O Dia da Árvore, comemorado nesta quarta-feira (21), tem como objetivo conscientizar sobre a importância que ela tem no planeta e por consequência, na vida das pessoas. É também uma boa data para reflexão: pensar em plantar mais e destruir menos.
Balneário Camboriú possui uma árvore símbolo, o Ipê Amarelo, que é também o símbolo do Brasil. Mas na área urbana ainda é pouco visível, talvez porque sua floração é muito curta, de 10 a 15 dias. Ou porque ela se torna mais vistosa dentro da Mata Atlântica.
As árvores mais conhecidas na cidade são as velhas amendoeiras, porque fazem parte da Praia Central. Na ocasião do alargamento, muitas dúvidas e preocupações surgiram sobre a manutenção delas no novo projeto de urbanização que ainda está em elaboração. Mas a prefeitura garantiu que elas permanecerão, foi uma condição do projeto.
A cidade conta com um Centro de Produção Florestal, mais conhecido como Viveiro Mata Atlântica, que fica dentro do Parque Natural Municipal Raimundo Gonçalez Malta (o Parque Ecológico, que é também a sede da Secretaria do Meio Ambiente), e que foi revitalizado em abril de 2021.
Viveiro Mata Atlântica distribui mais de 300 mudas/mês
O diretor do departamento de Fitoterapia da Secretaria do Meio Ambiente, Robson Bez, é também o responsável pelo Centro de Produção Florestal, mais conhecido como Viveiro Mata Atlântica.
Inaugurado em 2003, o local tem sementeira, viveiro de maturação e o viveiro de distribuição, com espécies nativas, tanto frutíferas, como de finalidade paisagística e de recuperação de áreas degradadas.
“O Viveiro Mata-Atlântica distribui atualmente cerca de 632 mudas ao mês (2021), porém, a média histórica de mudas distribuídas ao mês é de 370 mudas (2017-2021).
As cinco mudas mais procuradas no ano de 2021 foram Grumixama (Eugenia brasiliensis) 326 unidades, Araçá (Psidium cattleianum) 320 unidades, Pitanga (Eugenia uniflora) 298 unidades, Gabiroba (Campomanesia guaviroba) 286 unidades e Ingá Feijão (Inga marginata) 263 unidades”, diz.
Cerca de 800 mudas nativas produzidas por ano
Robson aponta que o quantitativo de mudas distribuídas pelo Viveiro Mata Atlântica advém em sua maioria do processo de compensação ambiental, através de mudas nativas de floresta ombrófila com cerca de 1,5m de altura, porém produzindo uma média de 800 mudas nativas ao ano em suas dependências.
“Quando a produção e os processos de compensação ambiental superam o número de mudas distribuídas, o excedente é alocado ao estoque do Viveiro, sendo mantidas em suas dependências e devidamente tratadas diariamente, para que em meses subsequentes sejam distribuídas para a população. Caso sobre um quantitativo grande de algumas espécies em comum, ações de plantio promovidas pelo poder público ou parcerias com instituições são priorizadas, como as recentes ações de plantio na bacia hidrográfica do Rio Camboriú promovidas em parceria com a EMASA”, acrescenta.
Como e quem pode pegar mudas no Viveiro
Todo morador de Balneário Camboriú e região tem acesso às mudas nativas, com o limite de seis mudas por pessoa, sempre terça e quinta-feira, entre às 14h e 17h. Basta levar documento com foto ao departamento para a solicitação das mudas.
O Viveiro fica dentro do Parque Raimundo Malta (Parque Ecológico), localizado ao fim da Alameda Delfim de Pádua Peixoto Filho, no Bairro dos Municípios, em Balneário Camboriú.
Árvores mais comuns em Balneário
Apesar do Viveiro priorizar espécies nativas, a realidade das ruas de Balneário é um pouco diferente.
Robson destaca que dentro do município as árvores mais comuns não são necessariamente as nativas do bioma local, como as castanheiras/amendoeiras (Terminalia catappa L.) presentes na Praia Central, Manacás-Da-Serra (Tibouchina mutabilis) e Goiabeiras (Psidium guajava).
“Essas também são comuns de serem avistadas na cidade, porém entre as árvores nativas é comum avistar espécies diversas nas praias agrestes, como variedades de Ipês, de aroeiras, entre outras, e árvores como Pata-de-Vaca (Bauhinia variegata) e Quaresmeiras (Tibouchina granulosa) pelas avenidas centrais e o Ipê Amarelo (Handroanthus chrysotrichus) em praticamente todo o município, sendo ela a árvore símbolo da cidade”, pontua.
Espécies ‘invasoras’ causam transtornos
Ultimamente, algumas árvores vêm sendo podadas ou cortadas por causarem perigos nas vias, além ainda de muitas que não são nativas e as raízes danificam calçadas. A prefeitura também intervém nesses casos.
“As árvores antigas presentes na cidade que possam causar transtornos à municipalidade são analisadas individualmente pela Secretaria do Meio Ambiente através de vistorias e protocolos relacionados a poda ou corte, mediante compensação ambiental orientada”, diz.
Quais árvores podem ser plantadas nas ruas de Balneário
O diretor lembra que a cidade possui leis e diretrizes municipais quanto ao uso disciplinar e ocupação do solo, para definir quais árvores podem ser plantadas pelas ruas de Balneário.
“Também mediante ao Plano Diretor, algumas espécies são orientadas para o plantio, com o objetivo de controlar a ocupação do espaço para que justamente não ocasionem transtornos futuros. Indicamos espécies de médio porte de cunho paisagístico como a Pata-de-Vaca (Bauhinia variegata), Quaresmeira (Tibouchina granulosa), e até mesmo o Ipê Amarelo (Handroanthus chrysotrichus), desde que compatibilizando com a disponibilidade de infraestrutura com a ocupação do solo em questão, e visando a valorização do ambiente natural”, completa.