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Balneário Camboriú
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Resultados da OLESC refletem falta de investimento em categorias de base em Balneário Camboriú

Balneário Camboriú retornou da 21ª Olimpíada Estudantil Catarinense (OLESC), que terminou no sábado (30), em Curitibanos, com oito medalhas (duas de prata e seis de bronze), o que resultou em um 29o.lugar na classificação geral, uma colocação bem distante das conquistadas nos últimos anos. 

Apenas seis modalidades representaram Balneário Camboriú na maior competição estudantil do Estado, que este ano concentrou quase 4 mil atletas de 80 municípios catarinenses: atletismo, ciclismo, judô, taekwondo, vôlei de praia e voleibol. 

As medalhas de prata vieram com o vôlei de praia (1) e com o judô masculino (1). As medalhas de bronze com o judô (4), taekwondo (1) e atletismo (1).

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Florianópolis foi a campeã geral. Joinville vice e Jaraguá terceira colocada.

Ausência de esportes coletivos

Chamou atenção a ausência de modalidades coletivas, como futsal, basquete, handebol, que sempre tiveram boas colocações, costumavam frequentar o pódio ou sempre estavam perto dele.

O handebol feminino, por exemplo, já foi tricampeão da Olesc (2014/2015/2016), sempre se manteve entre os Top 10. No ano passado foi quarto colocado e este ano não competiu. 

Este ano as modalidades coletivas foram representadas somente pelo vôlei, nos dois naipes, que ficaram em 7° lugar. No ano passado, o vôlei masculino foi campeão e o feminino comemorou o terceiro lugar.

O vôlei de praia masculino conquistou prata, mas a exemplo do ano passado, não somou pontos, porque figura como modalidade de exibição.

Nas disputas individuais, o atletismo que costuma frequentar pódios desta vez trouxe somente uma medalha de bronze. Quem faturou mais medalhas foi o judô com uma prata e quatro bronze.

Medalhas de Balneário

Judô

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  • Pedro Henrique Oliveira de Jesus 73kg – 2º lugar
  • Theo de Bona, 60kg – 3º lugar
  • Erick Odirlei Prado, 66kg – 3º lugar
  • Thaynara Alves, 48kg – 3º lugar
  • Quesiha Karen Lins, 57kg – 3º lugar

Taekwondo

  • Emilly Schemberger Miranda Pereira – 3º lugar

Atletismo

  • Lauriele Nunes Fonseca – 2.000 metros com obstáculo – 3º lugar

Vôlei de Praia 

  • Pablo Silveira e Gustavo Luz – 2º lugar

Sem iniciação…

Programa ‘Virando o Jogo’ criado para abrir caminho para futuros atletas não vingou (Divulgação/FMEBC)

A comparação com resultados de edições anteriores mostra o impacto causado pela pandemia, mas também revela que estão faltando políticas públicas de iniciação e investimento em escolinhas de base. 

O programa ‘Virando o Jogo’ que a Fundação Municipal de Esportes (FMEBC) implantou em 2019 tinha esse objetivo, desenvolver atividades esportivas nas escolas com professores especializados (em cada modalidade) para motivar alunos até 13 anos a se aproximar do esporte. Com a pandemia esvaziou.

…rendimento fica prejudicado

É difícil formar um atleta, exige tempo e investimento até aparecerem os resultados. Mas é certo que sem iniciação, as dificuldades irão se repetir nas demais categorias e os resultados servem como termômetro. 

Por isso é preciso focar na outra ponta também, o rendimento, porque são estes atletas competitivos que servirão de exemplo para os iniciantes. 

Para manter atletas de rendimento é preciso investir mais no Bolsa Atleta, uma ajuda de custo que não vem suprindo as necessidades básicas e por isso Balneário já perdeu vários atletas que aceitaram representar municípios que pagam mais. 

Técnicos já pensam na próxima Olesc

(Divulgação/FMEBC)

Iki Beraldo, técnico de vôlei masculino

“Realmente o resultado foi aquém do esperado no voleibol, porque desde 2018 a gente mantinha o pódio nos dois naipes, sendo que em 2021 o time masculino ficou em 1° e o feminino em 3°.

Mas levando em consideração que estamos esse ano com duas equipes novas, a maioria fica para o ano que vem, então optamos em levar equipes menos experientes esse ano que ainda assim poderiam ter feito campanhas melhores, o que não aconteceu. Perdemos jogos que não poderíamos perder, o que influenciou no resultado final.

Ficamos felizes por outro lado, porque fomos a única modalidade coletiva da Fundação a representar Balneário Camboriú na Olesc. Agora o foco é trabalhar para a próxima Olesc, utilizar os  campeonatos estaduais e demais competições, para fortalecer nosso grupo”.


(Divulgação/FMEBC)

Leize Bianchini, técnica de vôlei de praia

“Nossa dupla masculina voltou com a medalha de prata, teve ótimo desempenho. Esta foi a segunda vez que o vôlei de praia disputou a Olesc, mas como na primeira, não contamos pontos, porque a modalidade ainda está em ‘modo exibição’. 

De um modo geral, nesse ano alguns resultados eram esperados, mas acabaram não vind(Divulgação/FMEBC)o. Não sei com as outras modalidades, mas no vôlei de praia estou com dificuldade de atletas também. Parece que nessa parada da pandemia eles mudaram o foco. Está bem complicado poder contar com atletas. Agora retornamos com a escolinha, tem uma galera boa, estamos contando com isso, mas leva tempo, é preciso paciência”.


Lauriele Nunes Fonseca, bronze no atletismo (Divulgação/FMEBC)

Daiana Gamboa, técnica de atletismo

“Já esperávamos esses resultados. Ano passado já foi ruim e esse ano foi pior, mas é preciso considerar que dos 16 atletas que levamos só três não estarão na Olesc ano que vem. E alguns vão participar mais três anos de Olesc. Nossa equipe é bem nova e mesmo assim, dentro da pouca experiência que eles têm, desempenharam dentro do esperado.

Tivemos um vácuo no trabalho de iniciação que desde o ano passado está voltando com as escolinhas.

No atletismo estamos vivendo um cenário novo: nossa equipe adulta é muito forte, a Sub-23 é forte, a Sub-20 que seria a mesma dos Joguinhos é boa, mas precisa melhorar e a Sub-18 que seria Olesc é hoje o nosso principal problema…a Sub-16 e a Sub-14 já começamos um trabalho legal, com bons resultados e aos poucos vamos voltar ao cenário anterior à pandemia que impactou muito”.  


(Divulgação/FMEBC)

Sérgio Borba, técnico de judô

“O judô foi o que mais trouxe medalhas individuais, mas nosso desempenho geral foi muito abaixo, se analisarmos os resultados gerais de 10 anos para cá. 

Não sei qual a política da FMEBC, pode ser que o objetivo não seja resultados de rendimento”.


O que diz a Fundação de Esportes

Chefe dos esportes municipais, Mazinho (Divulgação/FMEBC)

O superintendente da Fundação Municipal de Esportes de Balneário Camboriú (FMEBC), Osmar de Miranda, o Mazinho, enfatizou que não diz que o resultado foi abaixo do esperado (29°), mas que tinham expectativas melhores. 

“Em algumas modalidades estouramos a idade para competir na Olesc (é dos 13 aos 16 anos) e partiremos para o Joguinhos Abertos de Santa Catarina, que será em Blumenau, de 15 a 25 de setembro, onde podem participar atletas dos 15 aos 19 anos”, diz.

Mazinho comenta que Balneário fez o processo de renovação de atletas para participar das competições, mas que por conta da pandemia, as equipes ficaram dois anos com dificuldades para treinar. 

“Mesmo assim, levamos para a Olesc 100 atletas em 8 modalidades. Fomos uma das maiores delegações. Se o nosso vôlei de quadra fizesse a pontuação que esperávamos, ficaríamos entre os 10. O resultado na hora é muito peculiar, infelizmente cruzamos com duas equipes fortes e perdemos. No vôlei de praia ficamos em 2°, mas ainda não soma pontos nessa modalidade. Nos resultados, ficamos um pouco abaixo, mas a questão de trabalho, quantidade de atletas… foi positivo”, acrescenta.

O superintendente relata ainda que nessa delegação de Balneário haviam muitos atletas novos, e que 90% deles estavam participando pela primeira vez da Olesc. 

“Porque estamos vindo desse processo pós-pandemia. Não conseguimos ir com algumas modalidades, a exemplo do handebol e futsal feminino. No handebol temos 30 meninas que estão iniciando, é um time muito novo e inexperiente, assim como o futsal femino e o basquete. Mas iremos no Joguinhos, em Blumenau, em setembro, com os times que nos representavam antes na Olesc, que devem trazer resultados muito positivos. A pandemia influenciou no esporte de maneira geral, e mesmo assim conseguimos ir com uma grande delegação para a Olesc e em diversas modalidades. Estamos intensificando os treinos, focando nos Joguinhos e Jogos Abertos, e planejamos ir com mais modalidades para a Olesc 2023, incluindo handebol e futsal feminino”, salienta.


‘Foco mudou’, diz ex-diretor

(Arquivo Pessoal)

O ex-diretor da Fundação de Esportes, Robertinho Ferreira, que segue acompanhando de perto o esporte municipal, disse que a Olesc deste ano está mostrando que o foco mudou e a pergunta deve ser: para que serve a FMEBC?

“Nós tínhamos um plano que era focar no rendimento para criar referências para as crianças e isso se perdeu. Uma coisa chama a outra. O que se percebe hoje é que o foco maior está em eventos. Tem que existir claro, mas sem prejudicar o investimento no rendimento. O foco da Fundação deve ser em políticas públicas, o esporte como inclusão social”, disse.

Ele diz que a Olesc é a base de tudo e o que aconteceu nesta edição em Curitibanos vai se repetir.

“Durante dois, três anos vai ser assim, sem resultados, porque não foi focado na base…as escolinhas estão com pouca gente e a pandemia teve em todo lugar. Ficamos atrás de muitas cidadezinhas que praticamente nem tem esporte. O que fez alguns resultados são os de sempre, a Leize que faz um trabalho diferenciado, o vôlei que sempre chega perto, o atletismo, o judô, que sempre trazem alguma coisa, é histórico. Mas resumindo, é o resultado da falta de investimento na base, falta de foco mesmo”, finalizou.

Ele segue dizendo que fica constrangido de fazer críticas, porque pertencia à Fundação e porque o atual responsável por ela é seu amigo.

“O Mazinho é meu amigo, mas estou fazendo uma crítica construtiva, porque enxergo diferente a Fundação, e achei que ele seguiria o caminho, seguiria aquele nosso plano, porque ele era coordenador na minha época, mas os planos mudaram e o foco maior hoje está em eventos. Aliás, na minha opinião, o plano é extinguir a Fundação, como o Bolsonaro fez, e juntar o esporte com educação ou turismo e ficar recebendo migalhas… Tomara que eu esteja errado”, finalizou Robertinho.

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