O Santa Catarina Custom Show, que celebra a “kustom kulture”, atraiu excelente público ao Centro de Eventos Júlio Tedesco, neste final de semana, constituindo-se no primeiro ‘megaevento’ no local e mostrando as deficiências de planejamento de trânsito por parte da prefeitura de Balneário Camboriú.
Os Agentes de Trânsito estimam que cerca de 40 mil pessoas passaram pelo local, o que causou transtornos na Marginal e na BR-101, gerando reclamações.
Problemas à parte Mirella Huelsmann, uma das organizadoras do Santa Catarina Custom Show, disse que ficou feliz em comemorar a décima edição do evento na cidade em que vive, especialmente após dois anos de pandemia.
“Nos enche de orgulho um equipamento de eventos desse porte em uma cidade tão pujante como a nossa, com fácil acesso de entrada e saída da BR-101. Recebemos visitantes e expositores de todo o Brasil e exterior, como Argentina, Paraguai e Estados Unidos, e todo esse fluxo de pessoas é resultado de um trabalho que construímos ao longo de 12 anos”, salientou.
Mirella comenta que foi um ‘desafio enorme’ tomar a decisão de mudar um evento tão grande de lugar (antes acontecia no Centro de Eventos Itajaí).
“E em um curto período de tempo para repaginar o layout, com um investimento imensamente maior. Foi um aprendizado para todos os envolvidos, inclusive os administradores do local que ainda não haviam sediado um evento tão volumoso contemplando todos os espaços. Também os Agentes de Trânsito, a Polícia Rodoviária Federal, Polícia Militar, a Arteris Litoral, prefeitura, moradores…”, acrescentou.
Ela aproveita para citar que é preciso ter uma união de todos os setores, Centro de Eventos, prefeitura, entidades de classe, bairro e zoológico trabalhando e se dedicando juntos para facilitar a viabilidade dos eventos que venham a ocorrer no empreendimento.
“Porque foi um grande desafio para nós como organizadores, tivemos que pensar em soluções que iam além da produção do evento em si. É preciso facilitar a vinda desses organizadores de grandes eventos, contribuindo cada um de sua forma e dentro de suas possibilidades”, pontuou.
O diretor da BC Trânsito, Ricieri Ribas, conta que os Agentes de Trânsito que operaram a intervenção no trânsito, atuaram sozinhos na parte de mobilidade do evento.
“Fizemos alteração no trânsito, o contrafluxo em uma das vias para os moradores que entravam e saíam dos bairros, mas é necessária principalmente a obra na BR, a terceira faixa da Marginal, que é competência do Centro de Eventos. Outra obra que precisará ser feita, pela Arteris Litoral Sul, é a continuidade da Marginal, próxima ao Hotel Cottone”, explicou.
O município também está, segundo Ricieri, estudando outras possibilidades que podem ajudar no trânsito do Centro de Eventos, como a continuidade da Avenida Raposo Tavares, além da agulha no Bairro Parque Bandeirantes (ligação com a ponte Camboriú sul, para ligar à Rua Gerônimo Leitão) e ainda uma avenida contornando as lagoas da Emasa.
“Tudo está em fase de levantamento de dados, mas o município está pensando e priorizando isso. Sabemos que ninguém gosta de ficar parado, mas houve apenas horários pontuais de trânsito, e a ponte inaugurada na última quinta-feira (9) ajudou. Tem que se levar em conta o fomento econômico que o Centro de Eventos está trazendo, têm bônus e ônus. Quase 40 mil pessoas circularam no evento, foi de grande porte”, filosofou.
O diretor contou que a prefeitura está conversando com proprietários de terrenos dos arredores, do Parque Bandeirantes e Nova Esperança, para possibilitar a abertura de mais estacionamentos.
“Estamos elaborando um plano de ação, inclusive com linhas especiais de ônibus para eventos e shows, como faziam na época da Julifest, para que as pessoas priorizem transporte coletivo, que também é mais seguro”, completou, citando que os órgãos estaduais e federais precisam fazer a parte deles, pensando na questão de obras de mobilidade.
A reportagem apurou que as autoridades, apesar de repetidas vezes advertidas que o evento era de grande porte e atrairia milhares de pessoas, subestimaram o impacto que seria causado.
Além disso, os gestores do Centro de Eventos Júlio Tedesco estariam despreparados e desinteressados em planejar medidas para situações de impacto como a que ocorreu.