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Floreiras foram instaladas ao redor de árvores na Atlântica, secretário diz que elas serão retiradas

As floreiras instaladas ao redor de algumas amendoeiras e palmeiras na avenida Atlântica serão retiradas, porque as flores podem prejudicar as árvores, sufocando as raízes, além do que há uma lei que trata do assunto, aprovada em 2018 (Lei Ordinária n 4107-2018).

O secretário de Obras, Osmar Nunes Filho (Mazoca), disse que existia um projeto sobre o assunto, sugerido por uma empresária da cidade ligada ao turismo que se inspirou nas floreiras em uma viagem à Europa. Mas o projeto não foi para frente por conta da pandemia e que estas floreiras teriam sido feitas por populares, alguns donos de quiosques. A maioria das floreiras fica nas proximidades da Praça Tamandaré e também na Barra Sul.

“Mas abortamos, porque não é o momento para fazer isso, a prioridade é a saúde, por conta da pandemia. Chegamos a fazer um levantamento e percebemos que as flores, com a chuva e o vento da praia, estragam rápido, além de que será feita a reurbanização da Atlântica e não seria correto plantarmos as flores e provavelmente precisarmos retirar tudo em breve”, informou.

Mazoca disse à reportagem que vai mandar arrancar, porque não foram feitas pela prefeitura.

“Precisamos fazer coisas perenes, canteiros bonitos, a exemplo da Avenida das Flores, Estrada da Rainha, Terceira Avenida. Essas floreiras da Atlântica realmente não se encaixam nisso, porque não é só plantar, exige manutenção e bom senso”, acrescentou.

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Secretária do Meio Ambiente não vê problema

A secretária do Meio Ambiente, Maria Heloísa Lenzi disse que tudo o que as pessoas puderem fazer para melhorar Balneário é muito benvindo, incluindo o quesito ambiental. As flores que estavam sendo plantadas eram principalmente ao redor das amendoeiras da orla, que são espécies exóticas – ou seja, não são nativas de Balneário, como o ipê-amarelo e as palmeiras butiá e jerivá.

“Estão colocando mais terra e permitindo assim a passagem da água. As árvores já estão ali há muitos anos, e agora com a reurbanização (alargamento da faixa de areia) todo o local será reurbanizado, mas a princípio não vejo problemas [nas floreiras]”, disse.

Segundo Heloísa, a lei que dispõe sobre as normas de arborização urbana trata do nivelamento do nível da rua com relação ao plantio de mudas, no caso de árvores consolidadas [como as amendoeiras] que estão no passeio público há bastante tempo, a floreira está mantendo ‘o mesmo espaço’ para receber água, assim como a árvore.

“Portanto, não vejo problema para a colocação dessas floreiras, mas vamos ver com o passar do tempo”, afirmou.

A secretária salientou que o futuro das amendoeiras da Atlântica ainda não foi decidido e que precisarão ver as exigências da Licença Ambiental de Instalação (LAI), que será entregue nesta sexta-feira (18) pelo governador Carlos Moisés, momento em que também será assinado o contrato com as empresas vencedoras da licitação do alargamento da faixa de areia (Governador Moisés nesta sexta em BC).

Assessora ambiental diz que é preciso senso técnico

A bióloga e assessora ambiental da Secretaria de Obras, Arlete Tomazoni, que atua há quase 30 anos na área, ajudou na elaboração da lei referente à arborização urbana. Ela contou que acompanhou a ideia da implantação das floreiras ao redor das árvores desde o início e sempre se posicionou contra, porque as árvores podem ser sufocadas pelas flores, já que são velhas e podem ter dificuldade para conseguir água.

“Essas floreiras não são corretas, estão jogando mais terra em cima, há algumas que estão com pouquíssimo espaço para as árvores, deixando um espaço bem pequeno para o crescimento das raízes. Ou seja, estão fazendo o contrário do correto: diminuindo o espaço para a água, e assim a raiz pode acabar saindo para fora, na calçada, o que é algo que ninguém quer. Como elas precisam crescer para algum lugar, se não tem espaço, podem até cair. Sufocando a árvore, você deixa ela mais instável, ela perde o equilíbrio. As floreiras irão sufocá-las. Tudo o que for para Balneário ficar mais bonita é positivo, desde que tenha senso técnico, que as árvores não sofram”, pontua.

BC na contramão

Arlete lembra que ‘há um movimento muito forte’ em Balneário no sentido de retirar as árvores exóticas da cidade, mas acrescenta que possui veia preservacionista e não concorda com isso.

“Balneário está indo na ‘contramão’ do resto do mundo, hoje o paisagismo foca sim nas árvores nativas, mas em preservar também o que já se tem, independente de ser exótica”, opinou, citando ainda que quando a prefeitura começou a juntar a documentação para conseguir a LAI, uma das contrapartidas foi a defesa de manter as amendoeiras da Atlântica – e, conforme a secretária Heloísa, ainda não se sabe o que vai acontecer.

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“Eu defendo a permanência delas, dependendo do projeto não precisa retirar todas. A construção civil tem mania de achar que paisagismo bonito só inclui palmeiras, e isso não é verdade. Até porque as amendoeiras da Atlântica têm outras funções, como o sombreamento. Acredito que a própria população seria contra a retirada de todas elas”, disse.

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