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Mês do Orgulho LGBTQIA+: “Quanto maior a resistência, maior a necessidade de lutar”

Movimento Mães pela Diversidade de Balneário Camboriú capacitou guardas municipais

Junho é o Mês do Orgulho LGBTQIA+, movimento que é celebrado mundialmente para conscientizar e reforçar a importância do respeito e dos direitos de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais, etc. 

Na capacitação aos guardas municipais (Reprodução)

Em Balneário Camboriú, é comum acontecer casos de agressão ou xingamento a pessoas da comunidade, inclusive a Parada LGBTQIA+ que acontece em novembro, já precisou de autorização do Ministério Público para acontecer, porque a prefeitura tentou barrar. 

Existe na cidade o Movimento Mães Pela Diversidade, que atua em todo o Brasil, e por aqui fez uma capacitação junto com os guardas municipais,  para lhes ensinar a como abordar e tratar a comunidade. 

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Mês do Orgulho

Telma Issa de Freitas é uma das representantes do movimento Mães pela Diversidade em SC. Ela é mãe da designer de moda Salomé Abdala Issa de Freitas, 36 anos, uma mulher trans. 

Telma conta que a filha transicionou aos 32 anos, e que até então considerava-se um homem gay, vindo então a aceitar quem realmente é, uma mulher. 

Movimento apoia pais também

(Divulgação)

“O mês de junho, que chamamos de Mês do Orgulho é muito importante, porque é quando temos uma demanda ainda maior para falar em empresas, órgãos públicos… é uma oportunidade para levarmos informação e conhecimento, para mostrarmos que existe uma vida familiar atrás dessa comunidade. Socialmente é criada uma imagem que LGBTQIA+ vem de família desestruturada e não é verdade. Nossos filhos são muito associados à questão de promiscuidade e o sexo é só uma pequena parte da vida deles, assim como é da vida dos héteros”, explica.

Ela destaca que dentro do movimento tem apoio aos pais de filhos que se assumiram recentemente, incentivando que sejam acolhidos. 

(Divulgação)

Orgulho x Vergonha

“A representatividade salva vidas. O Mês do Orgulho existe porque os LGBTQIA+ desde sempre escutam que são ‘a vergonha’ da família, e nós não temos vergonha, não. O orgulho vem para contrapor a vergonha que os acompanha desde a infância. Nós e nossos filhos temos muito orgulho”, salienta.

Famílias defendem direitos da comunidade

O objetivo das Mães é poder levar ao público o lado familiar, salientando que são mães e pais de LGBTs, mas também de héteros, e que criaram os filhos, sobrinhos, netos, etc. com o mesmo carinho e cuidados. 

“Conhecemos de perto a realidade dos nossos filhos, que não são tratados da mesma forma pela sociedade, mesmo sendo cidadãos criados com as mesmas regras, exigências de comportamento, grau de estudo… e ainda assim os direitos não são os mesmos quando saem de casa. Exigimos que a sociedade e políticos deem os mesmos direitos que a comunidade hétero tem… é só isso que pedimos: lutamos para que nossos filhos não sejam jogados à margem da sociedade e sim ocupem o lugar de direito!”, acrescenta.

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Orientação sexual e identidade de gênero não tem nada a ver com caráter

Telma com a filha Salomé, e o pai de sua filha, João (Reprodução)

Telma aproveita para citar algo muito importante – que orientação sexual e identidade de gênero não tem nada a ver com caráter. 

“Eles estudam, trabalham… ser LGBT é apenas uma característica. Integramos um movimento nacional e em SC trabalhamos em todo o estado, que infelizmente é altamente conservador, homofóbico e preconceituoso, mas isso nos motiva a lutar com muita vontade e garra, porque quanto maior a resistência, maior a necessidade de lutar para quebrar paradigmas”, afirma.

Telma diz que sabe que haverá comentários negativos diante de suas falas nesta matéria (como já aconteceu em outras sobre o mesmo tema publicadas pelo Página 3), mas que isso não os tiram da luta. 

“Fico imaginando o quanto essa comunidade, nisso incluo a minha filha, que é trans, de 36 anos, sofre todos os dias. Os nossos filhos sofrem em todo lugar que vão, onde aparecem. Isso me deixa abalada, e depois me fortalece mais. Realmente está tendo mais visibilidade e representatividade; e isso, juntamente com a época que estamos vivendo de ódio, preconceito e discriminação com esse governo altamente fundamentalista homofóbico, causa mal estar e incômodo muito grande nos homofóbicos”, pontua. Ela lembra que nenhum membro da comunidade voltará para o armário e que seguirão lutando por uma sociedade igualitária para os LGBTQIA+. 

“Os nossos filhos não vão mais ficar trancados, vão ser tratados com respeito”, afirma.

Apoio da Guarda Municipal

As Mães Pela Diversidade já capacitaram cinco turmas da Guarda Municipal de Balneário Camboriú, entre maio e junho (175 ao total), com o objetivo de mostrar para eles como devem abordar e interagir com membros da comunidade. 

“Tivemos uma grata surpresa com a Guarda Municipal de uma forma geral. Fomos muito bem tratadas, de forma respeitosa e com muito interesse. Quanto às aulas em si, cada dia foi diferente, com dinâmicas… os guardas foram bem receptivos, curiosos sobre abordagem a pessoas trans, todos nos trataram muito bem, vieram nos abraçar no final, agradecer… foi bem gratificante”, conta.

Quebrando preconceitos

Telma analisa que levar conhecimento e informação sobre o assunto é muito importante para se quebrar o preconceito. “Conhecer a realidade dessa comunidade faz muita diferença principalmente porque reconhecemos que a própria comunidade tem receio com policiais e guardas municipais. Tivemos a oportunidade de contar histórias de vida, dificuldades, e assim os guardas puderam entender o comportamento que eles (LGBTQIA+) têm. Queremos fazer uma via de mão dupla, em nossos encontros também vamos falar sobre a importância de quebrar paradigmas, para que enquanto sociedade possamos nos tratar sem preconceito e respeito”, completa.

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