O Clube de Mães de Balneário Camboriú, localizado no Pontal Norte, junto a roda gigante Big Wheel, terá que deixar o local; porque ali será construída uma praça (relembre aqui).
Nesta semana, a reportagem do Página 3 esteve no Clube para ouvir as reivindicações: eles pedem que a prefeitura dê mais prazo para eles saírem e um novo local, preferencialmente no Centro, com movimento de público, já que junto do Clube funciona a loja onde vendem os artigos produzidos pelos seis Clubes espalhados pela cidade.
Grupo espera encontro com o prefeito

O local onde funciona hoje o Clube de Mães (e também a Academia Municipal) foi cedido ao grupo há 11 anos, no governo de Edson Renato Dias, o Piriquito, mas é utilizado há nove anos, quando foi assinado um termo de concessão para funcionar no prédio as oficinas e a loja.
Uma das artesãs do Clube, Vera Notari, diz que foi uma surpresa a chegada da notificação por parte da prefeitura, no início de julho, informando que teriam 40 dias para desocupar o espaço.
“No documento que assinamos, em 2014, havia a informação de que a qualquer hora a prefeitura poderia pedir o espaço, mas que dariam um prazo de 90 dias, o que não aconteceu”, explica.
Ela acrescentou que certamente o governo municipal não contava com o fato de que o grupo se uniria e não desistiria ‘tão fácil’ do local, buscando seus direitos, porque há integrantes que frequentam o Clube que sobrevivem da venda de artesanatos, pinturas, acessórios e presentes, etc.
Nos encontros dos artesãos com membros do governo municipal, houve até uma fake news dizendo que foram informados que seria ordem do Ministério Público a saída deles do Pontal Norte. Eles foram na Promotoria, que desmentiu a situação e foram informados que tudo corre junto do governo municipal.
Houve reuniões com vereadores e até mesmo com o então prefeito em exercício, David Fernandes ‘La Barrica’, que estava substituindo Fabrício Oliveira. Agora o grupo insiste em ser recebido pelo prefeito – uma reunião estaria prevista para acontecer até esta sexta-feira (25), agendada pelo vereador Anderson Santos.
Eles argumentam que agregam muito para a prefeitura, já que a loja do Clube de Mães está estrategicamente posicionada em um ponto turístico da região vendendo souvenirs da cidade (a prefeitura havia sugerido que o Clube fosse para o CRAS, no Bairro das Nações, o que foi aceito em partes (somente as oficinas poderiam ir, já a loja não), porque o local não atrairia turistas e nem combina com o Clube).
Local junto com a academia

O grupo destacou que a prefeitura arrumou local para as canchas de bocha e para a Academia do Pontal Norte, que ficará do outro lado da rua de onde é hoje, e que não entendem por qual motivo o Clube também não pode ser transferido para lá, ao invés de ser ‘escondido’ no CRAS.
“Por que a academia está em cima de nós e nós não podemos ir também? Nós aceitamos, é do outro lado da rua. Nós questionamos, mas não recebemos resposta. O prefeito fala tanto sobre os idosos, se preocupa tanto conosco, mas não vê que o Clube é algo bom para nós, para nossa qualidade de vida, além de ser fonte de renda. A prefeitura só paga luz e água”, disse a artesã Nelise Fontana, que é professora há 40 anos, dizendo que não querem encher hospitais e que o remédio e a terapia está no Clube.
Vera acrescentou que o que pedem do governo municipal é um prazo e informações, e que querem isso todo documentado e não apenas ‘falácias’.
“Não podemos confiar em palavras, infelizmente. Falam da praça que vai ser construída, mas não tem nem projeto! Nós aceitamos sair, mas queremos uma solução para esse caso e queremos documentado. Queremos um local no Centro, pois precisamos estar perto do público, em um lugar decente, onde circule bastante turista”, completa Vera.