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Bia Haddad tenta manter rotina ‘anti oba-oba’ após sucesso em Roland Garros

(UOL/FOLHAPRESS) – Toda equipe hospedada na mesma casa; encontrar os familiares e amigos durante torneios, só mesmo no clube; e nas horas livres, atividades que proporcionam conexão interior. É assim a rotina que Beatriz Haddad Maia e sua equipe adotam em busca de sucesso. Foi desta forma antes e durante a campanha de Roland Garros e será da mesma maneira no resto do circuito, com a paulista no top 10, atrás de feitos ainda maiores.

A paulista de 27 anos topou responder a algumas perguntas da reportagem depois de alcançar as semifinais do torneio francês e deu alguns detalhes sobre o seu dia a dia com o resto do seu time: o técnico Rafael Paciaroni, o preparador físico Rodrigo Urso e o fisioterapeuta Paulo Cerutti. Bia também revelou por que disse em voz o nome de Rafael Nadal durante seu duelo com a número 1 do mundo, Iga Swiatek, na Quadra Philippe Chatrier, a principal arena de Roland Garros.

PERGUNTA – Havia muitos brasileiros em Paris, inclusive família e amigos. Você e o Rafa tomaram alguma medida especial para impedir um clima de “oba-oba” e manter o foco no torneio?

BIA HADDAD – Não. A gente não mudou nada. A gente fez o que a gente sempre faz, que é ter um dia a dia rodeado de pouca pessoas, com bastante tranquilidade, e a gente foca bastante no processo. Em relação aos familiares, inclusive minha mãe, que estava lá nessa semana, eu conseguia vê-la no clube. Eu encontrava com ela por alguns momentos, mas nos outros momentos eu não abro mão de me manter focadinha, fechada com a minha equipe, na nossa rotina de dia a dia.

P – Como foi recuperar fisicamente depois do jogo de 3h51min? Passou mais tempo do que o habitual tratando alguma parte do corpo?

BH – Não, nada mudou, apenas um protocolo a mais para cuidar da perna que eu lesionei em Roma, que estava sentindo dor. O Paulo [Cerutti] é um excelente profissional, confio muito no trabalho dele também, assim como os três da minha equipe. A gente tem um cuidado diário com o meu corpo. O trabalho deles é integral. Eles estão sempre se comunicando e medindo o nível de carga, e isso é muito importante para eu conseguir competir sem me lesionar seriamente nos últimos três anos, mas isso é um mérito do trabalho deles também.

P – Fora todo o trabalho de recuperação, treino, análise e tudo mais, como você relaxa entre as partidas? Leitura? Netflix? Violão?

BH – A gente tem uma rotina bem saudável apesar de ser bem puxada e com o dia longo. Eu tento sempre encontrar um tempo para desligar a minha mente. Gosto de ler, de pintar, ir ao cinema ou, às vezes, a gente joga um tabuleiro que chama Sequence, por exemplo. Eu gosto de ler. Hoje, por exemplo, estou lendo um livro que chama O Amor dos Homens Avulsos, de um escritor brasileiro que já faleceu, Victor Heringer, então eu tento sempre desligar, mas fazer atividades que me concectam comigo ou que eu consiga passar um tempo refletindo e tendo esse espaço para lazer também.

P – Na entrevista que o Paciaroni deu para o Saque e Voleio, ele diz assim: ‘A gente controla sono, controla humor, controla estresse, controla a parte hormonal dela e tudo isso. Período menstrual ou não.’ Ele fala de modo geral, mas como isso é feito durante um torneio?

BH – Nada mudou na rotina. A gente trabalha com a mesma entrega, a gente dá 100% em tudo, e isso facilita a gente conduzir as semanas de uma forma mais natural. Nessa semana de Roland Garros, por exemplo, a gente ficou no mesmo apartamento. Estava toda a equipe no mesmo lugar, então a gente tinha uma rotina bem caseira, tranquila, com os pés no chão. A gente tenta fazer isso em todas as semanas do ano. Não só por ser Roland Garros. Independentemente do torneio e do lugar, a gente tem esse dia a dia bem tranquilo.”

P – No jogo contra a Iga, no 6/2, 4/4, você perde um break point quando erra um forehand, olha pra alguém no fundo da quadra e fala “Rafael Nadal!” (vide tweet acima). O que você quis dizer com aquilo?

BH – Eu nem lembrava que tinha falado isso, na verdade. Mas foi um ponto em que eu optei por devolver saindo de trás, com uma bola mais profunda, com mais altura, e era um ponto importante. Lógico, o Nadal jogou muitos pontos naquela quadra, naquela situação, e eu acabei devolvendo curto, pelo centro, e eu me corrijo, falando em voz alta, e foi por isso que eu falei o nome dele.


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