Grêmio foi melhor até levar o primeiro gol
A incerteza do torcedor do Santos em relação ao comportamento de sua equipe na partida de volta das quartas de final da Libertadores contra o Grêmio, se transformou em confiança em pouquíssimos segundos de jogo – 11, para ser mais preciso. Após Kaio Jorge abrir o placar no primeiro lance do jogo na Vila Belmiro, a certeza de que o time está pronto para brigar pelo título bateu em todos os santistas. O time do técnico Cuca mostrou disposição e atitude e venceu o adversário por 4 a 1 com facilidade, garantindo um lugar nas semifinais da competição sul-americana mais uma vez.
O Santos, que não chegava entre os quatro melhores da Libertadores havia oito anos, espera agora o vencedor do confronto entre Boca Juniors e Racing.
O time entrou em campo eletrificado. Após o apito inicial, o time subiu suas linhas de marcação e fez o meia do Grêmio Jean Pyerre, que voltava de contusão e era uma das armas de Renato Gaúcho para melhorar o rendimento ofensivo de seu time, virar para a sua própria defesa.
Pressionado, ele tomou uma decisão ruim e recuou a bola curta para o goleiro Vanderlei, mas longa para o zagueiro David Braz. O atacante Kaio Jorge partiu em velocidade, passou pelos dois adversários e só tocou para abriu o placar, mudando a história do confronto. O gol foi 5.º mais rápido em toda a história da competição.
Se o Santos entrou em campo disposto a definir rapidamente a sua classificação, o Grêmio, tão celebrado como clube copeiro, se comportou diferente desta vez. Sem vibrar, acuado, amedrontado. O clube gaúcho pagou um preço alto pela forma como se portou em campo.
Cuca mostrou uma rara combinação de acerto tático e motivação perfeita. É um técnico que joga junto de seus atletas. Foi assim no Atlético-MG, campeão da Libertadores em 2013 e no Palmeiras, campeão brasileiro em 2016. Nesta quarta-feira, com um minuto, ele berrava no banco de reservas: “Não é para diminuir o ritmo. Não para”. O Santos não parou. Aos dois minutos, Marinho recebeu pela direita e esticou a bola, entrando na área e batendo firme para ótima defesa de Vanderlei.
O Grêmio não tinha alternativa, a não ser tentar arriscar algo. E quase empatou com o próprio Jean Pyerre, que perdeu ótima chance aos cinco minutos, escorando cruzamento – a bola resvalou no travessão.
O respiro gaúcho durou pouco. Aos 16 minutos, em um contra-ataque, Sandry puxou o contra-ataque pelo meio, tocou para Lucas Braga, que arrancou pela esquerda, passou como quis por Orejuela (que se sentiu uma contusão muscular no lance) e cruzou na medida para Marinho fuzilar e marcar o segundo gol do Santos.
Até o final do primeiro tempo, o Grêmio não perdeu mais nenhuma chance. Mas o Santos não mudou – o time perdeu pelo menos mais duas excelentes oportunidades para aumentar o resultado.
O jogou foi para o intervalo e Renato Gaúcho mandou o chileno Pinares a campo. Mas o cenário não mudou muito e o Santos chegou ao terceiro gol. Após cobrança de escanteio de Marinho, Kaio Jorge errou o chute, a bola bateu no travessão, pegou efeito e morreu no fundo do gol.
Renato Gaúcho mudou o time. David Braz exigiu excelente defesa de John Victor em cobrança de falta. Diego Souza perdeu chance clara após cobrança de escanteio. Pouco tempo depois, as alterações deram resultado – Ferreirinha cruzou na medida para Thaciano diminuir aos 35. Mas a resposta do Santos foi rápida. Aos 38, Laércio recebeu cruzamento e cabeceou para marcar o quarto gol da equipe.
O Santos parte para as semifinais. No começo de janeiro, o time vai encarar um gigante argentino para tentar chegar na decisão mais uma vez. A equipe segue como muita força na luta pelo tetracampeonato da Libertadores.
FICHA TÉCNICA:
SANTOS 4 X 1 GRÊMIO
SANTOS – John Victor; Madson, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan (Wagner Leonardo); Alison, Sandry e Jobson (Guilherme Nunes); Marinho (Jean Mota), Kaio Jorge (Marcos Leonardo) e Lucas Braga. Técnico: Cuca.
GRÊMIO – Vanderlei; Orejuela (Victor Ferraz), Pedro Geromel, David Braz (Churín) e Diogo Barbosa; Darlan, Matheus Henrique e Jean Pyerre (Thaciano); Luiz Fernando (Ferreira); Diego Souza e Pepê. Técnico: Renato Gaúcho.
GOLS – Kaio Jorge, a 13 segundos, Marinho, aos 16 minutos do primeiro tempo. Kaio Jorge, aos oito, Thaciano, aos 35 e Laércio, aos 38 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Wilmar Roldán (Colômbia).
CARTÕES AMARELOS – John Victor, Pinares, Pepê, Guilherme Nunes, Diego Souza, Bruninho e Kannemann.
LOCAL – Vila Belmiro, em Santos.