Em 1991 o prefeito Leonel Pavan, no terceiro ano do seu primeiro mandato, dizia com frequência que ‘Balneário Camboriú não tem mais para onde crescer’.
A área territorial não conseguia acompanhar a evolução da construção civil e a cidade vinha se notabilizando com um diferencial: o crescimento ‘para cima’, a verticalização.
Naquela época, o prefeito já demandava preocupação com a infra-estrutura que não corria na mesma velocidade da construção de prédios cada vez mais altos. A locomoção entre bairros era problema.
Hoje a verticalização tornou-se uma marca registrada de Balneário Camboriú, dona de um dos metros quadrados mais valorizados do país.
As construtoras investem em prédios cada vez mais altos e luxuosos, mas a infra-estrutura continua problemática.
O trânsito é uma grande dificuldade o ano todo, mas na temporada fica caótico.
A prefeitura acaba de colocar transporte coletivo de graça, uma tentativa de amenizar o trânsito, mas ainda não animou os moradores a deixarem seus carros em casa, porque são poucas linhas, não atendem as necessidades da população e demoradas, porque o ônibus está dentro do trânsito complicado.
Nas próximas semanas, os vereadores vão tomar uma decisão que pode impulsionar ou liquidar com Balneário Camboriú, a votação de um novo Plano Diretor.
O modelo adotado hoje, que fez o sucesso da cidade é a fortuna dos construtores, é o do apartamento grande, evitando moradias populares e “pombais”.
O tipo de construção atual gera riqueza, sem onerar serviços públicos, pois os proprietários vêm aqui apenas a passeio.
Se permitidos apartamentos menores e mais baratos, como muitos desejam, a população da cidade poderá crescer descontroladamente e a prefeitura terá problemas para manter saúde, segurança, infraestrutura e educação.