A Operação Veraneio do Corpo de Bombeiros que encerrou domingo (26) em todo o Estado, registrou 502 salvamentos em Balneário Camboriú, um número considerado expressivo, mas o que chama a atenção é o número de prevenções: foram mais de 6,5 milhões nas praias locais.

Três mortes e 502 salvamentos
O Comandante do 13º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM) de Balneário Camboriú, Tenente-Coronel Zevir Aníbal Cipriano Junior, disse que a temporada foi um desafio por conta de ser a primeira de alto movimento pós-pandemia e com a faixa de areia da Praia Central alargada.
“Foi uma temporada nova, mas acabamos fazendo uma ótima temporada, em termos gerais. Tivemos três óbitos ao total no verão de Balneário Camboriú, mas realizamos 502 salvamentos. Foram 502 pessoas, que estavam em situação de risco. Se não houvesse intervenção dos guarda-vidas, poderíamos ter perdido estas pessoas”, diz.
6,5 milhões prevenções: banhistas precisam ser mais conscientes
O número de prevenções, que é quando o guarda-vidas conversa e previne pessoas sobre os perigos do mar e cuidados que precisam ser seguidos, foram mais de 6,5 milhões.

“Foi uma amplitude enorme e que fez a diferença, quanto às questões das bandeiras, de pontos perigosos onde não era aconselhável entrar… esse número total de 6,5 milhões (somando Praia Central e praias agrestes) foi de 15 de outubro/2022, durante a pré-temporada, que se seguiu até 16 de dezembro, até o final do verão, da alta temporada, que foi entre 17 de dezembro/2022 e 26 de fevereiro/2023. Agora estamos no que chamamos de pós-temporada, que segue até a chegada da pré-temporada, em meados de outubro”, explica.
“Em uma fração de segundo podemos perder uma vida”
O Comandante disse que as pessoas precisam ser mais conscientes com o mar, considerando que o ambiente praial pode oferecer perigo, exemplificando que isso vale até mesmo para uma praia como Laranjeiras, que é considerada tranquila, mas possui costão, pedras e conforme o banhista vai avançando, a profundidade aumenta bruscamente.
“A própria Praia Central pode ter buracos e há nela correntes de retorno. As pessoas acabam, mesmo com sinalização e nosso trabalho preventivo, se distraindo e essa falta de atenção acarreta no arrastamento, onde é possível ocorrer um afogamento. Em uma fração de segundo podemos perder uma vida, principalmente se a pessoa não tem habilidade mediana de natação, sabendo pelo menos boiar e esperar o salvamento”, salienta.
Ele disse que outro desafio para o trabalho dos guarda-vidas é a embriaguez nas praias.
“Ela acaba encorajando a pessoa a ir além de sua capacidade física. Acha que vira um super-herói e acabam extrapolando esse limite, o que gera um problema grande para o guarda-vidas que, graças a Deus, na maioria das vezes chega rápido, mas pode acontecer fora do horário de trabalho ou então em ocorrências simultâneas. O tempo é um fator que corre contra nós”, acrescenta.
Mais ocorrências: 442 crianças perdidas

Zevir aproveitou para citar ainda que foram atendidas 442 crianças perdidas, e que algo que pode ajudar os pais é ficarem ligados e, ao chegarem na praia, solicitarem no posto de guarda-vidas a pulseirinha de identificação.
“O pai, mãe ou responsável preenche os dados fundamentais como nome e telefone para contato, colocamos a pulseira na criança e, se ela se perder, fica mais fácil de localizar a família. Sabemos que nenhum pai quer perder a criança, mas em uma praia como a nossa, que tem um fluxo de pessoas muito grande, é possível de acontecer e é bem comum. Por isso, orientamos que solicitem para nós a pulseira de identificação. Os pontos de guarda-vidas são referência, quem encontra criança leva até o posto, e se está com identificação é solucionável”, pontua.
Água viva
Segundo o Comandante, os 108 guarda-vidas civis que atuaram em Balneário no verão (306 ao total no batalhão, que correspondem ainda as cidades de Itapema, Porto Belo e Bombinhas), atenderam também 99 ocorrências de queimaduras por água-viva, um número considerável razoável – mas que já foi maior em outros verões e que é influenciado pela condição do mar e das correntes que nele atuam.
“Realmente foi muito recurso despendido para que fizéssemos uma Operação Veraneio segura. Só em Balneário Camboriú foram mais de R$ 1,3 milhão investidos, somente no salário dos guarda-vidas, fora o custeio com bote, jet ski, quadriciclos, uniformes, protetor solar… o custo é até bem mais alto, mas é um investimento, pois consideramos que a Operação Veraneio foi muito satisfatória”, pontua, aproveitando para agradecer ainda as prefeituras de Balneário, Itapema, Porto Belo e Bombinhas.
“São nossos parceiros e nos ajudam a trabalhar para que as pessoas tenham cada vez mais tranquilidade durante as férias, pois sabemos da importância do descanso, e queremos que curtam as praias de forma segura”, completa.