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Balneário Camboriú
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Balneário Camboriú teve dois representantes na Corrida de São Silvestre

A tradicional corrida de rua São Silvestre, no último dia do ano em São Paulo, tinha representantes de Balneário Camboriú entre os mais de 30 mil inscritos.

O empresário, poeta e presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) da cidade, Vilton João dos Santos, e o atleta de 23 anos e cego, Marcos Hoeschl, que representou também a Escola de Cães-Guias Helen Keller.

Nesta semana, eles compartilharam um pouco sobre esta experiência, inédita para Marcos e a quarta de Vilton.

“Me senti em casa”, diz Marcos

Marcos, com Dubai e o amigo Lucas.

O corredor Marcos, que tem 23 anos, ficou cego há menos de três anos, vítima de uma bala perdida. Na sequência deste acidente, passou por depressão e sofreu as consequências da perda de autonomia.

Na ocasião, sua filha tinha oito meses e a dificuldade para se deslocar até ela, tornou a vida dele ainda mais difícil. A superação chegou com a Dubai, cão-guia da escola Helen Keller, que mudou a vida do Marcos.

Ele contou ao Página 3 que a ideia de participar da São Silvestre veio através da presidente da Escola Helen Keller, Elis Busanello, em um momento difícil que estava passando, e que isso o fez focar no esporte e tirar os pensamentos ruins que estava tendo.

“Na hora, eu liguei para um amigo, que treina muay-thai comigo há algum tempo e perguntei se ele topava ir comigo e ele aceitou. Demos início aos treinamentos, fui atrás de academia para musculação, para fortalecer e treinava na orla de Balneário, junto com a minha cão-guia, Dubai, porque o intuito era ela participar da corrida também, mas não pôde estar, porque eram regras da organização da São Silvestre”, explicou.

O amigo deu suporte a Marcos, durante a corrida.

Ele afirmou que foi ‘uma honra’ poder representar a Helen Keller na São Silvestre e também os deficientes visuais, pois através da Escola pôde reaver a sua autonomia e viver de fato o direito de ir e vir, com o apoio de Dubai.

“Foi muito mais do que só uma corrida, foi muito simbólico! Foi também minha primeira viagem de avião, o hotel onde fiquei foi muito receptivo, não houve problemas em ficar com a Dubai lá. No dia eu estava bem ansioso, mas me senti em casa, porque havia muitas pessoas com deficiência. Foi uma experiência muito boa, fui muito incentivado do início ao fim. Foi cansativo, mas muito emocionante… cada quilômetro era um sofrimento que deixava para trás, mais uma superação. Não tem barreira nenhuma que pare a gente e o esporte mais uma vez salvou a minha vida. Foi a primeira de muitas maratonas que vou participar”, acrescentou.

Mil quilômetros por ano: São Silvestre é a ‘cereja do bolo’ do desafio do empresário Vilton

Vilton, de branco, no centro da foto.

O empresário Vilton João dos Santos participa da São Silvestre desde 2019, mas garante que neste ano foi ainda mais especial. Ele salienta que a prova é, em sua visão, ‘a mais democrática do planeta’ porque apesar de reunir atletas, atrai também pessoas ‘normais’.

“A maior parte dos participantes é composta por perfis bastante heterogêneos: gente que passa longe do condicionamento físico ideal, corredores com biotipos formatados pelo sedentarismo, indivíduos de todas as faixas etárias, alguns com mais de 80 anos, povo com todo tipo de alegoria e fantasia e pessoas com diversas limitações físicas. São mais de 30 mil participantes numa vibe incrível”, contou.

Vilton comentou que na São Silvestre não importa classe social, raça, credo, preferência política, time do coração, orientação sexual ou qualquer outro fator que possa gerar conflito ou discriminação.

“O que motiva essa multidão a sair de centenas de cantos do país para participar de uma prova no último dia do ano, enfrentando as altas temperaturas do verão? Desafiar-se, superar seus limites, agradecer o ano ou só curtir… Os motivos são diversos, mas tem algo lá que se constitui num padrão intrigante: as pessoas tem um incrível brilho no olhar e um sorriso contagiante. É como se estivessem lavando a alma no derradeiro dia do ano. Eu faço parte desse bando de loucos desde 2019, quando me determinei a caminhar 1.000 quilômetros por ano. Foi quando passei a dar o merecido carinho e atenção ao meu corpo, que é meu templo”, relembrou.

Já no primeiro ano do ‘autodesafio’, Vilton eliminou 10 quilos e mantém esse peso desde então, conseguindo cumprir com a meta nos anos de 2020 e 2021. Porém, 2022 foi mais desafiador porque, em função de fortes dores lombares, só conseguiu caminhar 500 quilômetros até o final de agosto, quando concluiu o seu tratamento.

“Isso fez com que tivesse que fazer o mesmo número nos últimos quatro meses (mais 500 km). Foi necessário muita disciplina e entrega, mas consegui! Caminhei 999 quilômetros até dia 29 e deixei o milésimo, a cereja do bolo, para a prova de São Paulo. Nos últimos 4 anos caminhei 4.179 quilômetros. Enquanto Deus permitir, estarei andando pelas estradas da vida e fechando o ano nessa grande festa chamada São Silvestre”, completou.


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