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Balneário Camboriú

Ato em memória às vítimas catarinenses da Ditadura Militar aconteceu em Balneário Camboriú

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Cerca de 50 pessoas se reuniram em um ato em memória às vítimas catarinenses da Ditadura Militar, na tarde de domingo (30), na praça Higino João Pio, que leva o  nome do primeiro prefeito eleito de Balneário Camboriú, morto pela ditadura. Nesta segunda-feira (31), às 19h, acontece uma sessão solene em memória de Higino, na Câmara de Vereadores da cidade (saiba mais aqui).

O ato de domingo foi organizado pela Juventude do Partido dos Trabalhadores e pelo movimento BC Pela Democracia e foi focado nas vítimas catarinenses.

Com cartazes com frases como ‘lembrar para não repetir’, ‘sem anistia’, ‘para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça’ e ‘memória, verdade e justiça’, os manifestantes lembraram o golpe de Estado no Brasil, marcado pela deposição do presidente João Goulart em 31 de março, que pôs fim à Quarta República (1946–1964) e iniciou a ditadura militar (1964–1985).

(Divulgação)

O vereador Eduardo Zanatta participou do momento, que definiu como ‘muito bonito e simbólico’, justamente por agora estar sendo discutida a história de Balneário Camboriú e as vítimas da ditadura militar em Santa Catarina. 

“O que se vê é que tem algumas lideranças e parlamentares que parecem querer esconder essa história ou não reconhecer os crimes que foram cometidos pela ditadura, inclusive aqui no nosso município. Este ato foi simbólico, foi organizado pela juventude do Partido dos Trabalhadores, por coletivos que relembraram a história de todos os catarinenses que foram perseguidos, torturados e executados pelo regime militar. E na Praça Higino Pio, que é em homenagem ao primeiro prefeito Balneário Camboriú, democraticamente eleito e que foi sequestrado e morto pelo regime militar. Então, por verdade, memória e justiça, para que esse tipo de situação, esse período obscuro na história do país, jamais se repita novamente”, disse.

Durante o ato, cada um dos participantes recebeu uma foto de uma vítima e leu um breve descritivo. Também foi escrita uma carta, que o Página 3 reproduz, na íntegra, abaixo: 

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“Verdade e Justiça: Em memória das vítimas catarinenses da Ditadura Militar de 1964

Hoje nos reunimos para honrar a memória das vítimas da ditadura militar em Santa Catarina e reafirmar nosso compromisso com a tão jovem democracia brasileira. Amanhã, 31 de março, é a data que marca o golpe militar brasileiro que, em 1964, depôs o presidente João Goulart e instaurou um regime de terror planejado, que calou vozes, perseguiu e matou brasileiros e brasileiras, para institucionalizar a tortura como política de Estado. Por 21 anos, a democracia foi sufocada, deixando marcas profundas na história e na memória do país.

A história de Balneário Camboriú está profundamente ligada à trajetória de João Goulart. A Praia Central chegou a ser chamada de “Praia Presidencial” por abrigar a casa de veraneio do então presidente. Sua amizade com Higino João Pio, primeiro prefeito eleito de Balneário Camboriú, desencadeou perseguições que culminaram no sequestro e assassinato de Higino em 1969, sob a falsa alegação de suicídio — crime arquitetado por agentes da ditadura para encobrir a violência estatal. Higino foi preso, torturado e assassinado nas dependências da Escola de Aprendizes de Marinheiros de Santa Catarina. Sua morte foi reconhecida pela Comissão Nacional da Verdade como homicídio perpetrado por agentes do Estado. 

(Divulgação)

Hoje, a mesma cidade que deveria honrar sua memória sedia eventos como o CPAC, palco de grupos que glorificam o autoritarismo e distorcem a história — um contraste que revela como o passado antidemocrático ainda assombra o presente.

Em Santa Catarina, o autoritarismo agiu com brutalidade. Camponeses foram expulsos de suas terras, estudantes tiveram suas atividades monitoradas, sindicalistas foram perseguidos e líderes políticos pagaram com a vida. O mapa do nosso estado é também marcado por dor e resistência, ao menos dez presos políticos mortos durante o regime militar, sete assassinatos e três desaparecidos, trinta mulheres foram perseguidas, presas e torturadas. Todos catarinenses, filhos da nossa terra.

Defender a democracia hoje significa enfrentar os que ainda negam os crimes da ditadura. A mesma elite que financiou e sustentou o golpe de 1964, agora pede anistia para os terroristas que atacaram a democracia em 8 de janeiro de 2023. Eles tentam reescrever a história e justificar atos que atentam contra as instituições democráticas, mostrando que o golpismo nunca deixou de ser parte da agenda de determinados grupos.

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A Lei da Anistia de 1979 perdoou os crimes de torturadores e violadores dos direitos humanos, impedindo que fossem responsabilizados pelos horrores da ditadura. Agora, o mesmo discurso de impunidade ressurge em favor daqueles que destruíram o patrimônio público e tentaram subverter a ordem democrática no Brasil. É urgente rejeitar essas tentativas e reforçar que não pode haver anistia para quem atenta contra a democracia.

Relembrar os crimes da ditadura não é revanchismo, mas um compromisso com a memória, para que nunca mais vivamos sob um regime de opressão. Nossa história exige que resistamos ao autoritarismo em todas as suas formas, reafirmando que a democracia deve ser defendida todos os dias, sem concessões àqueles que pregam o ódio e a violência.

  • Por memória, verdade e justiça. Ditadura nunca mais. Anistia, jamais.
  • Balneário Camboriú, 30 de março de 2025.
  • Coletivo BC Pela Democracia
  • Juventude do Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras”.
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