A Universidade do Vale do Itajaí (Univali) está representada na Cúpula Social do Grupo dos 20 (G20), que começou na quinta-feira (14) e termina neste sábado (16). O evento precede a 19ª Cúpula de Chefes de Governo e Estado do Fórum Internacional, que vai reunir as 19 maiores economias do mundo, mais a União Europeia e a União Africana, no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 deste mês. O mote “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável” dará o tom do encontro que acontece, pela primeira vez, no Brasil.
O professor de Relações Internacionais da Univali, Diego Lopes Costa, participa do painel “Cooperação Multilateral e Estabilização do Mercado de Commodities: Soluções para a Fome, Pobreza e Desigualdade em um Mundo Volátil” O evento integra a programação voltada à participação da sociedade civil organizada e não-governamental.
Participam como painelistas a professora de economia da Universidade de Massachusetts, Isabella Weber; a Ministra de Cooperação e Desenvolvimento Econômico da Alemanha, Svenja Schulze; o Ministro de Desenvolvimento Agrário do Brasil, Paulo Teixeira; o diretor geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Alimentação e Agricultura (FAO), Qu Dongyu e a secretária geral da ONU para Comércio e Desenvolvimento (UNCT), Rebeca Grynspan.
Durante os três dias da Cúpula Social, as entidades não-governamentais estarão organizadas em 13 grupos de engajamento: C20 (sociedade civil), T20 (think tanks), Y20 (juventude), W20 (mulheres), L20 (trabalho), U20 (cidades), B20 (business), S20 (ciências), Startup20 (startups), P20 (parlamentos), SAI20 (tribunais de contas) e os mais novos J20 (cortes supremas) e O20 (oceanos).
As propostas e colaborações destes grupos da sociedade civil, desenvolvidas ao longo de um ano, devem compor um documento final, que será entregue ao Presidente do Brasil e incorporado, caso haja consenso, à Declaração de Líderes ao final do encontro.
“Estar presente na Cúpula Social do G20 é uma oportunidade única para contribuir na resolução de grandes desafios globais como as mudanças climáticas e o combate à fome e à pobreza, às desigualdades econômicas e sociais que ainda afligem milhões de pessoas pelo mundo.”, afirma o docente, que também é ativista em movimentos sociais da sociedade civil organizada, na região de Itajaí.
A participação do professor da Escola de Ciências Jurídicas e Sociais (ECJS), na Cúpula do G20, foi viabilizada pela Direção de Extensão e Responsabilidade Social da Universidade, vinculada à Vice-Reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão.
“Estamos iniciando um diálogo para a internacionalização da nossa Extensão. A participação da Univali num evento desta amplitude marca, justamente, o pontapé inicial deste processo.”, justifica Lopes.
A organização da Cúpula espera reunir pelo menos 50 mil pessoas, de várias partes do Brasil e do mundo, na Capital carioca.
“Trata-se de uma confluência social, política e cultural que marcará a pluralidade e diversidade da participação popular na formulação de políticas”, observa Lopes.
Para a diretora de Extensão e Responsabilidade Social da Univali, professora Attela Jenichen Provesi, ao participar de grandes movimentos mundiais a Universidade cumpre o seu papel de ir para além dos muros, ultrapassando também as fronteiras do Estado.
“Estamos atentos a esta temática tão importante e, a partir disso, conseguimos compreender, com maior clareza e evidência, os principais desafios em relação à sustentabilidade e as maiores problemáticas que o mundo vem enfrentando.”
Atividades autogestionadas
Além da Cúpula Social, o docente explica que o evento contempla uma outra programação paralela e simultânea, com ações realizadas em diferentes pontos da cidade. Nestas atividades, compostas pelo G20 e por outros movimentos sociais, os participantes terão a oportunidade de contribuir, de diversas formas, em vários painéis e atividades autogestionadas, como cursos, oficinas e mini palestras.
“Simultaneamente aos painéis, as entidades da sociedade civil realizarão atividades com organização e programação própria, com intuito de ampliar ainda mais a participação popular na construção coletiva de propostas e encaminhamentos.”, conta.
Participação social
O professor afirma ser muito comum a percepção de que as grandes decisões políticas sejam tomadas exclusivamente por Chefes de Estado, “trancados em seus gabinetes e cercados por assessores”. Na avaliação do estudioso, a Cúpula Social do G20 mostra que a sociedade civil é capaz de influenciar e definir os rumos das relações internacionais.
“Incentivando a ampla participação social no processo decisório, sem sombra de dúvidas conseguiremos mudar o mundo para melhor. Será um privilégio estar nestes espaços de discussões de alta qualidade e um dever aproveitar ao máximo para contribuir com a comunidade de onde venho e atuo. É com este intuito, no pensar global e agir local, que devo orientar minha participação na Cúpula Social no Rio de Janeiro.”, garante.
Texto: Carina Carboni Sant’Ana/Comunicação/Univali