Hotel Marambaia fará 58 anos em novembro, mesma idade de Balneário Camboriú

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Pense na Avenida Atlântica, em um ponto histórico… algo presente em muitas das fotos antigas de Balneário Camboriú é ele: o redondo Marambaia Hotel e Convenções (que já teve no nome ‘cassino’, apesar de nunca ter sido um). A história do Marambaia se cruza com a da cidade, que completou 58 anos de emancipação política em 20 de julho – mesma idade que o hotel completa em novembro.

Mazoca (Foto Renata Rutes)

O sócio-proprietário do empreendimento, Osmar de Souza Nunes Filho, o Mazoca, conversou com o jornal e relembrou a história do Marambaia. Acompanhe.

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Como tudo começou

“A história do hotel se confunde com a de Balneário”

Construção do Hotel Marambaia, que se cruza com a história de Balneário (Arquivo pessoal)

O Hotel Marambaia foi fundado em 29 de novembro de 1964, mesmo ano da emancipação política do município.

“A história do hotel realmente se confunde muito com a de Balneário Camboriú. Teve muitos hotéis antes do Marambaia, como Miramar, Fischer, Praia Hotel e muitos depois… mas vejo que o Marambaia tem um diferencial muito grande pela sua forma, por ser redondo (ideia do arquiteto Roberto Veronese), que foi algo que ficou muito, muito marcante e até mesmo sendo visto como uma ‘marca’ de Balneário Camboriú”, salienta Mazoca, pontuando que o seu pai, Osmar Nunes, acreditava no potencial da cidade e por isso investiu aqui. 

Divulgação do hotel na época (Arquivo Pessoal)

“Ele via que a praia, o mar, era um ‘caminho natural’, todo mundo deseja vir para o litoral”, acrescenta.

O empresário, que hoje é secretário de Obras de Balneário Camboriú, disse que desde esse início a cidade era muito desejada, apesar de não ser nada urbanizada como eram outras praias da região, a exemplo de Cabeçudas (Itajaí) e Itapema. 

“Aos poucos, a cidade foi se expandindo porque tínhamos um diferencial: Balneário não era praia de tombo. As pessoas vinham pra cá com segurança”, afirma.

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Mazoca foi para SP cursar Turismo e divulgar Balneário

“A comunicação nos anos 70 era complicada, os turistas não conseguiam contato com o hotel”

Mazoca mostrando uma arte de divulgação de Balneário, que incentivava o turismo no ano todo (Arquivo pessoal)

O Marambaia era considerado um hotel grande, já que possuía 68 apartamentos e uma área social grande. 

Segundo Mazoca, os quartos eram pequenos, e por isso investiram na área social, com piscina, já que na época não havia ar-condicionado e assim as pessoas poderiam curtir mais. 

Fotos antigas do Hotel Marambaia (Arquivo pessoal)

“Balneário foi crescendo e o Marambaia junto. O meu pai viajava para divulgar a cidade, saía viajando junto com a minha mãe em associações, em agências de turismo que na época estavam começando”, comenta.

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Em 1971, Mazoca se mudou para São Paulo, onde abriram um escritório do hotel, para divulgar o empreendimento e a cidade (inclusive com artistas, que falavam sobre Balneário e visitavam o município, a exemplo de Lolita e Aírton Rodrigues, que tinham programas na extinta TV Tupi e eram muito amigos do pai de Mazoca, além de jornalistas, que vinham em ‘press trips’ e se hospedavam no hotel).

Osmar Nunes, pai de Mazoca, com Lolita e Aírton Rodrigues, artistas eram grandes divulgadores de Balneário (Arquivo pessoal)

Ele foi para a capital paulista também para cursar Turismo e Hotelaria e foi um dos primeiros hoteleiros da cidade a ter formação na área (ele foi da segunda turma a nível nacional, na Faculdade do Morumbi). 

“Eu queria me especializar nessa área, eu via futuro nela, e queria poder ajudar Balneário. Tínhamos que divulgar muito porque tínhamos temporada de dezembro até final de março, aí um pouco em julho… passávamos meses sem movimento nenhum! Sem nenhum hóspede. Mesmo assim, a única vez em que fechamos o Marambaia, nesses anos todos, foi na pandemia”, salienta.

A comunicação nos anos 70 era complicada – segue Mazoca. Os turistas queriam vir para Balneário, mas não conseguiam contato com os hotéis – por isso, a central de reservas do Marambaia era em São Paulo, e só era transferida para Balneário durante a temporada.

Crescimento da cidade

“Balneário se fez porque teve investidores ousados”

Uma foto clássica da época, o hotel ao fundo, no Pontal Norte (Arquivo pessoal)

Em paralelo a isso, o empresário relembra que a construção civil começou a crescer, com mais hotéis sendo construídos. Porém, hoje o número de hotéis está diminuindo. 

“A nossa hotelaria encolheu, ela não aumentou na proporção necessária. A valorização imobiliária foi muito grande, mas na época houve incentivo, porque a hotelaria promove a vinda dos turistas, quantos se hospedam e compram apartamento… isso tudo foi criando a vocação e as pessoas passaram a ter desejo por Balneário”, acrescenta.

Mazoca pontua que o Beto Carrero (João Batista Sérgio Murad) foi importante para o crescimento de Balneário e região. Ele divulgava em um guia de SP, incentivando que as pessoas viessem para SC, junto de seu parque, que foi um grande diferencial para o Estado. 

“E para Balneário, pois até hoje as pessoas vêm para o Beto Carrero e ficam aqui. A gente não pode se desligar disso, foi muito importante para a nossa história”, diz, lembrando que ‘a coisa foi acontecendo’, com as pessoas deixando de ver Balneário apenas para veranear e viram que o destino era do ano todo. 

“De 1983 até 1985 foi feita a implantação do esgoto na cidade, que era uma grande necessidade, e hoje somos quase 100% saneados. Com a duplicação da BR-101 também tivemos um incremento muito grande. Sempre tivemos bons restaurantes e hotéis, e a vida noturna! Que foi um grande diferencial. Tenho que citar o Julio Tedesco, que foi um grande investidor e acreditou em nossa cidade. Balneário se fez porque teve investidores ousados, com o cinema do Delatorre, o Shopping de Verão, o camping e mais tarde o Unipraias e a Marina Tedesco, dos Tedesco, o Cristo Luz, o comércio… essa ousadia nos fez chegar até aqui!”, afirma. 

Mazoca também foi Secretário de Turismo

“Nós éramos os papa-siris, os peixeiros”

O hoteleiro confessa que ele não imaginava que Balneário chegaria onde está hoje, porque a cidade estava perto de municípios ricos, como Brusque e Blumenau, e que Balneário e Itajaí eram vistas como ‘as vizinhas pobres’. 

“Florianópolis também era rica. E nós éramos os papa-siri, os peixeiros. Tinha o porto, a pesca, mas era tudo muito sazonal. Ninguém tinha visão. No fim dos anos 80, quando Leonel Pavan assumiu a prefeitura, que vimos que poderia mudar o perfil da cidade, que até então era uma praia. A reurbanização da Avenida Atlântica foi primordial para a época, um grande salto. Teve o pavilhão da Santur, com o zoológico, eventos e shows, e atraía pessoas para Balneário, o que estamos retomando com o Centro de Eventos. Teve muitas pessoas que foram essenciais para chegarmos onde estamos agora”, diz.

O ‘boom’ do turismo

“As pessoas pensam que Balneário nasceu como é hoje”

Um ‘absurdo crescimento’ aconteceu dos anos 90 para 2000, quando Balneário viveu o ‘boom’ do turismo. 

“Começaram a investir mais aqui, a cidade ficou conhecida… as pessoas pensavam em ir para Florianópolis, mas viam Balneário e ficavam aqui, como os argentinos, que vinham muito nessa época pela diferença na moeda”, relembra. 

Por seu pai ser o hoteleiro mais antigo na época, Mazoca representava o hotel em encontros com outros empresários do ramo (como Gran Turismo, Camboriú Palace, Hotel Blumenau, Gracher, Pires, Fischer, entre outros) e foi ficando conhecido pelo apoio que dava para a cidade. 

“A hotelaria era muito unida, assim como a construção civil é hoje. As pessoas pensam que Balneário nasceu como é hoje, mas muito pelo contrário! Chegou aqui porque muitas pessoas acreditaram nela! Olhando para trás, hoje é outra cidade. Chegava cinco, seis da tarde, e não tinha ninguém na rua, a cidade morria, e hoje… mudou muito… muito!”, analisa.

Por ser o primeiro hoteleiro formado em Turismo, em 1982 Mazoca foi convidado pelo então prefeito Harold Shultz a assumir a secretaria. 

“Eu substituí uma pessoa que foi muito importante para o nosso turismo, Luiz Carlos Chedid, que realmente carregou a pasta, se virava nos 30 e tinha vocação. Fui o segundo secretário de Turismo de Balneário, começamos a divulgar a cidade, tivemos criatividade divulgando a Praia do Pinho, o que deu muito certo, mas fomos também muito criticados…”, comenta.

Mazoca foi também presidente da Santur, o que era seu sonho profissional, e hoje é secretário de Obras de Balneário.

Construção da ala mais recente do hotel (Arquivo Pessoal)

Futuro: novidades do Hotel Marambaia

“Vamos manter o tradicional redondo, mas o objetivo é resgatar o ‘glamour’ inicial”

O hoteleiro aproveita para citar que olhar para trás lhe dá muito orgulho, pois vê que o Marambaia auxiliou muito na história de Balneário. 

“Pudemos mudar a história de Balneário, pude ver e viver isso. Acredito que isso vai depender de cada um de nós, mas para que a cidade continue crescendo e prosperando precisamos de pessoas com aptidão. Vejo que o prefeito Fabrício Oliveira tem foco e trabalho, tem visão. Para continuarmos crescendo, é para cima, que é o que está acontecendo. Para nós, é normal, mas para quem visita, não… e temos esse museu a céu aberto! Vieram novos atrativos, como a roda gigante, e logo vai vir o Multiparque, no Estaleirinho”, afirma, citando que a cidade atrai anualmente novos turistas e moradores. 

“Quando saímos daqui, vemos o quanto a nossa cidade é única. O alargamento da faixa de areia, por exemplo, foi um sonho que se tornou realidade e é a prova do quanto Balneário é diferenciada, uma cidade que é pequena, mas que tem tudo!”, analisa.

O Marambaia também vai mudar: os sócios estão estudando modificar a estrutura, mantendo o tradicional redondo, mas com o objetivo de resgatar o ‘glamour’ inicial.

“Estamos finalizando um projeto para a ala atrás do redondo, que estamos apresentando para a prefeitura. Logo vamos divulgar mais informações, mas o projeto está bem bacana. Queremos que seja um presente para a cidade, que fique na história, esse é o intuito: agradecer Balneário, que foi e é tão generosa conosco”, completa.

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