Mais do que nunca, muitas pessoas têm, o tempo todo, uma câmera em mãos (no celular), para infindáveis fotos e vídeos em restaurantes, festas, com a família e amigos e também no dia a dia, registrando acidentes de trânsito e até mesmo crimes – o que acaba sendo preocupante, já que há imagens que registram vítimas.
Neste sábado (19) é comemorado o Dia da Fotografia e para analisar as mudanças da profissão, o Página 3 entrevistou o fotógrafo e professor do curso de Fotografia da Univali, Marcelo Juchem.
O professor e fotógrafo destacou que a faculdade de Fotografia está ‘em voga’, tanto no Brasil quanto em outros países, já que a foto está muito presente no dia a dia de todos e literalmente nas mãos das pessoas.

Marcelo diz que isso é positivo até certo ponto, mas que também há um ‘ajuste’ que é necessário fazer, além da preocupação com profissões, como os fotojornalistas.
“Me chamou a atenção, quando eu estava ouvindo rádio nesta semana, sobre um acontecimento no trânsito e os apresentadores falaram ‘se você está passando aí e tem fotos e vídeos, manda para a gente que vamos publicar’, e eu achei super curioso por ter explicitado. Não estou criticando, mas achei curioso, até porque é utilidade pública, porque se o repórter fotográfico tivesse que ir até o local poderia demandar um trabalho maior”, explicou.

Além de existir o curso de Fotografia, a matéria também está presente em diversos outros, como Publicidade, Jornalismo e Audiovisual, misturando teoria com prática.
“Os alunos se divertem, naturalmente se interessam, porque fotografia é legal! É uma aula muito produtiva, onde realmente produzimos muitos projetos bacanas, onde falamos sobre operações de câmeras, temos exercícios no laboratório, e o celular é bem-vindo! Não é um ‘inimigo’, embora tenhamos atividades onde utilizamos câmeras, até mesmo analógicas, mas celulares estão na mão de todo mundo, e é super positivo para os registros do dia a dia. É bonito e importante, embora tenhamos usos eticamente questionáveis, principalmente em espaços digitais”, disse.

Ele lembrou que até mesmo os profissionais da área da fotografia precisam se atualizar quanto ao uso do celular, mas que as câmeras também são essenciais, principalmente em estúdios e pela qualidade das imagens (já que é necessário imagem em alta qualidade para impressão, peças publicitárias, fotografia institucional e/ou artística, quando há necessidade de ampliação da imagem, etc.).

Marcelo opinou ainda sobre a teoria de ‘que todos sabem fotografar’ e pontuou que isso é ‘questionável’, mas que todos podem aprender.
“Quem gosta da fotografia já está tendo um bom início, e pode servir para ser incentivada a estudar, buscar aprender mais, para melhorar de forma geral. Temos que difundir o conhecimento!”, completou.