A Associação de Apoio às Famílias de Deficientes Físicos de Balneário Camboriú (Afadefi) comemora 20 anos na próxima segunda-feira (7), mas o jantar celebrativo será na sexta-feira (4), às 20h, no Savana Garden, no Bairro Nova Esperança, em Balneário. Os ingressos estão à venda.

Duas décadas de história
O presidente da Afadefi, Evandro Prezzi, disse que alcançar 20 anos significa ‘uma luta muito grande’ e o ‘sonho de muitas pessoas’.
“Em 2002 foi aberto o CNPJ da entidade através da Margarida Antunes, a primeira presidente, que tinha um parente com deficiência física. O foco foi abrir a associação para buscar recursos, mas ela não conseguiu, e passou para um grupo que deu continuidade. O segundo presidente foi Atalávio Vacari, que conseguiu os convênios junto da prefeitura e material para construção da nossa sede, assim como o Valdeci Matias, que atuou na administração desde o início e segue conosco até hoje”, conta.


A primeira sede da Afadefi foi em uma sala no Bairro Vila Real, passando então para o Colégio Peart (atual Anglo) e depois para a atual sede, na Rua 1.500, em frente ao Anglo, construída em um terreno cedido por Margarida Pereira, já em 2009.
“Fomos atrás de parcerias e doações, conseguimos doações da Receita Federal, que vendemos… fizemos convênios junto da Celesc, de casa em casa, para as pessoas doarem valores para nós. Já em 2012, conseguimos o convênio com a prefeitura. A nossa sede ficou pronta em 2018, mas até hoje faltam algumas coisas, como a pintura externa na parte atrás do prédio”, acrescenta.

Jantar comemorativo
A comemoração dos 20 anos da Afadefi será nesta sexta (4), a partir das 20h, em um jantar no Savana Garden.
O público pode procurar Evandro via WhatsApp (47) 99914-8658 para comprar os ingressos, que custam R$ 50/pessoa.
Serão servidas massas com três tipos de molho e salada. Haverá ainda show com o Boteco do Padre e Banda ELP.
O estacionamento será gratuito e com segurança.

Serviços oferecidos pela Afadefi
Evandro disse que o primeiro serviço oferecido pela entidade, que hoje realiza cerca de cinco mil atendimentos por ano, foi a fisioterapia, através de Marcos Miranda, que mora atualmente em Barcelona, na Espanha.
“Ele acreditou que a Afadefi poderia buscar recursos e convênios, e começou a trabalhar com a gente voluntariamente”, diz Evandro.
A associação possui ainda psicologia, fonoaudiologia e apoio pedagógico, fora os atendimentos de assistência jurídica e encaminhamentos para mercado de trabalho e carteirinha de passe livre.
“Os atendimentos são totalmente gratuitos e fazem muita diferença, vejo pelo meu filho, Gabriel Prezzi, que é paratleta na modalidade bocha paralímpica, foi gratificante ver a evolução dele. O esporte os faz socializar, conviver… traz vida para eles. Eu entrei na Afadefi em 2005 como pai de deficiente físico, entrei para a diretoria, até chegar na presidência, que ocupo hoje”, pontua.
Importância de apoio
Hoje, a Afadefi conta com convênio com a prefeitura no valor de R$ 20,7 mil via Fundo Municipal da Criança e do Adolescente + R$ 13,2 mil via Fundo Municipal de Assistência Social.
“Precisamos aumentar o convênio para poder aumentar os atendimentos. Há crianças que precisam de fisioterapia quatro vezes na semana, por exemplo, e conseguimos fazer duas, no máximo três, para conseguir atender mais crianças. O aumento do convênio seria para contratar mais profissionais e ampliar o número de atendimentos. Também aceitamos doações de pessoas e empresas”, comenta.
Paradesporto impulsionou a instituição
O fisioterapeuta Marcos disse que também sempre acreditou que a prática esportiva poderia ser uma poderosa ferramenta de inclusão social para pessoas com deficiência. Hoje, a Afadefi possui paratletas premiados nas modalidades de bocha, tênis de mesa e atletismo.
“A luta pela superação de limites, pela igualdade de oportunidades também passa pelo esporte, porém nunca imaginamos que iríamos chegar tão longe”, disse.
Marcos citou que a Afadefi iniciou as suas atividades paradesportivas em 2005 ao participar dos I PARAJASC (Jogos Abertos Paradesportivos de SC), na cidade de Chapecó levando uma pequena delegação na modalidade de atletismo.
“Atletas sem estrutura e treinamento adequados, mas com muita paixão e vontade de superar seus limites e viver esse momento. Mesmo assim, os ótimos resultados obtidos levaram-nos perceber que era um caminho sem volta e que dali em diante a Afadi seria outra”, relembra.
Ainda em 2005, o atleta Valdeci Matias já começou a competir no Circuito Brasileiro de Paratletismo, já conquistando medalhas, trilhando um caminho de muitos anos de conquistas. Em 2006, juntaram-se a ele o atleta Fabio Vacari e a atleta Rafaela Cruz, igualmente conquistando medalhas e excelentes resultados.
“Pode-se dizer que esses três atletas foram os que nos motivaram a seguir em frente, mesmo diante das enormes dificuldades em desenvolver as atividades. Ainda em 2006, conseguimos implementar a equipe de basquete em cadeira de rodas e que igualmente iniciou de uma forma limitada e sem estrutura, para transformar-se na melhor equipe do estado por muitos anos, conquistando diversos títulos estaduais e nacionais. Depois surgiu a modalidade de bocha paralímpica, através dos atletas Gabriel Prezzi, André Uhlmann e Gabriel Andrade igualmente conquistando inúmeros títulos estaduais, regionais e nacionais”, pontua.
Marcos cita ainda as campeãs do atletismo, Paulina Pereira da Silva e Suelen Oliveira, que fazem parte de uma segunda geração de atletas que continua obtendo conquistas nacionais e internacionais.
“Ao longo desses anos conseguimos fatos inimagináveis como termos atletas nas seleções brasileiras de atletismo, basquete, futebol PC, bocha paralímpica e tênis de mesa. Essa última contando com a atleta Alanna Maschio, um fenômeno inclusive no tênis de mesa convencional. Aí vem uma terceira geração de atletas como a jovem Caroline de Castro com resultados igualmente expressivos inclusive a nível internacional. Foram e são tantos atletas… Marcilio, Joanir, Marcio, Henrique, Maicon. Mike, Matheus, Rodrigo. Vilson, Constantino, Brenda e tantos outros que não foram citados, mas tão importantes e fundamentais porque foram e seguem sendo um exemplo para tantas e tantas crianças com deficiência que desejam ser como eles”, completa, homenageando ainda os técnicos que passaram pela Afadefi nesses 20 anos: Romu, João Francisco, Juliano, Alba, Caike, Fayola e Gilberto.
“A Afadefi só é o que é por conta dessas grandes pessoas que souberam da importância da prática esportiva, tanto para seus filhos como para os demais associados. Quantas histórias ainda estão por vir, quantas vidas ainda serão transformadas nos próximos 20 anos”, finaliza.
Quem quiser ajudar a Afadefi, pode fazer PIX de qualquer valor para 05405039000102.