mais representativa e participante junto ao poder público, sendo ouvida, consultada e respeitada.
“O comércio é a maior matriz econômica e o setor que mais emprega na cidade”.
JP3 – Quantos comerciantes vivem hoje em BC?
Vilton – Os dados que temos indicam cinco mil comércios ativos em Balneário Camboriú. O comércio é a maior matriz econômica e o setor que mais emprega na cidade. São 14 mil empregos diretos.
JP3 – Qual é o índice de participação nas atividades da CDL?
Vilton – Temos uma ótima participação de associados em nossos encontros presenciais (que, em breve, retornarão). Isso inclui cursos, palestras, workshops, rodadas de negócios e cafés da manhã com associados.
JP3 – Neste cenário pandêmico, muitas lojas fecharam. Como a CDL está administrando essa situação?
Vilton – Procurando passar informações aos associados com agilidade e buscando orientá-los sobre estratégias para inovarem seus negócios. Neste momento de resiliência a entidade precisa “ser” o suporte de nossos associados, até mesmo o apoio emocional – mostrando o caminho, norteando ações, motivando e dando forças, para que possamos juntos nos reinventarmos diante do caos, e escrevermos os capítulos mais importantes da história, nos momentos mais desafiadores de nossas vidas.

“Penso que devemos parar de falar em quantidade e passar a priorizar a qualidade do turismo”.
JP3 Quantos associados a CDL tem atualmente?
Vilton – 600
JP3 – Quais os serviços mais procurados pelo associado?
Vilton– Registro de inadimplentes; Análise de Crédito; Garantidor de Crédito; Certificado Digital; Relacionamento e Network; Capacitação, União e Representatividade.
JP3 – A pandemia acelerou as vendas por internet. Como vê o futuro do comércio?
Vilton – Penso que vivemos algo semelhante à evolução das espécies. Só sobreviverá quem tiver maior poder de adaptação. Temos cases de sucesso inspiradores circulando por aí. Um diretor da CDL BC, por exemplo, tinha uma imobiliária e durante a pandemia abriu mais duas. É preciso investir em conhecimento, criar e ousar. Pensar fora da caixa e agir fora da curva.
JP3 – Como entidade sempre ativa e participante de tudo que acontece na cidade, qual é hoje a principal preocupação quando o assunto é Balneário Camboriú?
Vilton – São diversas preocupações. Precisamos elevar o patamar de nossa cidade. Penso que devemos parar de falar em quantidade e passar a priorizar a qualidade do turismo. Na virada do ano, prefiro 500 mil turistas com ticket médio alto do que 1 milhão de pessoas se comprimindo por toda a cidade, em meio a um serviço público que não tem como comportar tanta gente. Com trânsito, coleta de lixo, abastecimento de água e luz entrando em colapso. Temos que qualificar o turismo, como fez Gramado, no Rio Grande do Sul. Nesse sentido, o centro de convenções será fundamental. O turista de evento gasta três vezes mais que o de temporada. Os congressos e convenções também vão amenizar, e muito, o problema da sazonalidade.
“Meu coração bateu mais forte por essa cidade linda, acolhedora e dinâmica”.

JP3 – O que motivou a sua vida profissional em BC?
Vilton – Costumo dizer que, na época, foi pura intuição. No início de 1990, Balneário Camboriú não era nem sombra do que é hoje. Após voltar de Blumenau, onde fiz minha faculdade, quis empreender, e meu coração bateu mais forte por essa cidade linda, acolhedora e dinâmica.
JP3 – Gosta de política?
Vilton – Gosto de política, mas não lido bem com a politicagem. Partidos e políticos precisam priorizar o bem comum e a coletividade.
JP3 – No domingo (28) comandou uma live que finalizou com um videopoema em homenagem às mulheres. E para o Dia ‘delas’ tem lançamentos anunciados. De onde vem tanta inspiração?
Vilton – Inspirar pessoas é o que me move. Adoro valorizar, reconhecer e homenagear pessoas e momentos. Isso faz parte de minha essência. Na live que fiz domingo, lancei oficialmente as páginas de meu projeto – Rimas e Versos da Alma. É um trabalho sem fins comerciais. Tudo que quero é poder ajudar e inspirar pessoas, levar palavras que sirvam como bálsamo às aflições e dificuldades que todos têm em seu dia a dia. No próximo dia 8 vou lançar um videopoema inspirador chamado “Mulher de 40” e no dia 26 outro, em homenagem à minha Mãe Onélia, que nesse dia estará completando 86 anos.
JP3 – Escrever poemas exige uma grande sensibilidade. Isso é uma descoberta ou já existia essa veia poética?
Vilton – Componho desde os meus 14 anos. A poesia sempre fez parte de minha vida. O ano de 2021 será marcante para minha vida artística pois, além das páginas, onde lançarei videopoemas regularmente, vou lançar um livro com a coletânea de meus mais belos poemas. Vai ser lindo.
JP3 – Como está conciliando o empresário, o presidente da CDL e o poeta?
Vilton – Ainda tenho uma coluna numa revista de circulação nacional (Revista Perfil), caminho 1.000 kms por ano, faço yoga, musculação, pilates e aula de canto. E também estou pensando em fazer teatro. Estou lançando uma série de quatro e-books intitulada “Minha Vida Com Mais Pureza”. Neles, vou mostrar o passo a passo de como alcançar o equilíbrio na vida. Certamente a capacidade que tenho em delegar e horizontalizar as gestões na CDL e na empresa (Purificadores Europa), ajuda muito. Capacitar, delegar, confiar e acompanhar são qualidades de um grande líder.
(foto Arquivo Pessoal) (foto Arquivo Pessoal) (foto Arquivo Pessoal) (foto Arquivo Pessoal) (foto Arquivo Pessoal)
“Inspirar pessoas é o que me move”.
JP3- Recentemente o Página3 fez uma reportagem sobre música. Em seu depoimento, disse que aulas de canto são um novo aprendizado em sua vida. O que a música representa hoje para você?
Vilton – As aulas de canto fazem parte de mais um dos projetos que desengavetei nos últimos nove meses. Como foi o yoga e a elaboração do livro de poesias. Estou apaixonado pela música. As aulas com o maestro Gil Gonçalves têm me ensinado a explorar o potencial de minha voz de acordo com suas características e limitações. Isso já está aperfeiçoando as declamações de meus poemas e também meus discursos. “Quien canta sus males espanta”, como dizia Don Quixote.
JP3 – Como é o seu dia a dia?
Vilton – Meus dias são intensos e ao mesmo tempo tranquilos. Amo tudo que faço, por isso nada é fardo em nenhum momento.
(aqui um citação do poeta)
‘CDL se tornou em minha vida uma missão
Europa, meu trabalho, é uma grande paixão
Atividade física faz bem ao corpo e coração
Compor acalma a mente e me dá inspiração
JP3- A partir da sua experiência, que conselhos deixaria para as pessoas nestes tempos de tanta preocupação?
Vilton – Vamos disseminar o amor. O mundo já anda duro demais. Mais paz no coração. Mais ser do que ter. Mais entendimento e menos intolerância. Mais aceitação e menos julgamento.
JP3 – A realização profissional é essencial. A tecnologia impôs um ritmo violento, acelerado demais na vida das pessoas. Essa realidade vem provocando reações, as pessoas estão pensando em reduzir essa velocidade e ganhar tempo em suas vidas, olhando para dentro de si e realizando coisas que estavam esquecidas. É a realização pessoal…hoje tão importante ou mais que a profissional. Concorda?
Vilton – Em novembro de 2019 escolhi as bandeiras para a minha gestão frente à CDL: Inovação e Humanização. Parece que estava vaticinando o que estava por vir. Nunca as empresas precisaram tanto de inovação em seus negócios, mas também nunca se falou tanto em processos humanizados, acolhimento e respeito ao próximo. Nessa mesma linha batizei a coluna que tenho na revista Perfil com esse nome; ‘Liderança com alma’. Precisamos nos reconectar com nossa essência.
JP3 – Espaço aberto…
Vilton – Traumas pessoais, por vezes, nos conduzem a caminhos mágicos. Nesses momentos acabamos descobrindo talentos e forças inimagináveis. Sou um homem transformado. O Vilton acelerado, workaholic e ansioso ficou no passado. Hoje sou mais tranquilo, bem humorado e ainda mais humano. Tenho a oportunidade de inspirar através de minhas poesias, mensagens, liderança e exemplo. Tudo o que quero é ajudar e construir pontes. Apoiar pessoas em suas jornadas de evolução e suas transições. Fui muito ajudado em meu processo. Mas ele só aconteceu porque me permiti, porque passei a me priorizar. Minha transformação foi forjada por processos que envolveram coaching, yoga, terapias, retiros espirituais, meditação, oração e cuidados com o corpo e a alimentação. Dessa forma, equilibrei mente, corpo e espírito.
Minha mãe vai fazer 86 anos dia 26. De presente lhe dei um ensaio fotográfico. Amou.
Também vou lançar um videopoema pra ela no dia de seu níver. (foto Arqiuivo pessoal)Com Manoel, meu neto que mora no Rio (foto Arqiuivo pessoal)