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Comunidade relata problemas com recicladoras em Balneário Camboriú: há até informações de crimes, como tráfico e receptação

A comunidade dos bairros Municípios e Vila Real procurou o Página 3 após a publicação de matéria a respeito do abaixo assinado criado pela Acibalc (Associação Empresarial de Balneário Camboriú e Camboriú), por meio do Núcleo Territorial de Empresários dos bairros Vila Real, Iate Clube e Municípios, que pede a ampliação do diálogo e a fiscalização às empresas recicladoras instaladas nestes bairros [relembre aqui].

Porém, o desejo dos moradores é que as recicladoras sejam retiradas dessas localidades ou então fiscalizadas com maior efetividade, já que algumas  são suspeitas de envolvimento com crimes como receptação e tráfico de drogas, o que foi confirmado ao jornal pelo secretário de Segurança, Antônio Gabriel Castanheira Junior, e pelo advogado Valdir de Andrade, que é presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Balneário Camboriú (CONSEG/BC) e integrante do Conselho da Cidade.

Moradores explicam a situação

A presidente da Associação de Moradores do Bairro Vila Real (Amorvir), Mauria Dalmas da Silva, procurou o jornal para falar sobre a situação. Ela levou o tema para a reunião do Conselho da Cidade na última semana, pedindo que fosse mais debatida a presença das recicladoras nos bairros. “Sabemos da importância para a nossa sociedade, porém geram impacto à vizinhança e comunidade local. Somos a favor, mas que existam pontos de coletas no bairro e sejam regulamentadas  e fiscalizadas. Precisa haver uma solução, é um problema de zoneamento, segurança e salubridade”, disse.

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O objetivo dos moradores é que o tema seja incluído na revisão do Plano Diretor da cidade – que está parada, mas há expectativa de que seja retomada neste ano. 

“É um problema social. Há grandes recicladoras e outros menores. É complicado, há furtos de portões no bairro. Acreditamos que deveria existir uma cooperativa de materiais reciclados, onde pudessem ser reintegrados esses coletores, que são tão importantes para a nossa comunidade, com um trabalho justo e local adequado, para reintegrar essas pessoas à sociedade”, explicou Mauria.

A presidente encaminhou ao jornal opiniões de moradores, que dizem entender que as recicladoras não são mais ‘compatíveis’ com os bairros – uma delas é inclusive ao lado de uma escola, o CIEP. Um morador falou sobre a quantidade de ratos que as recicladoras atraem – citando a Rua Dom Ricardo, onde também há incômodo com o barulho de caminhões durante a noite. 

“Já precisamos chamar a Vigilância Sanitária, pois durante a noite os ratos faziam fila indiana saindo e entrando de bueiros até as lixeiras, dedetizaram e aliviou um pouco”, relatou.

Outro relembrou uma empresa de esgoto que atuava na região e que saiu após o zoneamento urbano regulamentar. 

“Em relação a reciclagem, chegamos nessa situação por vários fatores, entre eles a falta de legislação que possa enquadrar o pessoal que faz baderna. Inclusive o local onde fica a Coopermar (Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Balneário Camboriú), fica próximo da BR. A atividade é necessária, inclusive para a logística reversa. Mas é necessário também entender os moradores do entorno, muitas pessoas inclusive querem vender os imóveis por não aguentarem mais isso”, explicou.

Castanheira diz que estão atuando 

O secretário de Segurança de Balneário Camboriú, Antônio Gabriel Castanheira Junior, confirmou que há informações de crimes linkados às recicladoras, e diz que inclusive possuem isso ‘mapeado’. Ele explica que há ocorrências envolvendo pessoas em posse de portões furtados que são flagradas caminhando em direção das recicladoras. 

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“Isso envolve a maioria delas [recicladoras]. Fizemos ação semana passada com a Vigilância Sanitária e Fiscalização de Posturas. Entramos em algumas no Bairro dos Municípios e vamos intensificar essas ações”, afirma.

Segundo Castanheira, há inclusive tráfico de drogas acontecendo dentro de algumas dessas ‘empresas’. 

“Os usuários já trocam produtos furtados, como os portões e fiações, por droga na hora, dentro da recicladora. Não é por dinheiro, é por droga direto”, conta. 

O objetivo a partir de agora é começar a fiscalizar o horário de funcionamento dessas recicladoras, porque muitas delas funcionam durante a madrugada – que é quando os usuários furtam portões e fiação elétrica e vão até elas para ‘entregar’ e trocar a ‘mercadoria’ por dinheiro ou droga. 

“Eles [os responsáveis pelas recicladoras] fazem ‘sumiço rápido’ de portões, e aí fica difícil fazermos o flagrante porque encontramos como sucata, fica complicado comprovar de onde veio o produto, mas não vamos mais admitir que descumpram o horário de funcionamento. Se não estiver de acordo com o alvará, vamos multar e até mesmo interditar, juntamente da Vigilância Sanitária”, acrescenta.

Conselho de Segurança também acompanha

O advogado Valdir de Andrade, que é presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Balneário Camboriú (CONSEG/BC) e integrante do Conselho da Cidade, diz que os dois Conselhos estão acompanhando a situação. Ele disse  que com o desenvolvimento urbano não é mais ‘concebível’ que a situação das recicladoras continue como está hoje. “Ainda em 2019 fizemos a campanha ‘Receptação é crime’, quando assinamos o termo de cooperação técnica entre as forças de segurança. Entramos em contato na ocasião com as recicladoras e desde lá percebemos as irregularidades e descontentamento por parte dos moradores”, relembra.

Valdir vê que também é necessário regulamentar e disciplinar as atividades e concorda com a presidente Mauria sobre a questão entrar no Plano Diretor. 

“A cidade já não comporta mais essa atividade dispersa e desorganizada. Existe sim receptação, o secretário de Segurança tem essa informação e também chega até nós. Vamos incluir o assunto na pauta do Conselho da Cidade, e é mais um motivo para que a revisão do Plano Diretor seja retomada. A atividade precisa ser regulamentada e fiscalizada, para que os moradores do entorno não sofram mais com isso”, completa.

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