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Balneário Camboriú
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Pais de Balneário e região compartilham o quanto a paternidade transformou suas vidas

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Segundo dados do IBGE, 11 milhões de mães criam sozinhas os filhos no Brasil. Diante desta realidade, o Dia dos Pais torna-se ainda mais importante e o Grupo de Estudos e Apoio à Adoção Anjos da Vida de Balneário Camboriú trabalha incentivando que pais, mesmo solteiros, adotem e vivenciem o laço único de amor com os filhos.  

O Página 3 ouviu essas histórias, de pais de Balneário e região, uns que adotaram há pouco tempo e outros há alguns anos, que destacam o quanto a paternidade os transformou. Acompanhe.

“Quando chega, parece que o tempo nem passou”

Luciano (de azul) é o coordenador técnico do Grupo Anjos da Vida

O coordenador técnico do Grupo Anjos da Vida, Luciano Estevão, destaca que há pais que precisam esperar anos para enfim conseguirem adotar, e que todos sempre apontam que vale a espera. 

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“Há um pai que esperou seis anos para adotar, porque queria um filho até 1 ano de idade. Falo isso porque às vezes os pretendentes se angustiam com a espera, mas depende do perfil que querem e é importante respeitar, porque uma hora chega, mesmo que demore. E os pais dizem que quando chega, parece que o tempo nem passou. Há casos de pais com filhos biológicos que também optam por adotar, tem as adoções  tardias que são muito importantes, de crianças mais velhas”, diz.

O Grupo Anjos da Vida está com inscrições abertas para o curso de pretendentes à adoção, que inicia na próxima terça-feira (16), em Balneário Camboriú. 

As inscrições podem ser feitas por este link. Mais informações: (47) 3248-2598.

Relatos de alguns pais

Kleber Garcia de Oliveira, pai de oito filhos, sendo cinco biológicos e três adotivos

O casal com seus oito filhos (Arquivo Pessoal)

Kleber começou a namorar a esposa ainda na adolescência.

“Vivo meu sonho de ser pai de filhos biológicos e adotivos, meninos e meninas… construí a oportunidade de viver a paternidade e suas diversidades. Isso começou há 23 anos, quando conheci uma menina linda que estudava na minha escola, demos nosso primeiro beijo no dia 11 de maio de 1999, eu tinha 15 anos e ela também. Meu grande amor se chama Cristiane, ali começou uma paixão tão grande que, um ano depois com 16 anos, decidimos morar juntos, duas crianças. Apesar de para nós ter dado certo eu não recomendo este nível de relacionamento tão cedo.


Ter muitos filhos era um sonho do casal

Os 8 filhos, sendo 5 biológicos e 3 adotivos (Arquivo pessoal)

Já nos primeiros dias de namoro ficou evidente que tínhamos o mesmo propósito, ficar juntos e ter muitos filhos. Quando tínhamos 20 anos nasceu a Julia, que hoje tem 18 anos, e meu grande sonho de ser pai se realizou pela primeira vez. Foi incrível, um dos momentos mais marcantes da minha vida! Desde o começo queríamos ter filhos biológicos e adotivos, quando nasceu a Julia imaginamos que o nosso próximo filho poderia ser adotivo, mas como fomos ‘rapidinhos’, depois de dois anos nasceu a Isabel, e mais uma flor foi plantada em nosso jardim.

Eram tempos muito difíceis, eu ganhava bem pouco. Eu já empreendia, mas cometia muitos erros. Era muito imaturo e não sabia qual caminho seguir corretamente nos negócios: eu era bom em tomar péssimas decisões. 

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Após três anos, veio nosso querido Gustavo, que hoje tem 14 anos, nossa primeira experiência em ter um filho menino. Já com três filhos e as coisas sempre tão difíceis, parecia se distanciando o sonho de adotar. 

Em 2013 fomos presenteados com a surpresa que mais uma menininha estava vindo, a Cris engravidou da Victoria, que trouxe mais luz ainda a nossa vida.


Sonho de adotar sempre esteve presente

O casal com os filhos, Kleber diz que sente que realizou seu sonho (Arquivo pessoal)

As coisas já estavam melhorando, eu estava aprendendo e me desenvolvendo cada vez mais, me tornando uma pessoa melhor e consequentemente um empresário melhor. Isso automaticamente impactou nos meus resultados. 

Em 2018 decidimos que era o momento de realizar mais um sonho, adotar nossos filhos. Entramos com o pedido de adoção, mas o nosso processo ficou parado por quase um ano. Somente em 2 de setembro de 2019 o juiz deu a primeira sentença pedindo mais alguns documentos. Neste dia foi uma grande alegria porque dali para frente sentimos que nosso processo começaria a andar. Porém, três dias depois a Cris começou a passar mal, fomos ao médico e ele pediu exames. E a surpresa, ela estava grávida do nosso quinto filho biológico, o Murilo, nosso sapeca!


Três filhos adotivos

Veio então o impasse: parar ou continuar com nosso processo de adoção? Pois para a Cris seria muito difícil lidar com isso tudo ao mesmo tempo. 

Eu como pai sabia que por mais que eu tentasse ajudar, a maior parte do trabalho sempre acaba ficando para a mulher, e a decisão ficou completamente em suas mãos. A Cris, muito guerreira que é (meio doida como eu também), decidiu: nós vamos continuar. Nos preparamos a vida inteira para este momento. Esperamos o bebê nascer, três meses depois retomamos o processo de adoção, e no dia 10 de dezembro de 2020 saiu nossa habilitação. Estávamos super ansiosos. 

No dia 16 de janeiro de 2021 me ligou a assistente social e disse: “Kleber, eu vi aqui que vocês estão habilitados para adotar uma criança, mas não custa eu perguntar, temos aqui 3 irmãozinhos, 3 meninos lindos de 4, 6 e 8 anos, vocês gostariam de conhecer?”.


“Eram meus filhos!”

E foi me contando sua história, a tragédia que tinha acontecido em suas vidas, na hora eu fiquei bem confuso e emocionado, pois eram três crianças, não estávamos preparados para isso. Mas ela me mandou as fotos, quando eu vi, senti naquele momento: eram meus filhos! Eu falei que precisava conversar com a Cristiane e retornaria para ela. Quando a Cris viu, também sentiu que tínhamos encontrado nossos filhos. Em poucos dias as crianças já estavam com nós, em nosso lar, e eu pude me sentir pela primeira vez completamente realizado como pai.


Desafios da paternidade

Já faz um ano e meio, tivemos que passar por muitas adaptações, e ainda estamos… em maio de 2021 eu fiquei doente, de uma forma que eu nunca imaginei que ficaria. 

A bagagem emocional das crianças em relação aos seus traumas e perdas mexeu muito com a estrutura da casa e meu emocional. As crianças lembravam e choravam diariamente da morte da mãe e sofriam desumanamente também pelo afastamento do pai. 

Me sentindo impotente e não sabendo lidar com o sofrimento das crianças, acredito que entrei em uma crise depressiva profunda e acabei ficando de cama… agora tínhamos uma casa com 8 crianças e um marido para dar trabalho a Cristiane. Porém, eu consegui identificar algumas coisas que precisavam ser mudadas na minha vida, eu não podia ficar naquela condição.

Resolvi mudar totalmente meu estilo de vida, estava obeso e sedentário, perdi 15 quilos, faço exercícios diariamente, sigo dieta rigorosa e aprendi a gostar disso. Também reestruturei a minha empresa, montei uma estrutura hierárquica que permitiu meu afastamento, e hoje ela funciona perfeitamente e só fico lá em média 5 horas por semana. Pude realizar também um grande sonho, poder voltar a escrever profissionalmente e trabalhar mais em casa, podendo ajudar mais minha querida esposa e ficando mais tempo com as crianças.


Hoje Kleber ajuda outras famílias

Como o mundo dá voltas e está sempre nos surpreendendo, tenho atendido casais com dificuldade em relacionamentos com meu serviço de mentoria que eu fazia mais por hobby, como a demanda aumentou muito, estou conseguindo praticamente arrecadar o mesmo pró-labore nas mentorias do que tiro da empresa que fundei há 12 anos e tenho 11 funcionários. Ajudo casais a recuperarem seus relacionamentos, acreditarem no propósito família, e estruturar suas vidas para empreender filhos biológicos ou adotivos, têm sido realizador!”.


Jacson terá o seu primeiro Dia dos Pais

Jacson, a esposa Silvana e o filho Gael (Arquivo pessoal)

O empresário Jacson Júnior Sobieray e a esposa, Silvana Hermes, realizaram o sonho de ser pais através do pequeno Gael. 

“O processo de adoção surgiu após saber que eu sou estéril. Eu e minha esposa queríamos um filho ou filha. Esperamos 4 anos e meio na fila para adoção. Fizemos o curso no Anjos da Vida, que nos tirou várias dúvidas, inclusive sobre a espera ser longa. Creio eu que a burocracia deixa isso demorado. Mas veio para nós o nosso filho, uma criança linda. O nome dele é Gael, e ele é a luz da nossa vida. Será o meu primeiro Dia dos Pais e acredito que fortes emoções virão”, disse.


“A partir do momento que a vimos, eu tive certeza que era a nossa filha”

Alan e a esposa encontraram a filha: “Certeza que era a nossa filha” (Arquivo pessoal)

O engenheiro Alan Cardoso, de 40 anos, é casado há 13 anos e há três anos ele e a esposa decidiram que gostariam de ter um filho e começaram a pesquisar sobre a adoção, fazendo então o curso no Anjos da Vida, que teve a duração de seis meses. 

“A partir disso entramos com a documentação. Em torno de um ano a gente já estava na fila. Em um primeiro momento solicitamos uma criança de até quatro anos, mas depois tivemos um olhar diferente e modificamos para até 7 anos, e no mesmo momento já nos chamaram porque havia uma criança que entrava no nosso perfil”, diz.

O casal foi então conhecer a filha, que a pedido deles não será identificada, e vivenciaram uma emoção. 

“Nos surpreendeu porque foi rápido. Em dois anos nós já estávamos com a nossa filha! A partir do momento que a vimos, eu tive certeza que era a nossa filha. O amor não tem idade, quando eu tive a oportunidade de compartilhar o momento, eu percebi que era para mim! Eu e a minha esposa fomos criados para o propósito que é a adoção, que se cumpriu quando a nossa filha chegou”, pontua.

O pai aproveita para elogiar a filha, que é uma criança divertida e tem ‘uma personalidade muito linda’. 

“Ela é amável e foi um presente de Deus para a nossa vida! O nosso relacionamento [dele e da esposa] melhorou mais com ela, que é a alegria da nossa vida. Não sei viver sem estar do lado dela. Ela trouxe o amor, a inocência, a brincadeira… a vivência de ser pai é muito gratificante!”, completa.


Bruno e a esposa começaram o curso de adoção, mas engravidaram: hoje são pais de Clara e Téo

Bruno começou o curso de adoção, mas ele e a esposa acabaram engravidando e hoje tem 2 filhos biológicos (Arquivo pessoal)

Bruno Figueredo Arceno, professor de matemática na rede estadual de ensino, atua também na Secretaria de Educação de Balneário e é Conselheiro de Direito no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) – 

“Eu e a minha esposa ficamos tentando engravidar por 4 anos e nesse tempo decidimos adotar, conhecendo o Anjos da Vida através do CMDCA e fiquei interessado em estar participando. Minha esposa ficou um pouco reticente, mas vimos que seria a oportunidade de termos o nosso filho. Fizemos o curso, todos falavam muito bem, e foi praticamente seis meses, todas as terças. Eram 10 casais, 20 pessoas, e era muito bacana. Foi uma gestação, nos preparamos para ser pais. Mas nesse tempo a minha esposa fez uma cirurgia, de endometriose, e o médico deu um prazo de 6 meses para engravidarmos, e conseguimos. Inclusive foi durante o curso, mas decidimos que mesmo grávidos iríamos continuar o curso.

Conversei com o Luciano (coordenador do Anjos da Vida), e todos abraçaram a notícia, inclusive ele [Luciano] dizia que alguém do curso estaria grávido até o fim, porque isso acontecia. Terminamos o curso, mas não entramos na fila de adoção. Dois anos e meio depois, tivemos o Téo. Temos a Clara, de três anos, e o Téo, que são biológicos, mas somos gratos por termos tido em nosso caminho esse curso e as pessoas que conhecemos lá. Foi uma preparação para mim como homem e como pai, até hoje lembramos do que aprendemos no curso e que colocamos em nossa vida. Procuro fazer o melhor possível para os meus filhos, sempre me preocupando em ser um bom pai, para estar ‘lá’ para os meus filhos”.

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